quarta-feira, 29 de maio de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Não desistir de rezar"

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Insistir na oração 
A antífona de entrada da celebração nos aponta um caminho para compreendermos o evangelho desse domingo: “Clamo a Vós, meu Deus, porque me atendestes… Guardai-me como a pupila dos olhos; à sombra de vossas asas abrigai-me” (Sl 16,6.8). O orante clama porque sabe que Deus é o socorro permanente. E diz que a meta da oração é ser guardado por Deus que é seu abrigo seguro. Dizer, acolher-me sobre as asas de Deus, lembra a Arca da Aliança que estava sob dois Querubins. Trata-se da presença de Deus. É ali que a oração nos conduz. A catequese de Jesus sobre a oração vai ao núcleo de nossas necessidades e de nossa fragilidade. Ao contar a parábola da viúva indefesa diante de um juiz que não atendia as pessoas, ensina que devemos rezar sempre e com insistência. A liturgia traz o livro do Êxodo que nos relata a oração de Moisés pela vitória de Israel sobre os amalecitas. Ele rezou com insistência, o dia todo. Na parábola estamos diante de um juiz iníquo que, pela insistência, cede às súplicas da viúva. Não tendo forças para pressioná-lo, tem a força da insistência. Quanto mais seremos ouvidos por Deus que sempre socorre seus escolhidos (Lc 18,7). A oração perseverante sempre obtem o resultado. Lembremos que Deus sabendo o que precisamos, mesmo antes de o pedirmos (Mt 7,7), saberá quando e como atender-nos. Na verdade, o que vale da oração não é o resultado do que pedimos, mas entrar em contato permanente com Deus que é mais que tudo o que possamos pedir. Somos mesquinhos, e queremos resolver só nossos problemas, quando Deus oferece soluções maiores. Jesus, conhecendo nossa fragilidade e falta de fé, sabe que não somos insistentes e firmes na fé quando rezamos. 
Rezar com o corpo 
Não saia do corpo para rezar só com a mente. O corpo faz parte de nossa totalidade. O espiritual e o corporal caminham juntos. Em sua história a Igreja sofreu influências de mentalidades do tempo e até as justificou. Houve desprezo do corpo, oprimindo-o para libertar a alma. Deus não fez nenhuma parte errada em nós. O mal ou o bem provém de nosso coração como disse Jesus. É uma opção pessoal que produz o mal. Nossas tendências podem ser educadas. Procurou-se castigar o burrinho que somos. Ele pode ser selvagem, mas pode ser educado e fica bom. Vemos Moisés rezando com os braços levantados. Se os abaixava, os judeus começavam a perder a batalha. Por isso puseram duas pedras sob seus braços para que não abaixassem e os hebreus vencessem. A insistência da velhinha supôs muitas idas e vindas para conseguir. Rezamos com a totalidade de nosso corpo. Por isso podemos e devemos tomar posições que expressem o que rezamos. Estar diante de Deus em silêncio, já é oração. Rezamos em nossa realidade. 
Rezar com a Escritura 
Quando refletimos sobre a oração ficamos sempre em dificuldades e pensamos que não sabemos rezar. Os discípulos apresentaram esse problema a Jesus: “Mestre, ensina-nos a rezar como João ensinou a seus discípulos” (Lc 11,1). Naquele momento Jesus estava orando. E responde: Quando orardes, dizei: “Pai Nosso…”. Esta é a oração fundamental que tem tudo o que precisamos. A seguir temos os salmos que perpassam por todas as necessidades humanas. Há tanta gente que conhece salmos de cor. Uma leitura meditada da Escritura nos coloca em diálogo com Deus e sustenta nossa vida espiritual. Temos que ver na Palavra de Deus, aquilo que ocorre conosco. Por isso, pedi e recebereis (Mt 7,7).

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