quinta-feira, 23 de maio de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Alegria do amor”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
1786. Amplitude do coração 
Cada vez mais entramos no santuário do amor para compreender as riquezas insondáveis que Deus colocou no coração humano. Em cada nicho desse santuário novas belezas enriquecem a vida. Como o Papa Francisco nos ensina em sua Exortação Apostólica – Amoris Laetitia (AL) (Alegria do Amor) – aprendemos a ver as alegrias e riquezas do amor. Recomenda que “no matrimônio convém cuidar da alegria do amor. A alegria se distingue da busca desenfreada do prazer que não permite encontrar outros tipos de satisfações. “A alegria expande a capacidade de desfrutar e permite-nos encontrar prazer em realidades variadas, mesmo nas fases da vida em que o prazer se apaga… A alegria dilata a amplitude do coração. “A alegria matrimonial pode ser vivenciada mesmo em meio aos sofrimentos” (AL 126). “Esse amor de amizade chama-se caridade quando aprecia o valor sublime do outro” (AL 127). Esse valor vai além da beleza exterior e faz ver o desejo egoísta. É preciso sair de si para olhar com amor. Papa Francisco faz uma descrição da necessidade de olhar o outro. A ausência do olhar destrói o relacionamento e anula as pessoas. O olhar contemplativo na alegria se delicia com o bem do outro. A alegria renova-se no sofrimento. Depois do sofrimento se pode perceber o quanto valeu o amor na sua intensidade de acolhimento e de participação no sofrimento do outro. Papai dizia: “sua mãe foi uma grande companheira”. Ela dizia: “De vez em quando é preciso de por um pouco de água benta” isto é, deixar passar o momento difícil. 
1787. Casar por amor 
Faço uma observação pessoal: “muito casamento não dá certo porque a pessoa casa-se consigo mesma”. A união conjugal no sacramento do matrimônio é uma instituição que não prejudica o amor, diz o Papa. Certamente sabemos que o amor é muito mais que um consentimento externo, ou contrato, mas um modo de dar ao matrimônio uma configuração visível na sociedade e expressa a pertença de um ao outro. É um passo, uma definição de vida. É um sinal externo do compromisso interior. “Semelhante opção pelo matrimônio expressa a decisão real e afetiva de transformar dois caminhos em um só” (AL 132). O sim do matrimônio é a entrega sem reservas nem restrições. Há uma promessa que é expressão do desejo de se entregar totalmente pelo outro, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Ao dizer “eu te prometo ser fiel”, compreende a fidelidade não só de não buscar outra pessoa, mas de ser fiel no exercício de todos os dons do sacramento. Amar e respeitar são dons dessa entrega. As palavras não são pedido de compromisso do cônjuge, mas um compromisso pessoal. O compromisso é vida e não recitação de um texto. 
1788. Três palavrinhas só 
Papa Francisco, didaticamente, diz que bastam três palavrinhas para manter o amor sempre vivo: “com licença, obrigado, desculpa”. É o respeito pela individualidade do outro, o reconhecimento de sua pessoa, vida e a força de buscar sempre um caminho melhor quando se danificou o rotineiro. Assim poderá haver o crescimento no amor. Quando se diz de um casamento falido: “quebrou o cristal”, se está reconhecendo que não se casou por amor ao outro, mas pôs o outro a seu serviço. O amor é como uma planta que quando mais cresce, mais frutos dá. Todo amor é um apelo a um amor maior. Esse é o amor Divino. O amor nunca será perfeito. Será um caminho de constante crescimento. Como somos limitados, limitado é o amor. O limite não é uma cerca, mas um estímulo ao um crescimento maior. O limite é o infinito.

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