PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA-REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
1786. Amplitude do coração
Cada vez mais entramos no santuário do amor para compreender as riquezas insondáveis que Deus colocou no coração humano. Em cada nicho desse santuário novas belezas enriquecem a vida. Como o Papa Francisco nos ensina em sua Exortação Apostólica – Amoris Laetitia (AL) (Alegria do Amor) – aprendemos a ver as alegrias e riquezas do amor. Recomenda que “no matrimônio convém cuidar da alegria do amor. A alegria se distingue da busca desenfreada do prazer que não permite encontrar outros tipos de satisfações. “A alegria expande a capacidade de desfrutar e permite-nos encontrar prazer em realidades variadas, mesmo nas fases da vida em que o prazer se apaga… A alegria dilata a amplitude do coração. “A alegria matrimonial pode ser vivenciada mesmo em meio aos sofrimentos” (AL 126). “Esse amor de amizade chama-se caridade quando aprecia o valor sublime do outro” (AL 127). Esse valor vai além da beleza exterior e faz ver o desejo egoísta. É preciso sair de si para olhar com amor. Papa Francisco faz uma descrição da necessidade de olhar o outro. A ausência do olhar destrói o relacionamento e anula as pessoas. O olhar contemplativo na alegria se delicia com o bem do outro. A alegria renova-se no sofrimento. Depois do sofrimento se pode perceber o quanto valeu o amor na sua intensidade de acolhimento e de participação no sofrimento do outro. Papai dizia: “sua mãe foi uma grande companheira”. Ela dizia: “De vez em quando é preciso de por um pouco de água benta” isto é, deixar passar o momento difícil.
1787. Casar por amor
Faço uma observação pessoal: “muito casamento não dá certo porque a pessoa casa-se consigo mesma”. A união conjugal no sacramento do matrimônio é uma instituição que não prejudica o amor, diz o Papa. Certamente sabemos que o amor é muito mais que um consentimento externo, ou contrato, mas um modo de dar ao matrimônio uma configuração visível na sociedade e expressa a pertença de um ao outro. É um passo, uma definição de vida. É um sinal externo do compromisso interior. “Semelhante opção pelo matrimônio expressa a decisão real e afetiva de transformar dois caminhos em um só” (AL 132). O sim do matrimônio é a entrega sem reservas nem restrições. Há uma promessa que é expressão do desejo de se entregar totalmente pelo outro, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Ao dizer “eu te prometo ser fiel”, compreende a fidelidade não só de não buscar outra pessoa, mas de ser fiel no exercício de todos os dons do sacramento. Amar e respeitar são dons dessa entrega. As palavras não são pedido de compromisso do cônjuge, mas um compromisso pessoal. O compromisso é vida e não recitação de um texto.
1788. Três palavrinhas só
Papa Francisco, didaticamente, diz que bastam três palavrinhas para manter o amor sempre vivo: “com licença, obrigado, desculpa”. É o respeito pela individualidade do outro, o reconhecimento de sua pessoa, vida e a força de buscar sempre um caminho melhor quando se danificou o rotineiro. Assim poderá haver o crescimento no amor. Quando se diz de um casamento falido: “quebrou o cristal”, se está reconhecendo que não se casou por amor ao outro, mas pôs o outro a seu serviço. O amor é como uma planta que quando mais cresce, mais frutos dá. Todo amor é um apelo a um amor maior. Esse é o amor Divino. O amor nunca será perfeito. Será um caminho de constante crescimento. Como somos limitados, limitado é o amor. O limite não é uma cerca, mas um estímulo ao um crescimento maior. O limite é o infinito.
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