quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

RFLETINDO A PALAVRA - “Missão de Maria”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Presente na Obra da Redenção
 
As celebrações da Igreja católica, como da Igreja Ortodoxa, nos seus diversos ritos, dão à Mãe de Deus, o lugar de proeminência que Deus lhe concedeu. Ao ser escolhida para ser Mãe do Filho de Deus, recebeu todos os dons e graças necessárias para essa missão. Celebrando as glórias de Maria louvamos a Deus por seu inestimável amor à criatura humana ao dar-lhe seu Filho como filho. A Igreja, desde os primórdios, reconheceu o lugar de Maria na Obra da Redenção. Testemunho desta verdade são os próprios Evangelhos que a Tradição acolheu e desenvolveu em sua reflexão. Deus quis precisar de Maria para a vinda de Seu Filho ao mundo. Poderia ter feito diferente, mas não o fez. Os judeus esperavam um Messias diferente, grandioso conforme as tradições judaicas. Deus preferiu o caminho mais humano, pois era mais divino. Na Encarnação o Filho divino toma a carne humana na carne da Virgem Maria. Ele é Homem-Deus. É virgem porque o Filho é de Deus, por obra do Espírito Santo. Por Maria Ele entra no povo da promessa. É herdeiro do trono de Davi, conforme as profecias. Essa carne de Jesus é ressuscitada e glorificada junto do Pai em sua Ascensão. A presença de Maria se faz constante na obra apostólica de Jesus. No momento de sua Morte e Ressurreição ela está junto. Quando morre, Ele a dá como Mãe ao discípulo que é João e a todo discípulo. Naquele momento ele não resolvia um problema familiar, mas dava a todos os que viriam crer Nele. Ela continua a missão de gerar os filhos da redenção. Na vinda do Espírito Santo Ela é nomeada explicitamente pelo evangelho. Os discípulos estão reunidos, unânimes na oração, com Maria a Mãe de Jesus (At 1,14). Excluir Maria da obra da redenção é desconhecer a Palavra de Deus.
Presente no Povo de Deus 
No início da pregação dos apóstolos ela continua presente com eles, conforme contam as tradições. Testemunho disso são as orações, as pregações e as obras de arte que encontramos nas catacumbas. Já se haviam formado orações dirigidas a Maria, como foi encontrado no Egito um papiro antiqüíssimo com uma prece a Maria que rezamos até hoje: “À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus. Não nos desprezeis e nossas súplicas, mas guardai-nos sempre, ó Virgem gloriosa e bendita”. Na catacumba de Priscila há uma pintura da Mãe de Deus que foi realizada pelo ano 270. Para uma verdade se tornar oração e obra de arte, não bastam poucos anos. Por isso vemos a presença de Maria já há muito dentro da fé da comunidade. Em cada Eucaristia Maria está presente, pois o corpo de Cristo nos símbolos do pão e do vinho é o mesmo que foi gerado em seu seio, percorreu as estradas anunciando o Reino, foi crucificado, ressuscitou e está na glória do Pai. O povo de Deus continuou o carinho e o culto de grande veneração por aquela pela qual no veio Jesus. 
Presente na Glória 
Ao ser levada à Glória em corpo e alma, Maria continua unida ao povo de Deus no Corpo Místico de Cristo do qual todas as pessoas vivas e falecidas fazem parte. Junto de Deus ela permanece conosco. Continua sua missão de participar da Obra da Redenção em sua mediação suplicante. Como rezamos uns pelos outros, ela também reza por nós. Por isso dizemos: “Rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”. Negar que Maria reza por nós é negar a existência dessa união de todos em Cristo, como escreve Paulo. O culto veneração a Maria, que em nada diminui o culto de adoração a Deus, pois nela louvamos a Deus, é um privilégio e um dever, pois por ela nos veio Jesus que amamos.
ARTIGO PUBLICADO EM AGOSTO DE 2012

EVANGELHO DO DIA 29 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Lucas 16,19-31. 
Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: «Havia um homem rico, que se vestia de púrpura e linho fino e se banqueteava esplendidamente todos os dias. Um pobre chamado Lázaro jazia junto do seu portão, coberto de chagas. Bem desejava ele saciar-se do que caía da mesa do rico, mas até os cães vinham lamber-lhe as chagas. Ora, sucedeu que o pobre morreu e foi colocado pelos anjos ao lado de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, estando em tormentos, levantou os olhos e viu Abraão com Lázaro a seu lado. Então, ergueu a voz e disse: "Pai Abraão, tem compaixão de mim. Envia Lázaro, para que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nestas chamas". Abraão respondeu-lhe: "Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em vida, e Lázaro apenas os males. Por isso, agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado. Além disso, há entre nós e vós um grande abismo, de modo que se alguém quisesse passar daqui para junto de vós, ou daí para junto de nós, não poderia fazê-lo". O rico exclamou: "Então peço-te, ó pai, que mandes Lázaro à minha casa paterna, pois tenho cinco irmãos, para que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento". Disse-lhe Abraão: "Eles têm Moisés e os profetas: que os oiçam". Mas ele insistiu: "Não, pai Abraão. Se algum dos mortos for ter com eles, arrepender-se-ão". Abraão respondeu-lhe: "Se não dão ouvidos a Moisés nem aos profetas, também não se deixarão convencer se alguém ressuscitar dos mortos"». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Charles de Foucauld (1858-1916) 
Eremita e missionário no Saara 
Salmo 36, § 71 
Os germes da alegria eterna 
«Ainda um pouco, e já não verás o ímpio; 
mesmo que o procures, não vais encontrá-lo.
 Porém, os pobres possuirão a terra
 e terão felicidade e grande paz» 
(Sl 36,10-11). 
Este salmo é um desenvolvimento admirável deste pensamento: há penas na terra para os justos, mas estas penas são o germe da alegria eterna: eles devem, pois, esperar, consolar-se e agradecer a Deus, guardando-se de invejar os alegres do mundo, que, ao chegarem à eternidade, têm à sua espera tormentos terríveis! Pobre Lázaro, não invejes o rico que se alegra e come esplendidamente: és tu que és feliz! Não invejemos os mundanos, com as suas alegrias e a sua prosperidade: não são eles que são felizes. Felizes são aqueles que têm Deus por Senhor, que não vivem para os gozos, para a ciência, para as riquezas, para as honras, para o amor, para os afetos humanos, para tudo o que há na terra, mas vivem só para Deus e só para Ele olham, em quem Ele reina perfeitamente, como Senhor soberano que tudo governa num reino perfeitamente submisso. Demos graças a Deus pela nossa felicidade, nós, que Ele amou com um amor eterno e que por isso atraiu a Si na sua misericórdia. Amemos as nossas dores, que são a marca da nossa separação do mundo, e ofereçamo-las a Deus, pedindo-Lhe que faça de nós tudo o que quiser.

São Valente de Verona , Bispo - 29 de fevereiro

Foi bispo de Verona, segundo a recente lista de bispos elaborada por Monsenhor Dario Cervato. Sua existência, porém, é incerta, pois alguns estudiosos acreditam que seu nome tenha sido substituído pelo de Vindemale. Porém, no "Véu de Classe" e no "Ritmo Pipiniano" encontra-se o nome de São Valente, que alguns estudiosos acreditam ser uma forma sincopada de Vindemale. São Valente foi bispo de Verona, embora nem todos concordem com sua existência. Se tomarmos a recente lista de bispos elaborada por Dom Dario Cervato no volume “Verona hagiográfica”, ele figura no trigésimo primeiro lugar depois de Sant'Arborio e antes de São Clemente (ou Salvino). Mesmo que para Ederle em sua cronologia ele tenha colocado o nome de Vindemale em seu lugar, para Cervato no "Velo di Classe" encontra-se San Valente, que "algumas fontes pensam ser sua síncope", e também é encontrado no Ritmo Pipiniano .

SANTO AUGUSTO CHAPDELAINE, MÁRTIR

Sacerdote francês da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris, Augusto partiu como missionário na China em 1852. Em Xilinxian, na província de Guangxi, conseguiu muitas conversões; porém, sua presença foi denunciada pelo mandarim, Hien, inimigo dos cristãos, que o mandou prender e decapitar. 
Santo Augusto Chapdelaine 
sacerdote e mártir 28 de fevereiro 
(em anos bissextos: 29 de fevereiro) 
(*)La Rochelle, França, 6 de janeiro de 1814
(+)Sy-Lin-Hien, China, 29 de fevereiro de 1856 
Ele nasceu em La Rochelle, na França, em 6 de janeiro de 1814, em uma família de camponeses. Frequentou o seminário diocesano e foi ordenado sacerdote em 1843; teve a tarefa, primeiro de vigário e depois de pároco da aldeia de Boucey. Em 1851 entrou no noviciado do Instituto de Missões Estrangeiras de Paris e em 29 de abril de 1852 embarcou em Antuérpia, rumo à missão chinesa de Kuang-Si; mas parou em Ta-Chan, perto da fronteira, para se instalar, aprender a língua e esperar o momento certo. Passaram-se quase três anos e em 1855 pôde entrar em Kuang-Si, onde imediatamente começou a fazer apostolado, percorrendo todo o território; em pouco tempo os neófitos chegaram a cerca de duzentos.

HILÁRIO DE ROMA Papa, Santo + 468

Papa. 
Foi o quadragésimo-sexto
 sucessor de São Pedro. 
Organizou a liturgia.
Hilário, Papa e Santo da Igreja Católica (461-468) nasceu na Sardenha, em data incerta. Em 19 de novembro de 461 foi eleito Papa, como sucessor de São Leão I, Magno (440-461). Durante o seu pontificado procurou combater a difusão da doutrina ariana, que naquela época Ricimero sustentava em Roma. Como arcediago — cargo na Igreja medieval, dignatário das sés que secundava o bispo nos ofícios junto com o chantre, um funcionário eclesiástico que dirigia o coro, e o diácono — representou o próprio papa no Concílio de Éfeso em 449 quando demonstrou uma férrea oposição ao monofisismo e onde lutou pelos direitos da Igreja. No trono de Pedro, continuou a acção política de seu antecessor e confirmou os concílios de Nicéia, Éfeso e Calcedónia, sustentando a supremacia da Igreja apostólica perante as tendências de autonomia dos bispos da Espanha e da Gália. Estabeleceu um vicariato na Espanha e ergueu vários conventos para mulheres, em Roma. Também estabeleceu que para ser sacerdote era necessário possuir uma profunda cultura e que pontífices e bispos não podiam designar seus sucessores. Segundo o Liber pontificalis, o papa interveio na organização da liturgia estacional da quaresma em 25 igrejas e doou à Basílica do Latrão uma torre de prata e uma pomba de ouro. O quadragésimo-sexto papa da Igreja Católica, morreu em 29 de fevereiro de 468, em Roma, e foi seu sucessor São Simplício (468-483). Santo Hilário escreveu que Jesus, nascido de Deus, assumiu um corpo, se fez homem, e, assim, é essencial à fé reconhecer a dupla natureza do Cristo.

OSVALDO DE YORK Bispo, Santo + 992

Monge beneditino e Bispo de York. 
Durante a Quaresma praticava 
com grande humildade o lava-pés.
Osvaldo figura entre os grandes nomes católicos da Europa ao final do primeiro milénio, tendo morrido no ano de 992. De origem dinamarquesa, era sobrinho de Odo, arcebispo da Cantuária e parente de Osyll, arcebispo de York. Para abraçar a religião escolheu a vida de monge beneditino e, por isso, ingressou no convento de Fleury-sur-Lofre, na França. Entretanto, Osvaldo foi chamado por seu tio Oskyl que, desejando fazer reformas em sua diocese, escolheu o sobrinho para encabeçá-las, por causa de seu senso de justiça e da generosidade para com os pobres. Foi nomeado bispo de Worcester e uniu-se a dois outros religiosos da mesma estirpe da região: Dunstan, arcebispo de Cantuária e Ethelwold, bispo de Winchester. Assim, Osvaldo conseguiu restabelecer a disciplina monástica que levou a diocese de seu tio a recuperar o caminho correto dentro do cristianismo. Por esta e outras obras, o Rei Eadgar o nomeou arcebispo de York, em 972. Osvaldo fundou ainda uma outra abadia de beneditinos em Worcester e desenvolveu muito o estudo científico nos mosteiros e conventos que dirigiu. Mas, ao mesmo tempo em que dava grande importância aos estudos terrenos, em nenhum momento se desprendeu das obrigações e regras espirituais, vivenciando muitos fatos sobrenaturais. Segundo a tradição, Santo Osvaldo reproduzia durante toda a Quaresma a cerimónia do lava-pés, banhando ele próprio os pés de 12 mendigos. Ele operou diversos milagres em vida.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE FEVEREIRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 – Quinta-feira – Santos: Hilaro, Macário, Hedviges da Polônia
Evangelho (Lc 16,19-31) “Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias.”
Essa parábola está só no evangelho de Lucas. Apresenta um rico e um pobre, e sua sorte diferente depois da morte. Jesus aponta para o perigo da riqueza que leva ao egoísmo e ao descuido pelo próximo, fecha o coração e impede de ouvir a proposta de salvação. Para fugir à escravidão vivida pelo rico iludido, é preciso abrir-se para a conversão que renova, para o amor ativo pelo próximo, e para os bens eternos.
Oração
Senhor meu Deus, sabeis como é fácil prender-nos aos bens da terra, imaginando que nos darão a felicidade, e fechando-nos para os irmãos. Agradeço os bens que me dais, mas peço que não me deixe prender nem iludir. Ajudai-me a usar de minhas posses e possibilidades para vos servir e ajudar meu irmão a crescer. Não posso muito, mas quero fazer tudo para que esta nossa sociedade seja mais justa. Amém.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Maria é levada ao Céu”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
A fé nos ensina
A festa da Assunção de Maria ao Céu, como a data de 15 de agosto, tem origem muito remota. Perto de Éfeso, agora em belas ruínas, há uma casa onde morou Maria com o apóstolo João. É uma tradição. Contudo os alicerces desta casa são do século Iº. Todos os anos, neste dia, há um grande movimento de peregrinos. Esses, em sua maioria, são muçulmanos que veneram Maria com muito afeto, pois é Mãe de Jesus. O povo cristão tem como doutrina de fé que “Maria, ao término de sua vida terrena, foi levada ao Céu em corpo e alma”. O dogma da Assunção não está escrito na Bíblia, mas é Tradição que se apoia na Bíblia. Tradição é regra de fé. Pela Tradição cristã podemos saber qual a fé que a Comunidade cristã viveu desde o início. Tradição cristã não tem nada a ver com tradicionalismo. Tradicionalismo conserva o passado porque é do passado. A Tradição guarda a fé do passado. Os grandes teólogos santos da Igreja, que chamamos santos padres, pais de nossa fé, acataram e explicaram este dogma. A liturgia da Igreja sempre celebrou esta festa, desde os primeiros séculos. E por fim, o Magistério, segurança dada à Igreja na autoridade do Papa recebida por Pedro, confirmou oficialmente que este dogma é de fé. Ele não inventou. Para chegar a essa proclamação, o Papa Pio IX consultou também o povo de Deus. A fé do povo de Deus, em seu conjunto, também não erra. A Palavra de Deus na celebração é o fundamento do dogma. A liturgia nos mostra que a razão da Assunção é a Ressurreição de Jesus. Ela a realizou por completo. Jesus é o primeiro ressuscitado. Com a Assunção de Maria estamos garantidos: Todos ressuscitaremos. 
A Palavra nos instrui 
A leitura do livro do Apocalipse fala de um grande sinal que apareceu no Céu: “Uma mulher vestida de sol... Apareceu outro sinal: Um grande Dragão... que se colocou diante da mulher que estava para dar a luz, a fim de lhe devorar o filho” (Ap 12,1.3.5). A Igreja vê nessa mulher Maria. Ela está junto do Filho na glória da Ressurreição. Maria se tornou um sinal completo para o povo cristão. Ao cantar seu hino, o Magníficat (minh’alma glorifica o Senhor), Ela se faz modelo de quem acolhe a graça de Deus com humildade, reconhece o dom que recebeu, e estende a todos a misericórdia com que foi agraciada. Ela se tornou modelo acabado para os cristãos, pois todos participam de sua graça. 
E nos ensina a viver 
Ela proclama a misericórdia de Deus para com os necessitados. São os pobres de Javé que mantiveram vivas as promessas, creram nelas e sobreviveram. O texto mostra o estilo hebraico de salientar uma verdade pelos opostos. Lemos que Deus derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes, saciou de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias. Temos o costume de ver aí uma mudança social. Na verdade, parece que não há, pois não adianta mudar pobres em ricos e ricos em pobres. Ficou na mesma. O que podemos compreender? D. Helder dizia: “Nem ricos nem pobres, mas todos irmãos”. Podemos entender: Os que acolhem o dom de Deus são ricos de Deus; os que não acolhem, serão desprovidos de Deus. Tornam-se vazios, sem poder enriquecer os outros com o dom de Deus. Quem não tem Deus não tem capacidade de partilhar a vida, os bens e as esperanças. Somos chamados a ver em Maria um modelo. Não podemos nos esvaziar de Deus, pois não seremos transformadores da sociedade. 
Leituras: Apocalipse 11,19ª.12,1.3-6a.10ab; 
Salmo 44; 
1Coríntios 15,20-27a ; Lucas 1,39-56 
1. A festa e a data da celebração da Assunção de Maria têm origem remota. Em Éfeso há uma casa cuja tradição afirma que Maria viveu ali. É muito visitada pelos muçulmanos. A doutrina da Assunção nos é transmitida pela Tradição Cristã com base na Palavra de Deus. O Magistério infalível do Papa Pio IX confirmou o dogma, pois esta foi sempre a fé do povo de Deus. O fundamento da Assunção é a Ressurreição. 
2. A gloriosa mulher de que nos fala o Apocalipse é assumida pela Igreja como sendo uma figura de Maria. No seu Magníficat ensina que na humildade acolhemos a misericórdia de Deus como dom. 
3. Maria proclama a misericórdia de Deus para com os necessitados. Os pobres mantiveram vivas as promessas, creram nelas e sobreviveram. Derrubar os poderosos e mandá-los de mãos vazias, com fome, não é solução. A pobreza pior é a falta de Deus. Esta impede a partilha. Maria é modelo de vida. 
Aprendendo no colo da mãe. 
Maria é a Mãe de Jesus que é Deus. É também nossa mãe, pois somos irmãos de Jesus e assim, filhos de Deus. Celebramos o dia em que Ela foi levada ao Céu em corpo de alma. A Igreja não inventou essa verdade, mas aprendeu das primeiras gerações de cristãos que nos passaram pela Tradição da fé. A Igreja sempre acreditou nessa verdade. O Papa Pio IX confirmou, com o magistério, que é verdade de fé e não lenda. A Igreja, em sua liturgia, identifica Maria com a Mulher gloriosa do Apocalipse. A ressurreição de Jesus é o fundamento desta nossa fé. Ela é a primeira ressuscitada, como diz Paulo explicando a ressurreição: “Cristo é o primeiro, depois cada um segundo uma ordem determinada” (1Cor 15,23). Sua Assunção é garantia de que nós todos vamos ressuscitar. A primeira já foi. Maria coloca-nos no colo, diante de Deus, e nos ensina como ela cantou, a reconhecer Deus que age em nosso favor e transforma as realidades do mundo na misericórdia. 
Homilia da Solenidade da Assunção de Maria (19.08.2012)

EVANGELHO DO DIA 28 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Mateus 20,17-28. 
Naquele tempo, enquanto Jesus subia para Jerusalém, chamou à parte os Doze e, durante o caminho, disse-lhes: «Vamos subir a Jerusalém e o Filho do homem vai ser entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas, que O condenarão à morte e O entregarão aos gentios, para ser por eles escarnecido, açoitado e crucificado. Mas, ao terceiro dia, Ele ressuscitará». Então, a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com os filhos e prostrou-se para Lhe fazer um pedido. Jesus perguntou-lhe: «Que queres?». Ela disse-Lhe: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda». Jesus respondeu: «Não sabeis o que estais a pedir. Podeis beber o cálice que Eu hei de beber?». Eles disseram: «Podemos». Então Jesus declarou-lhes: «Bebereis do meu cálice. Mas sentar-se à minha direita e à minha esquerda não pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem meu Pai o designou». Os outros dez, que tinham escutado, indignaram-se com os dois irmãos. Mas Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem entre vós quiser tornar-se grande, seja vosso servo e quem entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso escravo. Será como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção dos homens». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Agostinho (354-430) 
Bispo de Hipona (norte de África), 
doutor da Igreja 
Dissertações sobre os Salmos, Sl 121
«Eis que subimos a Jerusalém» 
Nos «salmos de subida», o salmista aspira a Jerusalém e diz que quer subir. Subir para onde? Desejará ele alcançar o sol, a lua, as estrelas? Não. Deseja subir ao céu, onde se encontra a Jerusalém eterna, e onde vivem os anjos, nossos concidadãos (Heb 12,22). Aqui na terra, estamos exilados, longe deles. Ainda a caminho, neste exílio, suspiramos; ao chegar à cidade, estremeceremos de alegria. Durante a viagem, encontramos companheiros que já viram essa cidade e que nos encorajam a correr para ela. Eles inspiraram ao salmista uma exclamação de alegria: «Que alegria quando me disseram: vamos para a casa do Senhor!» (Sl 122,1). Iremos para a casa do Senhor: corramos pois, corramos, pois chegaremos à casa do Senhor. Corramos sem nos cansar; lá, não haverá cansaço. Corramos para a casa do Senhor e estremeçamos de alegria com aqueles que nos chamaram e que primeiro contemplaram a nossa pátria. Eles gritam de longe aos que os seguem: «Vamos para a casa do Senhor; caminhai, correi!» Os apóstolos viram essa casa e chamam-nos: «Caminhai, correi, segui-nos! Vamos para a casa do Senhor!» E o que responde cada um de nós? «Que alegria quando me disseram: vamos para a casa do Senhor!». Regozijei-me com os profetas, regozijei-me com os apóstolos, pois todos eles nos dizem: «Vamos para a casa do Senhor».

28 de fevereiro - Beato Timóteo (Stanislaw Antoni)

Precisamente hoje estamos a celebrar a vitória daqueles que, no nosso tempo, deram a vida por Cristo, deram a vida temporal para a possuir pelos séculos na sua glória. Trata-se de uma vitória particular, porque é compartilhada pelos representantes do clero e dos leigos, jovens e idosos, pessoas de várias classes e posições. Há sacerdotes diocesanos e religiosos, que morreram porque não quiseram abandonar o seu ministério, e aqueles que morreram servindo os companheiros de prisão, doentes de tifo; há pessoas que foram torturadas até à morte pela defesa dos judeus. No grupo dos Beatos existem irmãos religiosos e irmãs, que perseveraram no serviço da caridade e na oferta dos seus tormentos pelo próximo. Entre estes Beatos mártires contam-se também leigos. Hoje estes Beatos mártires são inscritos na história da santidade do Povo de Deus, peregrinante em terra polaca há mais de mil anos. 
Papa João Paulo II - Homilia de Beatificação – 13 de junho de 1999

28 de fevereiro - Santas Marana e Cira

A Igreja hoje recorda a memória das santas Marana e Cira, virgens, que em Beréia, na Síria, viveram em um lugar estreito e fechado sem teto, e recebiam a comida necessária através de uma janela, mantendo sempre um absoluto silêncio. Tudo o que sabemos sobre as santas vem da "História Religiosa" de Theodoreto de Ciro, que as conheceu pessoalmente. Neste trabalho, o bispo e historiador eclesiástico nos traz exemplos do que era um vasto movimento ascético monástico na Síria, do qual nossas duas santas faziam parte. Segundo o autor, embora fossem ricas e tivessem recebido educação de acordo com sua condição, ou seja, embora estivessem preparadas para viver no mundo, as duas decidiram deixar tudo para se juntar à vida penitencial que alguns homens e mulheres da região tinham. Elas então construíram uma cela estreita, com apenas uma janela para receber a comida, e sem telhado, de modo que elas foram expostas às inclemências do sol e da chuva. Theodoreto elogia a bravura dessas mulheres no combate espiritual, notando que sua força supera a dos homens, que normalmente são considerados mais fortes. Elas usavam apenas uma túnica e dedicavam seu dia à oração. Elas passaram muitos anos nesse tipo de vida (Theodoreto as conheceu quando estavam reclusas por 42 anos).

SANTO HILÁRIO, PAPA

Hilário tomou parte da delegação pontifícia no Concílio de Éfeso, onde defendeu a supremacia da Sé de Roma. Como Papa, preocupou-se, sobretudo, com as rivalidades das Igrejas Orientais. Deve-se a ele a decoração da Basílica de Latrão. Foi sepultado no cemitério romano de Verano. 
Hilário (em latim: Hilarus ou Hilarius) 
(Sardenha, 415 — 28 de fevereiro de 468) 
Papa eleito em 19 de novembro de 461. 
Lutou pelos direitos da Igreja no Primeiro Concílio de Éfeso. Estabeleceu que para ser sacerdote era necessário possuir uma profunda cultura e que pontífices e bispos não podiam designar seus sucessores. Estabeleceu um vicariato na Espanha e fundou, em Roma, vários conventos para mulheres. Morreu após um pontificado de seis anos, três meses e dez dias. Foi sepultado na igreja de São Lourenço Fora dos Muros. É venerado como santo a 17 de novembro.

TORCATO DE GUIMARÃES Bispo, Santo entre os séculos VII e VIII

Bispo que parece ter sido enviado
 à Península Ibérica no I ou no II século. 
O seu corpo veio de Cádis 
quando da invasão muçulmana e 
foi depositado na igreja duma aldeia perto 
de Guimarães, que tomou o seu nome.
O corpo continua incorrupto.
Torcato nasceu no seio de uma família romana do nome de “Turquatus romanus”, que nesse longínquo tempo vivia em Guimarães, que alguns séculos mais tarde viria a ser a cidade berço do reino lusitano. Diz-se que desde a sua juventude deu mostras de grandes virtudes que o levaram a exercer funções de responsabilidade. Uma delas, que viria a ser determinante na sua vida, foi aquela de Arcipreste da Sé de Toledo, já então famosa. O seu comportamento neste cargo foi motivo de admiração e de respeito da parte dos grandes prín-cipes da Igreja de então que o nomearam Bispo de Iria Flávia, ou Padrão, diocese situada na actual Galiza. Para conseguir exercer o papel de bispo, rezou à Virgem Maria — da qual era muito devoto — e pediu-lhe que o ajudasse a ser um bom bispo e amigo dos pobres. A firmeza e a eloquência da sua doutrina e da sua sabedoria ressaltaram no XVI Concílio de Toledo, em 693, que o aclamou Arcebispo de Braga e pouco tempo depois do Porto e de Dume. A vida da região corria pelo melhor até que em 711 os árabes muçulmanos entrando pelo sul da península ibérica — comandados por Murça, general enviado por Tarik — começaram a conquistar aquelas terras, espalhando o culto a Alá e a Moamé em todas as regiões submetidas.

ROMÃO DE CONDAT Ermita, Abade, Santo século V

Primeiro eremita que existiu na França,
 num lugar entre a Suíça e a Borgonha, 
chamado Condat, onde foi também abade.
São Romão, que viveu no século V e foi o primeiro eremita que existiu na França. Natural de Borgonha, entrou bem cedo no célebre e mais antigo mosteiro da França, Ainay. Tendo aprendido os princípios da vida religiosa, retirou-se para a solidão, num lugar chamado Condat, entre a Suíça e Borgonha, onde mais tarde se lhe associou o irmão, Lupicino. Algum tempo viveram juntos, entregues às práticas reli-giosas, quando começaram a experimentar imper-tinentes perseguições do demónio, que procurou as-sustá-los de mil modos. Bastante incomodados com as artimanhas do inimigo, retiraram-se daquele lu-gar, em demanda de um outro. Surpreendidos pela noite, hospedaram-se na choupana de uma pobre mulher. Esta, sabendo do motivo da fuga, disse-lhes: “Fizestes mal em ter abandonado a vossa casa. Se tivésseis lutado com mais coragem e pedido sossego a Deus, teríeis vencido as insídias do demónio”. Enver-gonhados com esta advertência, voltaram ao lugar de onde tinham saído e de facto nunca mais o demónio os incomodou.

ANTÓNIA DE FLORENÇA Viúva, Religiosa, Beata 1401-1472

Nasceu em Florença, na Itália, em 1401. 
Quando tinha quinze anos, casou-se 
e logo em seguida teve um filho. 
Poucos anos depois seu marido faleceu. 
decidiu então ingressar a 
Ordem das Irmãs Terciárias Regulares. 
Pio IX aprovou seu culto no dia 17 de Setembro de 1847.
Nasceu em Florença, na Itália, em 1401. Quando tinha quinze anos, casou-se e logo em seguida teve um filho. Poucos anos depois seu marido faleceu. Para garantir um futuro ao filho, casou-se novamente, mas também este segundo marido veio a falecer alguns anos depois. Como seu filho já era grande e poderia sobreviver por sua própria conta, decidiu ingressar na Ordem das Irmãs Terciárias Regulares. Mais tarde ingressou no Convento de Santo Onofre, em Florença. Por ser bastante dedicada aos afazeres diários dentro do convento e o apoio espiritual que, generosamente, dedicava a suas irmãs de fé ganhou a admiração e respeito de todas e até mesmo as suas superioras. Algum tempo depois foi enviada para Foligno para pregar e transmitir sua dedicação a Deus. Depois seguiu para Áquila, mais precisamente para o Con-vento de Santa Isabel. Neste Convento teve como orientador espiritual São João de Capristano, quem, junto com São Bernardino de Sena, promovia a cha-mada “observância”. Antónia sentia a urgência de uma regra mais austera, de uma pobreza mais rígida, de uma abne-gação mais perfeita. Com a aprovação de Nicolau V, e a bênção de São João Capistrano, vigário Geral, em 1447 retirou-se com outras doze irmãs para o Mos-teiro Corpo do Senhor, lá onde elas pretendiam viver em pobreza absoluta e observar com muito rigor a regra de Santa Clara. Foi a superiora pelo resto de sua vida, sempre observando e respeitando as regras de Santa Clara. Faleceu aos 71 anos de idade, em 1472. A cidade de Áquila venera-a como santa desde a sua morte. 

DANIEL BROTTIER Sacerdote espiritano, Fundador, Beato 1876-1936

Sacerdote francês, da Congregação 
dos Missionários do Espírito Santo. 
Fundou uma casa para órfãos 
na região parisiense.
Daniel Brottier nasceu em 7 de Setembro de 1876 em La Ferré-Saint-Cyr, uma bonita aldeia não muito longe da cidade de Chambord no departamento de Loire-et-Cher. A casa onde ele nasceu ainda está de pé. Ficava perto do castelo onde seu pai era cocheiro para a Marquês de Durfort. Daniel sempre quis ser um padre, e comecei a aprender latim antes mesmo que ele frequentou a escola. Daniel fez sua primeira comunhão em 1886 na idade de dez anos, e entrou no seminário menor de Blois no ano seguinte. Seus companheiros de escola recordou-o como um alegre, extrovertido, menino, mesmo maldoso (espiègle), mas de bom coração. Em 1896, na idade de 20, ele fez um ano de serviço militar em Blois. Após longos anos de um padre do seminário, foi ordenado em 22 de Outubro de 1899 pelo Bispo de Blois Laborde.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 28 DE FEVEREIRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
28 – Quarta-feira – Santos: Justo, Romão, Serapião
Evangelho (Mt 20,17-28) “Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. Entre vós não deverá ser assim.”
Já no tempo de Jesus as autoridades oprimiam os povos. É praticamente não se faz nada para mudar isso. Não devemos dominar, seja na família, na sociedade e muito menos na igreja. Muitos procuram de fato fazer isso, e são grandes porque servem. Nem sempre, porém, nos lembramos que devemos pensar, falar e agir para que na família, na sociedade e na igreja não haja nenhum tipo de abuso e dominação.
Oração
Senhor Jesus, faz tanto tempo que dissestes que entre nós ninguém deve usar a autoridade e o poder para se impor, dominar e se fazer de grande. E ainda não aprendemos. Ainda agora Francisco, nosso papa, está a nos convidar para uma profunda conversão. Socorrei-me, Senhor, dai-me coragem de mudar meu modo de ser na família, sociedade e igreja. E coragem também para pedir mudanças, Amém.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Ser alimento”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Fé é vida
 
Crer é receber a Vida eterna que dura para sempre e não se esgota. Quanto mais vive, mais ela cresce. Vida eterna é participação na Comunhão do Pai, do Filho e do Espírito. Esta comunhão de mútua doação é sua Vida. Estar unido Um ao Outro constitui a Trindade. A Vida eterna não é para um futuro, mas está presente já e agora em atuação permanente. Ter fé não é só acolher uma verdade, mas é acolher a Vida, pois Deus habita naquele que Nele crê e O ama. Diz Jesus: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e meu Pai o amará e a ele viremos e nele estabeleceremos nossa morada” (Jo 14,23). Jesus mora em nos como Vida: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Tendo a Vida de Jesus em nós não estamos ligados só a Ele, mas, estamos em união aos outros. Esta Vida para ser a verdadeira, tem que ser vida que se doa para que haja Vida. Participamos com Ele de sua missão: “Eu vim para que tenham Vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Ter a Vida que Jesus dá, é dar-se como Vida. As pessoas não precisam de coisas, querem vida. A transmissão da vida a outros não se reduz a ensinar mas comunicar capacidade de viver, pois formamos o Corpo de Cristo e há comunicação de vida como num corpo físico. Se um membro está bem, todos estão bem com Ele. A fé cristã recusa todo tipo de individualismo e puro subjetivismo. O Eu só é completo em D-eu-s. Ele é sempre comunhão, participação e doação. Não sentimos a vida da fé. Sentem-na os que percebem que a fé em nós é habitação de Deus e entrega de amor, como o fez Jesus. 
Vida é multiplicar-se 
Esta reflexão procura compreender o milagre da multiplicação dos pães que não foi um mero distribuir pão de graça num piquenique mal preparado. Ela é um ensinamento sobre Jesus, de modo particular em seu mistério da Eucaristia na Ceia e realizado no Calvário e coroado de glória na ressurreição. Os ouvintes não entenderam, por isso se retiraram. Pedro afirma a Jesus: “Senhor, a quem iremos? Tens palavras de Vida eterna e nós cremos e reconhecemos que és o Santo de Deus” (Jo 6,68-69). Na profissão de fé, em nome dos outros discípulos, Pedro assume o milagre como sua missão. De agora em diante nós multiplicaremos a vida para que cesse toda fome. Esta multiplicação são as imensas obras de solidariedade na caridade que tantos fazem, tanto espiritual como humana. Fazem da Eucaristia uma escola e uma fonte de Vida para dar Vida. É aqui que podemos compreender que, quando comungamos sem esses sentimentos não distinguimos o Corpo do Senhor, como nos escreve Paulo. Quem comunga, recebendo o Corpo do Senhor, e não se abre para multiplicar a vida e os meios de vida, não vai crescer na fé. Comungar para si não é o que Jesus quis. Comunhão é também com aqueles com os quais Deus se comunica. 
Alegres na doação. 
O povo ficou feliz com o milagre. Jesus também, pois o fez em abundância. A alegria da multiplicação invade nosso coração quando nos doamos assumindo a decisão de estar sempre repartindo o Pão que é Jesus e o pão que nos leva a Jesus. O povo no deserto se alegrou com aquela chuva, pão vindo do céu. Nós nos alegramos com torrente de graças que vem do Cristo, pão repartido. Mergulharemos nas águas da graça de Deus quando virmos os rostos felizes dos necessitados sentido-se amados por Deus através de nós. Isso acontece já em nosso dia a dia. Convém, contudo estar atento a não perder esta alegria.
ARTIGO PUBLICADO EM AGOSTO DE 2012

EVANGELHO DO DIA 27 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Mateus 23,1-12. 
Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam os filactérios e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por mestres. Vós, porém, não vos deixeis tratar por mestres, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na Terra, não chameis a ninguém vosso pai, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por doutores, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santa Catarina de Sena (1347-1380) 
Terceira dominicana, doutora da Igreja, 
copadroeira da Europa 
Diálogos, cap. 4 
«Quem se humilha será exaltado»
[Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe:] Pedes-Me para Me conhecer e Me amar, a Mim, que sou a Verdade suprema. Eis a via para quem quer chegar a conhecer-Me plenamente e apreciar-Me, a Mim, que sou a Verdade eterna: não saias nunca do conhecimento de ti e, abaixada no vale da humildade, em ti mesma Me conhecerás. E a este conhecimento irás buscar tudo o que te falta, tudo o que te é necessário. Nenhuma virtude tem vida em si própria, se a não tira da caridade; ora, a humildade é a senhora e a governanta da caridade. No conhecimento de ti mesma, tornar-te-ás humilde, pois verás que nada és por ti e que o teu ser vem de Mim, uma vez que Eu vos amei antes mesmo de terdes existido. Foi devido a este amor inefável que tenho por vós que, querendo recriar-vos pela graça, vos lavei e recriei no sangue derramado pelo meu Filho único com tão grande fogo de amor. Só este sangue dá a conhecer a verdade àquele que tiver dissipado a nuvem do amor-próprio através do conhecimento de si. Com este conhecimento de Mim, a alma abrasa-se com um amor inefável e, devido a este amor, experimenta uma dor contínua. Não é uma dor que a aflija ou a seque (longe disso, pelo contrário, fecunda-a); mas, uma vez que conheceu a minha verdade, as suas próprias faltas, e a ingratidão e cegueira do próximo, sente uma dor intolerável. Aflige-se apenas porque Me ama; se não Me amasse, não se afligiria.

São Besas Mártir 27 de fevereiro

Durantea perseguição a Décio, o cristão Juliano e seu servo Cronio/Euno foram martirizados em Alexandria. Um soldado chamado Besas, que repreendeu os plebeus que insultavam os mártires, foi denunciado, preso e decapitado. Seu martírio foi registrado em diferentes martirológios, mas com datas e denominações diferentes. 
Martirológio Romano: No mesmo lugar, Santa Besas, mártir, que, como soldado, tentando conter aqueles que insultavam os mártires anteriores, foi denunciado ao juiz e, permanecendo firme na fé, foi decapitado.

27 de fevereiro - Beato Mark Barkworth

Mark Barkworth nasceu em 1572 em Searby, Lincolnshire. Ele estudou por um período em Oxford, embora não haja notícias de sua permanência lá. Ele foi recebido na Igreja Católica em Douai em 1593 por um jesuíta flamengo, o padre George, e entrou no colégio local, onde os candidatos para o sacerdócio inglês estavam estudando para retornar como missionários para sua terra natal. Por causa de uma epidemia de peste, foi enviado para Roma em 1596 e de lá para o Real Colégio de Sant'Albano em Valladolid, na Espanha, onde entrou em 28 de dezembro de 1596. Dizem que, enquanto viajava, teve uma visão de São Bento de Nurcia, que profetizou que morreria mártir com o hábito beneditino. Ordenado sacerdote no Colégio antes de julho de 1599, ele voltou como missionário na Inglaterra, juntamente com o padre Thomas Garnet. Ao longo do caminho, ele ficou no mosteiro beneditino de Hyrache em Navarra, onde seu desejo de se juntar à Ordem foi realizado: ele se tornou um Oblato Beneditino, obtendo o privilégio de emitir sua profissão no momento da morte. Fugindo dos huguenotes, ele foi preso enquanto ele estava chegando a sua cidade natal e jogado na prisão de Newgate, onde permaneceu por seis meses; de lá, ele foi transferido para a prisão de Bridewell.

27 de fevereiro - Santa Ana Line

Desde a instauração do anglicanismo pelo rei Henrique VIII, em 1531, os países da Comunidade Britânica viviam dias difíceis. Os católicos eram perseguidos, os sacerdotes ou eram expatriados ou condenados à morte. Muitos retornavam clandestinamente a Inglaterra para dar assistência religiosa aos leigos e corriam o risco de serem presos e condenados. Vários mosteiros e igrejas foram queimados. Foram anos de intensa perseguição e muitos foram os mártires da Fé católica, leigos e eclesiásticos. Tal situação perdurou ainda pelo século XVII. Ana viveu nesta época. Ela nasceu no ano de 1567 em Dunmow, no Condado de Essex, segunda filha de William Heigham de Dunmow, e de Ana Alien. Ana havia se convertido ao catolicismo junto com seu irmão William. Depois de tentar sem sucesso fazê-la apostatar, o pai, um abastado e rigoroso calvinista, deserdou-a e ao irmão, e expulsou-os de casa. Pouco tempo depois, provavelmente em 1586, Ana desposou Roger Line, ele também um jovem católico convertido, deserdado pelo mesmo motivo. Mas Ana logo ficou sozinha e sem recursos, porque seu esposo e seu irmão foram presos quando assistiam à Missa, naquele tempo uma grave transgressão. Depois de pagarem uma multa, foram banidos do país. Roger foi para Flandres onde recebia uma pequena pensão do Rei da Espanha, parte da qual enviava para a esposa em Londres.

LEANDRO DE SEVILHA Bispo, Santo + 600

Nasceu em Cartagena, na Andaluzia. 
Sendo monge, foi nomeado bispo de Sevilha. 
Amigo de São Gregório Magno
Nasceu em Cartagena este grande Bispo da Espanha, defensor impertérito dos interesses da Igreja. Como ele, foram canonizados seus irmãos Fulgêncio e Isidoro e sua irmã Florentina. Já na mocidade gozava Leandro S. Leandro de Sevilha, Bispofama de grande sábio. Este renome ainda cresceu com a entrada para a Ordem de S. Bento, em Hispalis. Cumpridor consciencioso de todos os deveres, em pouco tempo Leandro se tornou modelo de religioso perfeito. Morto o Bispo de Sevilha, foi ele eleito sucessor do mesmo. Reinava naquele tempo Leo-vegildo, fautor e protector da seita ariana, e inimigo dos católicos. Foi sempre a maior diligência de S. Leandro confirmar na fé os católicos e chamar os hereges ao aprisco do Bom Pastor. Grande consolação trouxe-lhe a conversão do prín-cipe real mais velho, Hermenegildo, que mais tarde, em testemunho da fé, sofreu o martírio. Os resul-tados estupendos que teve, na propaganda entre os hereges, mereceram-lhe o ódio profundo dos arianos, os quais, por diversas vezes tentaram matá-lo; se não conseguiram seu intento, foi por uma protecção divina visível. Sempre alcançaram do rei, amigo e fautor da seita, que Leandro e o irmão Fulgêncio fossem desterrados do reino.

São João Abade de Gorze 27 de fevereiro

Abade em Gorze onde o seu predecessor 
o obrigou a moderar as suas penitências. 
Este Santo foi encarregado duma missão 
junto do rei muçulmano de Córdova.
Nascido na Lorena, completou os primeiros estudos em Metz e Saint-Mihiel. Quando seu pai morreu, ele teve que cuidar dos bens da família. Fundou um grupo de monges regulares e recebeu a Abadia de Gorze, que restaurou. Foi enviado em missão pelo califa de Córdoba e com a morte de Einoldo tornou-se abade de Gorze. Ele morreu em 976.
Etimologia: João = o Senhor é beneficente, dom do Senhor, do hebraico 
Emblema: Equipe pastoral 
João de Gorze, nascido na Lorena, filho de ricos agricultores por volta de 900, completou seus primeiros estudos em Metz e Saint-Mihiel. Com a morte do pai, foi obrigado a cuidar da administração dos bens da família. Quando seus irmãos puderam assumir essa função, ele foi nomeado pároco de uma igreja por um senhor vizinho. Mais tarde, João entrou em contato com o mosteiro feminino de São Pedro de Metz, onde ficou impressionado com a devoção de uma jovem freira que usava saco. A partir desse momento decidiu dedicar-se à penitência e ao estudo, e com alguns companheiros fundou um grupo de monges regulares. Em 933, João recebeu do bispo de Metz a abadia de Gorze, que se encontrava em estado de abandono.

GREGÓRIO DE NAREK Religioso, Santo ca. 951-1003

Monge, Doutor de Igreja arménia.
São Gregório de Narez nasceu provavelmente em 951, no seio de uma família toda ela entregue ao serviço da Igreja da Arménia. Seu pai, o Bispo Khosrow escreveu diversos livros sobre teologia. Seu tio materno dirigiu durante anos o Mosteiro de Narek, situado a sul do lago de Van. Ali também Gregório irá passar a maior parte da sua vida, onde também ensinou e onde morreu, por volta de 1003. Foi teólogo, poeta e filósofo. Pelo fim da sua vida, este grande místico escreveu em língua arménia clássica um poema intitulado Livro das Lamentações, obra-prima da poesia arménia medieval. Para o fazer, o mestre tinha ido buscar a língua litúrgica e deu-lhe uma nova forma, remodelada e simplificada. Redigiu também odes a Maria, cânticos e panegíricos. A sua influência marcou os mais importantes poetas da literatura arménia e a sua obra é considerada um dos cumes da literatura universal.
(*)Andzevatsik, Türkiye, por volta de 950
(+)Narek, Türkiye por volta de 1005 
O monge Gregório de Narek foi um ilustre teólogo, poeta e escritor religioso armênio. Suas obras incluem um comentário ao Cântico dos Cânticos, numerosos panegéricos (incluindo um em homenagem a Nossa Senhora) e uma coleção de 95 orações em forma poética chamada "Narek" em homenagem ao mosteiro onde viveu. A sua teologia apresenta aspectos importantes da Mariologia, incluindo o pré-anúncio do dogma da Imaculada Conceição, proclamado mais de oitocentos anos depois.Em 12 de abril de 2015, o Papa Francisco declarou-o "Doutor da Igreja universal" com a Carta Apostólica "quibus sanctus Gregorius Narecensis Doutor Ecclesiae universalis renuntiatur ”. Em 2021, o mesmo Pontífice inscreveu São Gregório de Narek no Calendário Romano Geral no dia 27 de fevereiro com o grau de memória facultativa. 
Martirológio Romano: No mosteiro de Narek, na Armênia, São Gregório, monge, doutor dos armênios, famoso por sua doutrina, escritos e ciência mística.

GABRIEL DE N. S. DAS DORES Seminarista passionista, Santo 1838-1862

Jovem passionista em Morrovalle (Itália). 
Morreu aos vinte anos e é o padroeiro dos 
jovens seminaristas, noviços e escolásticos.
Gabriel de Nossa Senhora das Dores, a quem Leão XIII chamava o São Luís Gonzaga de nossos dias, nasceu em Assis a 1 de Março de 1838, filho de Sante Possenti di Terni e Inês Frisciotti. No mesmo dia que viu a luz do mundo, recebeu a graça do baptismo, na mesma pia, em que foi baptizado o grande patriarca S. Francisco, na Igreja de S. Rufino. O pai do Santo, já com vinte e dois anos era governa-dor da cidade de Urbânia, cargo que sucessivamente veio a ocupar em S. Ginésio, Corinaldo, Cingoli e Assis. Como um dos magistrados dos Estados Pontifícios, gozava de grande estima do Papa Pio IX e Leão XIII honrava-o com sua sincera amizade. A mãe era de nobre família de Civitanova d’Ancona. Estes dois cônjuges apresentavam modelos de esposos cristãos, vivendo no santo temor de Deus, unidos no vínculo de respeito e amor fidelíssimo, que só a morte era capaz de solver. Deus abençoou esta santa união com treze filhos, dos quais Gabriel era o undécimo. Este, no baptismo recebeu nome de Francisco, em homenagem a seu avô e ao Seráfico de Assis.

FRANCISCA ANA DA VIRGEM DAS DORES Religiosa, Fundadora, Beata (1781-1855)

Religiosa espanhola. 
Fundou, aos setenta anos uma nova 
Congregação dedicada à caridade
 e ao ensino do catecismo.
Francisca Ana, chamada habitualmente Francinaina, nasceu em Sencelles, Mallorca, Baleares, em 1º de Junho de 1781, sendo baptizada no mesmo dia; pertencia a uma família de camponeses. Desde pequena se sentia chamada a se consagrar a Deus na vida religiosa. Mas inúmeras e variadas dificuldades a impediram de fazê-lo, com muito pesar de sua parte. Cresceu como qualquer menina do povoado de então; como ajudava os pais e os três irmãos mais velhos nos trabalhos do campo e da casa, Francinaina não fez os estudos elementares. Analfabeta, aprendia o catecismo de memória; também aprendeu a costurar. Desde pequena se dedicava às devoções do Rosário, da Via Sacra, bem como à frequência na Comunhão. Pediu permissão para entrar em um convento, mas seu pai não aceitou, o que a fez se tornar terciária franciscana desde 1798, levando uma vida de religiosa em sua casa e em meio aos seus trabalhos seculares. Aos 26 anos, falecida sua mãe e também seus irmãos, Francinaina vivia junto a seu pai na casa familiar. Além de cuidar de seu pai, ela se encarregava de todas as tarefas do campo e domésticas. Em 1821, seu pai falece. Por ocasião de sua morte Francinaina tinha quarenta anos; ela reafirmou seu projecto de dedicar sua vida a Deus e aos demais.

MARIA DE JESUS DELUIL MARTINY Religiosa, Fundadora, Beata 1841-1884

Religiosa marselhesa, fundadora das 
Irmãs do Sagrado Coração de Jesus, 
para a adoração e reparação. 
Assassinada por um jardineiro, em Marselha.
Filha de um brilhante advogado e excelente católico, sua mãe era uma digna sobrinha bisneta da Venerável Ana Madalena Remuzat, a visitandina que durante a peste de 1720 havia conseguido que Marselha se consagrasse ao Coração de Jesus. Assim, a devoção ao Sagrado Coração era considerada "património familiar". Maria nasceu em Marselha a 28 de maio de 1841. Foi educada pelos pais e pelas religiosas da Visitação. Um dia as Irmãs contam suas travessuras ao Mons. de Mazenod, fundador dos Oblatos de Maria Imaculada (canonizado em 1995), que lhes responde: "Não se inquietem, são coisas de menina; verão que um dia será a Santa Maria de Marselha". Em 1848, após vários distúrbios, o rei Luís Felipe abdica. As ruas tranquilas de Marselha, cidade cheia de recordações de São Lázaro, Santa Marta e Santa Maria Madalena, foram invadidas pelo ódio revolucionário. Maria tinha apenas 7 anos. Aproveitando-se da distracção momentânea dos adultos, sai de casa para ver de perto o que está acontecendo. Chega até as barricadas feitas pelos soldados. Sem medo, aproxima-se e observa tudo com interesse. Alguns soldados a ignoram, outros sorriem diante de sua inocente e viva curiosidade. Um a toma pela mão e a reconduz a casa.

MARIA CARIDADE BRADER Religiosa, Fundadora, Beata 1860-1943

Franciscana suiça que exerceu 
o seu 
ministério no Equador e na Colômbia. 
Fundou a Congregação das 
Franciscanas de Maria Imaculada. 
Beatificada em 2003.
Maria Caridade Brader é também conhecida como Maria Josafá Carolina Brader, Madre Caritas, Maria Caridade do Amor do Espírito Santo. 
Nasceu em 14 de agosto de 1860 em Kaltbrunn, Suíça como Maria Josafa Carolina Brader. Filha única de José Sebastião Brader e Maria Anna Carolina Zahner. Educada em uma família piedosa, ela era conhecida como uma menina muito inteligente e recebeu a melhor educação que os seus pais podiam dar. Seus pais tinham grandes planos para o seu futuro, mas em vez de continuar os estudos ela sentiu um forte chamado para a vida religiosa e entrou para o convento franciscano em Maria Jilf, Alstatten em 1º de Outubro de 1880, tomando o nome de Maria da Caridade do Amor de Espírito Santo, e fez seus votos definitivos em 22 de Agosto de 1882. Ela foi inicialmente designada como professora. Quando foi possível para as irmãs em clausura se tornarem missionárias, irmã Caritas, como era co-nhecida, foi voluntária com outras 5 irmãs para trabalhar em Clone, no Equador em 1888. Ela trabalhou durante 6 anos como professora e catequista das crianças. Em 1893 foi transferida para Túquerres, Colombia onde as condições eram muito difíceis, mas ela superou todos as dificuldades em breve estava ensinando a fé aos pobres e desamparados.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 27 DE FEVEREIRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
27 – Terça-feira – Santos: Leandro de Sevilha, Valdomiro, Besas
Evangelho (Mt 23,1-12) “O maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.
Querer ser grande e importante é bom. Mas Jesus deixa claro que devemos procurar a verdadeira grandeza e a verdadeira importância, sem nos enganar com falsas grandezas. Devemos ser importantes para os outros, sendo útil para eles, colocando-nos a seu serviço. A verdadeira e única grandeza está na bondade, no amor, na disponibilidade, em sermos filhos de Deus e irmãos, servindo uns aos outros.
Oração
Senhor, afastai de mim o orgulho, a vaidade e a ambição. Ajudai-me a perceber que a verdadeira grandeza está em servir a vós e aos irmãos. Não permitais que eu use de minha posição – na família, na igreja, na firma – para tirar vantagem e me engrandecer às custas dos outros. Eu vos agradeço por todos aqueles que humildemente se dedicam a cuidar de mim, criando ambiente para que seja mais feliz. Amém.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Eu sou o Pão da Vida”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Quem crê, possui a vida eterna.
 
Crer é aderir a Jesus. Ter fé é ter a Vida. Só aceita Jesus quem foi atraído pelo Pai: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai”(Jo 6,43). A fé é um dom de Deus. Não é uma ideologia. Quando Pedro diz em outra passagem: “Tu és o Filho de Deus”, Jesus diz: “Não foi nem a carne nem o sangue que te revelaram isso, mas meu Pai que está nos céus” (Mt 16,17). Não aceitar a chamada de Deus é murmurar, isto é, pecar, afastando-se de Deus. Cremos em Deus porque O vemos em Jesus. Deus é invisível. Jesus no-Lo revelou, pois disse “Quem me viu, viu o Pai. Não crês que Eu estou no Pai e o Pai está em mim?” (Jo 14,8). Ir a Cristo pela fé já é possuir a Vida Eterna. Vida eterna é a participação da Divindade, por isso não morre mais. É o alimento que dura para sempre. Jesus fez a comparação com o maná que os judeus comeram em sua caminhada do deserto durante 40 anos. O povo havia murmurado contra Deus porque não tinha o que comer. Murmurar é recusar. Diante das palavras de Jesus, também “os judeus começaram a murmurar a respeito do que Ele havia dito: ‘Eu sou o pão que desceu do céu’”. No deserto, eles comeram o maná e morreram como os mortais. Morreram, pois quem deu o alimento foi Moisés. Quem dá o verdadeiro pão do céu é o Pai e esse pão é Jesus que desceu do céu e deu vida ao mundo (Jo 6,32-33). Quem se alimenta de Jesus pela fé, tem a Vida. 
Quem dele come, nunca morrerá 
“E eu o ressuscitarei” (44). Quem comer deste pão viverá eternamente (51), pois Ele diz: “Eu SOU o Pão da Vida” (46). Não morrer significa ter vida nova em Cristo, pois para quem vive Nele, a passagem pela morte não é um rompimento, mas a continuação em outra dimensão. Moisés deu aos judeus, o Maná, pão que veio do céu. Mas, afirma Jesus que eles comeram e morreram. Agora “é meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. O pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo” (32). Crer é ter Vida, pois Jesus disse: “Eu sou o Caminho a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Com esse discurso explica que Ele é alimento pela fé e pelo pão, por isso manda procurar o pão do céu. Crer é também receber o pão que Jesus nos deu na Ceia e mandou que fizéssemos o mesmo. Recebendo este pão e este vinho - Corpo e Sangue do Senhor -, recebemos também a vida eterna e temos a garantia da Ressurreição. Não basta só receber, é preciso receber na fé. A fé nos dá a Vida e a vida do fiel será coerente com a prática do bem. Paulo nos estimula a “sermos imitadores de Deus, como filhos que Ele ama” (Ef 5,2), como Jesus.
Símbolo que é uma verdade 
Na Eucaristia temos antes da comunhão um rito que passa despercebido. O padre toma a hóstia parte em duas partes e, de uma das partes, toma um pedacinho e põe no cálice com o vinho consagrado. Não significa fazer a união do Corpo e do Sangue de Cristo porque Ele está todo inteiro em cada um dos elementos. O importante é o gesto de partir. A própria Eucaristia já teve esse nome de Fração do Pão (Fractio Panis). Jesus partiu o pão e repartiu. É gesto fundamental no qual quis significar sua vida repartida para que todos tivessem vida. Assim, quem participa da Eucaristia assume esse projeto de repartir a vida. O símbolo realiza em Jesus e em nós esta verdade que é a salvação. Esse pão sustenta a caminhada, como Elias que comeu o pão e andou 40 dias e 40 noites até o monte de Deus (1Rs 19,8). O mesmo acontece a quem comunga: tem força na caminhada. 
Leituras: 1 Reis 19,4-8;Salmo 33; 
Efésios 4,30-5,2; João 6,41.51 
1. Crer em Jesus é ter sido atraído pelo Pai à fé. Murmurar como fizeram os judeus é recusar, isto é, pecar. Ir a Cristo é ter a Vida Eterna. Esta é a participação da Divindade, por isso não morre mais. Os judeus comeram o maná e morreram. Quem crê em Jesus come o pão verdadeiro que dá a vida eterna. 
2. Quem come deste pão viverá eternamente. Crer é ter Vida: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Crer também é receber o pão que Jesus nos deu na Ceia. Ao receber o Pão e o Vinho consagrados temos a vida eterna e a ressurreição. Dá a vida para ser coerente com a prática do bem.
3. O rito de partir o pão na Eucaristia significa o gesto fundamental de Jesus de repartir sua vida para que todos tivessem vida. Quem participa da Eucaristia assume esse projeto de repartir a vida. O gesto simboliza e realiza a salvação. Esse pão sustenta a caminhada, como a Elias. 
Eta pãozinho bom! 
A Bíblia conta um caso do profeta Elias que foi alimentado com um pão dado pelo anjo. Na força daquele pão, andou 40 dias até o monte Horeb para o encontro com Deus. Encontrar Deus é retomar o caminho da fé. Quem crê em Jesus come o Pão da Vida eterna. Comer o Pão da Vida é o mesmo que crer. Esse pão é sua carne dada para a vida do mundo. Sua carne é seu corpo. Para crer em Jesus é preciso ser atraído pelo Pai. Jesus nos revela quem é o Pai. Comer o Pão da vida, a carne de Jesus é aceitá-lo como vida e salvação, vida de Deus em nós. 
Homilia do 19º Domingo Comum (12.08.2012)