PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 46 ANOS SACERDOTE |
O tempo de Natal, é bom repetir, é a oportunidade de fazer memória da manifestação do Senhor. Ele veio para todos. As narrativas evangélicas, como também as celebrações, querem acentuar esse elemento fundamental e primeiro do Mistério Pascal de Cristo: a revelação de Deus a todos os povos através do próprio Filho. “Muitas vezes e de muitos modos falou Deus, outrora, aos nossos pais pelos profetas; agora ... falou-nos através do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e pelo qual fez os séculos” (Hb 1,1-2). Esta manifestação foi feita aos humildes pastores no Natal, aos povos na pessoas dos Reis, aos judeus no batismo de Jesus e aos discípulos em Caná ou apontado por João, como comemoramos no 2º domingo do tempo comum. Na celebração dos Magos o texto do evangelho de Mateus mostra que se realiza a profecia de Isaías. O profeta diz de uma futura recuperação de Jerusalém. Para ela acorrerão os povos. Jesus é a razão desta glória. O salmo completa a reflexão da primeira leitura mostrando que a luz que ilumina Jerusalém é o Menino nascido em Belém, terra do Rei Davi, do qual é descendente. “Chegou a tua luz...” proclama o profeta. “Os Magos procuraram o rei dos Judeus que acabava de nascer” (Mt 2,2). Responderam: “ Em Belém, pois está escrito...” (Mt 2,1-6). A visita dos magos é a realização da profecia que abre a todos os povos os tesouros que foram confiados ao povo de Israel para ser anunciado a todos. Paulo, na carta aos Efésios declara que sua missão é de anunciar que os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo e são associados à mesma promessa em J.Cristo, por meio do Evangelho (Ef 3,2-6).
Acolhida dos povos.
A profecia de Isaías torna-se realidade no mundo a partir da pregação dos apóstolos. Não mais os judeus são depositários da herança de Deus, mas todos os povos podem participar em plenitude. Infelizmente, depois de 2.000 anos ainda temos uma imensa humanidade que não recebeu ainda este anúncio. No correr da história, contudo, povos e mais povos tem se alegrado com o anúncio: “vimos adorar o rei que acaba de nascer”. Tantas raças, povos e línguas professam sua fé em Jesus. Ainda temos que anunciar. O modo de evangelização variou no correr da história. No momento, em lugar de buscar novas formas, estamos esfriando o ardor missionário. Uma Igreja que não anuncia se debilita. Pode ser que nossa fé não seja suficiente para entusiasmar à missão. A Igreja está se embaraçando e se perdendo em ritualismos e legalismo.
Os reis e a folia.
Em muitos países, há belas festas populares neste dia de Reis, dia da Epifania. É um belo sinal de que o anúncio penetrou a cultura e faz parte da vida do povo, mesmo ficando só no folclore. Quem sabe devamos partir mais da cultura para evangelizar as pessoas que não conhecem o Evangelho ou dele se esqueceram. Deve ser claro o anúncio: “Nós vimos sua estrela no Oriente e vimos adorá-lo”. Nós precisamos parar diante do Presépio e com humildade acolher a luz do Filho de Deus encarnado.
Leituras: Isaías 61,1-6; salmo 72;
Efésios 3,2-3.5-6; Mateus 2,1-12.
Ficha:
1. No tempo do Natal celebramos a manifestação do Senhor que se dá em 4 momentos: no presépio aos pastores, em Belém aos Magos, no rio Jordão aos judeus e em Caná ou por João aos seus discípulos. É Deus que se revela através do Filho. Paulo considera sua missão pessoal abrir aos povos esta revelação.
2. Houve uma acolhida por parte de tantos povos. Mas ainda é preciso anunciar, pois muitos não O conhecem ou se esqueceram dEle. O modo de evangelizar foi diferente de época para época. No momento, em lugar de anunciar, a Igreja se preocupa muito com ritos e leis. Sinal de debilidade e risco de perder o ardor missionário.
3. Em muitas culturas, a figura dos Magos penetrou o folclore. É bom e é um estímulo a usarmos mais a cultura na evangelização. É preciso ser claro: Vimos sua estrela no Oriente e vimos adorá-lo. Nós precisamos parar diante do presépio e com a humildade dos sábios acolher essa luz que fulge no Filho de Deus Encarnado.
Homilia da festa a Epifania
EM JANEIRO DE 2005
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