Evangelho segundo São Lucas 9,43b-45.
Naquele tempo, estavam todos admirados com tudo o que Jesus fazia. Então Ele disse aos discípulos:
«Escutai bem o que vou dizer-vos. O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens».
Eles, porém, não compreendiam aquelas palavras; eram misteriosas para eles e não as entendiam. Mas tinham medo de O interrogar sobre tal assunto.
Tradução litúrgica da Bíblia
Teólogo dominicano, doutor da Igreja
Comentário sobre a Epístola aos Gálatas, 6
O nosso título de glória é o Filho do Homem,
entregue nas mãos dos homens
«Quanto a mim, Deus me livre de me gloriar a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo», diz São Paulo (Gal 6,14). Repara, observa Santo Agostinho: onde o sábio segundo o mundo julga encontrar a vergonha, aí descobre o apóstolo Paulo um tesouro; pois aquilo que para outros é loucura, para ele é sabedoria (cf 1Cor 1,17s) e título de glória.
Com efeito, cada um retira a sua glória daquilo que, a seus olhos, o torna grande; se julga ser importante por ser rico, glorifica-se nos seus bens. Mas aquele que não encontra grandeza senão em Jesus Cristo põe a sua glória apenas em Jesus; assim era o apóstolo Paulo, que dizia: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gal 2,20). Por isso, só se gloria em Cristo, e sobretudo na cruz de Cristo, na qual estão reunidos todos os motivos de glória que um homem pode ter.
Há quem retire a sua glória da amizade com os grandes e poderosos; Paulo, porém, apenas tem necessidade da cruz de Cristo, onde descobre o sinal mais evidente da amizade de Deus: «Assim demonstrou Deus o seu amor para conosco: Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores» (Rom 5,8). Nada manifesta tão bem o amor de Deus para conosco como a morte de Cristo. «Oh, testemunho inestimável do amor!», exclama São Gregório. «Para resgatar o escravo, entregastes o Filho!».
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