Estas palavras do profeta Isaías, propostas na primeira Leitura, foram lidas por Jesus na sinagoga de Nazaré no início da Sua atividade pública: O Espírito do Senhor repousa sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu. Enviou-Me a levar a boa nova aos que sofrem; a curar os de coração despedaçado, a anunciar a anistia aos cativos, e a liberdade aos prisioneiros; proclamar um ano de graça da parte do Senhor. Naquele dia, na sinagoga, Jesus anunciou o seu cumprimento: o Espírito Santo consagrara com a unção precisamente a Ele, em vista da Sua missão messiânica. Mas aquelas palavras têm um valor que se estende também a todos aqueles que são chamados e enviados por Deus para continuar a missão de Cristo. Elas, portanto, podem referir-se certamente também a João de Dukla, que hoje me é dado incluir entre os Santos da Igreja.
Dou graças a Deus, porque a canonização do Beato João de Dukla pode ter lugar na sua terra natal. O seu nome e juntamente a glória da sua santidade estão unidos para sempre a Dukla, pequenina ainda que antiga cidade, situada aos pés do monte Cergowa e da cadeia de montanhas do Beskid Central.
João de Dukla é um dos muitos Santos e Beatos que cresceram na terra polaca, no decurso dos séculos XIV e XV. Todos estavam ligados à Cracóvia régia. Atraía-os a Faculdade de Teologia de Cracóvia, surgida por obra da Rainha Edviges, por volta do final do século XIV. Animavam a cidade universitária com o sopro da sua juventude e da sua santidade, e dali dirigiam-se para o Leste. As suas estradas levavam, antes de tudo, a Lviv, como no caso de João de Dukla, que transcorreu a maior parte da sua vida naquela grande cidade, centro ligado à Polónia por vínculos muito estreitos, especialmente a partir dos tempos de Casimiro, o Grande. São João de Dukla é o padroeiro da cidade de Lviv e de todo o território circunstante.
Papa João Paulo II – Homilia de canonização – 10 de junho de 1997
João nasceu em Dukla, próxima dos montes Cárpatos, na Polônia em 1414. Muito jovem ingressou na Ordem dos Frades Menores. Ordenado sacerdote, distinguiu-se por seu zelo e prudência, tanto que mereceu ser colocado em postos de responsabilidade. Foi várias vezes guardião e superior em Krosno e em Leópoli, onde também foi custódio de todos os conventos daquela Província, fato particularmente importante, dada a vizinhança dos territórios ortodoxos e o caráter missionário destes conventos.
Naquele tempo, os franciscanos polacos estavam unidos com os checos em uma só Província. Por sua inclinação à vida contemplativa, obteve dos superiores permissão para viver em conventos onde se observava com maior rigidez a Regra Franciscana. Setores especiais de sua vida foram o confessionário e o púlpito. Ao ficar cego, não podendo preparar as pregações, tinha a ajuda de um noviço que lia alguns textos sagrados sobre os quais preparava suas homilias.
Chegou aos 70 anos quando Deus quis premiá-lo com a glória do céu. João faleceu no dia 29 de setembro de 1484.
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