Evangelho segundo São Mateus 16,13-19.
Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?».
Eles responderam: «Uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas».
Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?».
Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus.
Também Eu te digo: tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1876-1958)
papa
Audiência de 17/01/1940
A cadeira da verdade
Viestes aqui na véspera do dia em que a Igreja celebra a festa da Cadeira de São Pedro em Roma. Olhai para o púlpito de onde o primeiro papa se dirigiu aos primeiros cristãos, como eu me dirijo a vós neste momento: foi aqui que os exortou a estarem vigilantes contra o demónio, que, como um leão que ruge, ronda à nossa volta, procurando a quem devorar (cf 1Ped 5,8-9); foi aqui que os exortou a permanecerem firmes na fé, para não se deixarem levar pelos erros dos falsos profetas (cf 2Ped 2,1; 3,17). Estes ensinamentos de Pedro continuam nos seus sucessores e continuarão, inalterados, ao longo dos séculos, porque esta é a missão que o próprio Cristo confiou ao chefe da Igreja.
Para sublinhar o carácter universal e indefetível deste ensinamento, a sede do primado espiritual foi, após uma preparação providencial, fixada na cidade de Roma. Segundo a observação do nosso predecessor São Leão Magno, Deus, pela sua Providência, reuniu os povos num único império, do qual Roma era a capital, para que, a partir dela, a luz da verdade, revelada para a salvação de todos os povos, se difundisse mais eficazmente em todos os seus membros (Sermão LXXXII c,3-5).
Os sucessores de Pedro, mortais como todos os homens, também passam. Mas o primado de Pedro perdurará sempre, graças à assistência especial que lhe foi prometida quando Jesus lhe confiou a tarefa de confirmar os seus irmãos na fé (cf Lc 22,32). Seja qual for o nome, o rosto, as origens humanas de cada papa, é sempre Pedro que vive nele, é Pedro que dirige e governa, é Pedro sobretudo que ensina e difunde no mundo a luz da verdade libertadora. Isto levou um grande orador sagrado a dizer que Deus tinha estabelecido um púlpito eterno em Roma: «Pedro viverá nos seus sucessores; Pedro falará sempre do seu púlpito» (Bossuet, Sermão sobre a unidade da Igreja, 1).
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