segunda-feira, 27 de maio de 2019

O PEÃO DO CALIFA

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
REDENTORISTA
O califa está jogando xadrez. E tão concentrado no jogo que não atina com o acontece ao redor. Súbito chega o seu general para pedir um gesto de clemência em favor de cem prisioneiros de guerra, condenados a serem degolados. O califa, entretanto, não deu atenção ao general. Este, em pé junto ao tabuleiro de xadrez, esperava que lhe dirigisse por primeiro a palavra. O califa descobriu, por fim, uma saída espetacular para seu jogo. Tratava-se de salvar um peão, a pedra mais baixa do tabuleiro, mas da qual dependia toda a partida. Estava salva a pedra. Depois, soltando um suspiro de alívio, voltou-se vitorioso para o general: 
- Então, qual o motivo da sua presença aqui, meu amigo? 
O militar expôs o grave problema. Aqueles prisioneiros não mereciam sentença tão desumana. Era preciso refletir mais. O califa não pestanejou: 
- Mantenha a sentença. Mande degolar a todos. 
Desapontado com a resposta, o general inclinou-se profundamente diante daquela pedra de jogo (o peão que ele salvou), e fez menção de retirar-se. O califa estranhou esse gesto desusado e perguntou: 
- Por que tanto respeito por uma simples pedra de jogo? 
- Acabo de constatar que ele vale muito mais do que cem vidas humanas. 
O califa, envergonhado, reconsiderou a sentença e mandou suavizar a pena daqueles prisioneiros. 
Palavra de Deus: Olhai as aves. Elas não semeiam, não colhem e não armazenam. Mas Deus as alimenta. E vós valeis mais que as aves (12,24).
Recomende este portal aos seus amigos:

Nenhum comentário:

Postar um comentário