As celebrações da Igreja católica, como da Igreja Ortodoxa, nos seus diversos ritos, dão à Mãe de Deus, o lugar de proeminência que Deus lhe concedeu. Ao ser escolhida para ser Mãe do Filho de Deus, recebeu todos os dons e graças necessárias para essa missão. Celebrando as glórias de Maria louvamos a Deus por seu inestimável amor à criatura humana ao dar-lhe seu Filho como filho. A Igreja, desde os primórdios, reconheceu o lugar de Maria na Obra da Redenção. Testemunho desta verdade são os próprios Evangelhos que a Tradição acolheu e desenvolveu em sua reflexão. Deus quis precisar de Maria para a vinda de Seu Filho ao mundo. Poderia ter feito diferente, mas não o fez. Os judeus esperavam um Messias diferente, grandioso conforme as tradições judaicas. Deus preferiu o caminho mais humano, pois era mais divino. Na Encarnação o Filho divino toma a carne humana na carne da Virgem Maria. Ele é Homem-Deus. É virgem porque o Filho é de Deus, por obra do Espírito Santo. Por Maria Ele entra no povo da promessa. É herdeiro do trono de Davi, conforme as profecias. Essa carne de Jesus é ressuscitada e glorificada junto do Pai em sua Ascensão. A presença de Maria se faz constante na obra apostólica de Jesus. No momento de sua Morte e Ressurreição ela está junto. Quando morre, Ele a dá como Mãe ao discípulo que é João e a todo discípulo. Naquele momento ele não resolvia um problema familiar, mas dava a todos os que viriam crer Nele. Ela continua a missão de gerar os filhos da redenção. Na vinda do Espírito Santo Ela é nomeada explicitamente pelo evangelho. Os discípulos estão reunidos, unânimes na oração, com Maria a Mãe de Jesus (At 1,14). Excluir Maria da obra da redenção é desconhecer a Palavra de Deus.
Presente no Povo de Deus
No início da pregação dos apóstolos ela continua presente com eles, conforme contam as tradições. Testemunho disso são as orações, as pregações e as obras de arte que encontramos nas catacumbas. Já se haviam formado orações dirigidas a Maria, como foi encontrado no Egito um papiro antiqüíssimo com uma prece a Maria que rezamos até hoje: “À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus. Não nos desprezeis e nossas súplicas, mas guardai-nos sempre, ó Virgem gloriosa e bendita”. Na catacumba de Priscila há uma pintura da Mãe de Deus que foi realizada pelo ano 270. Para uma verdade se tornar oração e obra de arte, não bastam poucos anos. Por isso vemos a presença de Maria já há muito dentro da fé da comunidade. Em cada Eucaristia Maria está presente, pois o corpo de Cristo nos símbolos do pão e do vinho é o mesmo que foi gerado em seu seio, percorreu as estradas anunciando o Reino, foi crucificado, ressuscitou e está na glória do Pai. O povo de Deus continuou o carinho e o culto de grande veneração por aquela pela qual no veio Jesus.
Presente na Glória
Ao ser levada à Glória em corpo e alma, Maria continua unida ao povo de Deus no Corpo Místico de Cristo do qual todas as pessoas vivas e falecidas fazem parte. Junto de Deus ela permanece conosco. Continua sua missão de participar da Obra da Redenção em sua mediação suplicante. Como rezamos uns pelos outros, ela também reza por nós. Por isso dizemos: “Rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”. Negar que Maria reza por nós é negar a existência dessa união de todos em Cristo, como escreve Paulo. O culto veneração a Maria, que em nada diminui o culto de adoração a Deus, pois nela louvamos a Deus, é um privilégio e um dever, pois por ela nos veio Jesus que amamos.
ARTIGO PUBLICADO EM AGOSTO DE 2012