Beati-ficada em 1994.
Nasceu na Itália, no dia 7 de Julho de 1859. Órfã de pai e mãe, recebeu educação das Irmãs de Caridade até à idade de 21 anos.
Pela educação que recebera, a data da sua Primeira Comunhão, que esperou com amor indescritível, foi também o germe de uma decisão por muito tempo pensada com especial carinho: Dar-se definitivamente à Deus e a Ele consagrar sua pobre vida, projecto que cultivou e fez crescer imperiosamente no seu jovem coração de mulher. O tempo amadureceu ainda mais, em seu coração, a decisão de que seria Deus seu único e indivisível amor. Foi aos 20 anos de idade, que pediu ingresso no convento das Irmãs de Caridade. Em 2 de marco de 1883, ingressou no noviciado de Siena. Mas, por razões de saúde, foi obrigada a voltar para Roma , em seu antigo conservatório onde recebera o diploma de instrutora (Pensionato Torlonia). Grande lhe foi esta prova de sofrimento. No silêncio, teve de aplicar-se aos trabalhos manuais (bordado) para ganhar seu pão, não raro, com o rosto banhado de lágrimas.
Posteriormente, foi novamente aceita ao noviciado e enviada à comunidade de Montenero (Leghorn), onde permaneceu até 1886, seguidamente a Bracciano até 1888, quando novamente teve de experimentar a dor do retorno ao reformatório. Era mais uma prova imposta pelo Senhor, que sondava a pureza deste ouro, experimentando-a junto ao cadinho da humilhação: Os superiores definitivamente haviam decidido que não tinha vocação e por isto, decidiram que retornasse aos afazeres do mundo. Tinha 29 anos. A boa superior do conservatório, lhe encontrou num alojamento dos arredores da cidade, e percebendo a piedade e disponibilidade de Josefina, propuseram-na que aceitariam de boa vontade que permanecesse entre elas; mas este tipo de vida não era compatível com seu carácter de profunda espiritualidade. Além de todos estes contratempos, teve de lutar contra as intenções de seu irmão Augusto, que tentava dissuadi-la da ideia de sua eventual consagração definitiva e que ali permanecesse entre eles para formarem uma só família.
Aos trinta e poucos anos, confiou-se aos cuidados de sua tia e madrinha Ana Maria. A esta altura, todas as suas aspirações pareciam ter caído por terra, mas o Senhor a predispunha para outros horizontes sem, contudo, poupá-la de muitos outros sacrifícios e renúncias. Os frutos destes dois anos em que ali permaneceu, imprimiu nela ainda mais a qualidade incontestável de seu carácter, o grande abandono em Deus e a mais perfeita obediência ao seu director espiritual.
Numa conversa privada que teve com o Padre Luís Tezza, Josefina abriu a sua alma ao pregador. Falou de seus projectos, dos seus malogros, das suas aspirações. Enquanto o Padre Luís a ouvia pela primeira vez, ia descobrir nela rara sabedoria e uma grande maturidade espiritual. Assim, espontaneamente viu nela um belo instrumento na ideia de uma fundação, da qual já era amadurecido o empreendimento. Havia chegado o momento que a circunstância, por inspiração do Pai, realizaria nela plenamente a vontade de Deus. O Padre Tezza não perdeu tempo. Propôs a ela esta possibilidade, expondo-lhe os detalhes da ideia de uma fundação, movida pelo espírito de São Camilo de Lellis. Josefina pediu um tempo para dar uma resposta definitiva. Solicitou reflectir a proposta diante de Deus e finalmente aceitou o encargo, colocando-se à inteira disposição do Padre Luís. Assim, na humildade e no silêncio, surge vida na sua fundação.
Obtendo permissão de seus superiores eclesiásticos, no dia 2 de Fevereiro de 1892 (festa da purificação de Nossa Senhora e aniversário da conversão de São Camilo de Lellis), Josefina e duas companheiras foram empossadas em um pequeno apartamento na rua Merulana, 141. Mantidas na solidão, no silêncio, oração e trabalho, santamente preparavam-se para receber o ingresso na Congregação Filhas de São Camilo. Foi na festa de São José, em 19 de marco de 1892, que a então Judite tomou o nome definitivo de Irmã Maria Josefina, tornando-se superior da pequena comunidade. É fácil imaginar a suprema alegria do Padre Luís, das suas primeiras filhas e dos camilianos presentes. Uma nova congregação tinha nascido, limitada, extremamente pobre, mas com plena confiança depositada em Deus, na Santíssima Virgem, em São José, escolhido como protector específico, sob a protecção paterna de São Camilo de Lellis.
Em 1909 a fundadora atingia a idade de cinquenta anos. Exactamente neste ano, o Senhor atribuía-lhe a alegria desejada por muito tempo: a aprovação eclesiástica do Instituto. O cardeal vigário, Pedro Respighi, por decreto firmado em 21 de Junho de 1909, criava os piedosos conservatórios, junto à congregação de direito diocesano e aprovava as suas constituições. Madre Josefina Vannini, frágil desde a juventude, nunca teve boa saúde. Os sofrimentos da adolescência, as desilusões da sua juventude, do peso da fundação, a apreensão e o amor intenso e dedicado às suas raparigas, consumiram-na sobremaneira. Seu coração estava cansado e não batia mais regularmente. Por ocasião do regresso de uma visita à comunidade da elevada Itália, retornou extremamente esgotada e foi obrigada, pela grande fraqueza, a pôr-se à cama. Todos estavam conscientes que a Madre tivesse chegado à uma fase tal que, talvez não pudesse mais continuar nas suas funções de directora. Ela mesma havia compreendido isto e com muita resignação, facilmente aceitou os afectuosos cuidados com que as suas raparigas prodigalizavam-lhe.
Pouco tempo, de fato, restou-lhe depois disto. Ao final da jornada, um padre escreveu sobre ela: “Como ocorre em cada boa alma, nesta enfermidade terminal, resplandecerá mais do que nunca, as virtudes que lhe acompanharam durante sua vida religiosa. Piedade para com Deus, paciência nas suas dores, afeição para seus irmãos, docilidade aos confessores, mortificação para si mesma, gratidão em cada pequeno serviço, humildade nos sentimentos, espírito de fé e amor de Deus, eram coisas que a animavam, eu diria, quase continuamente”.
Estando próximo ao fim, repetia aos padres que lhe assistiam, frases de amor e de fé em Deus e na Virgem. Na véspera de sua morte, quis ver as suas filhas, dando-lhes as últimas instruções. Morreu serenamente na noite de 23 de Fevereiro de 1911, aos cinquenta e dois anos, em Roma.
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