PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
1789. Felicidade do amor
Na beleza do amor estão compreendidas todas as energias humanas. Quanto mais é amor, mais nos aproxima de Deus. Por isso o casamento é o caminho mais natural para a santidade da pessoa humana. O amor carnal supõe seu enriquecimento no amor de amizade para chegar ao amor Divino, que chamamos de ágape. É a conjunção dessas três dimensões que realiza a pessoa humana e a santifica. Não é sufocando o amor humano carnal que teremos o amor Divino. A manifestação de Deus ao mundo se deu na carne de Jesus que sabia amar. As penitências que afligem o corpo não são para matar a carne, mas para nos abrir também ao espiritual. Encontramos Deus em nosso ser total de carne, alma e dimensões psicológicas e intelectuais. O desvio do erótico se dá na falta de alteridade, pois está na exploração do outro. Os extravios não dignificam o homem e a mulher. A autoeducação, diz o Papa, realiza mais intensamente a pessoa e não renuncia ao intenso prazer, diz S. Tomás. Quando mais buscamos o amor ao outro, em suas mais diversas dimensões, mais encontramos Deus na pessoa do outro. Por isso o matrimônio insiste que os dois serão uma só carne. Deus está também na dimensão do prazer. Lembra ainda o livro do Eclesiástico: “Num dia feliz desfruta dos bens” (Eclo 7,14). O limite do prazer será sempre o prazer do outro. O egoísmo destrói o amor, pois é seu contrário. S. João Paulo IIensina que “o ser humano é chamado à plena e matura espontaneidade das relações que é o fruto gradual do discernimento dos impulsos do próprio coração”. O erotismo é um assunto a ser aprofundado para superar a má formação e os abusos (AL 151-152).
1790. Violência não cabe no amor
Há problemas e patologias (doenças) na sexualidade matrimonial. O ideal é bonito, mas a realidade às vezes maltrata e destrói. Não pode ser “ocasião e instrumento de afirmação do próprio eu e da satisfação egoísta dos próprios desejos e instintos” (AL 153). Papa Francisco descreve uma situação constante no campo da sexualidade e pergunta: “Podem-se ignorar ou dissimular as formas constantes de domínio, prepotência, abuso, perversão e violência sexual que resultam de uma distorção do significado da sexualidade, sepultam a dignidade dos outros e o apelo ao amor sob uma obscura procura de si mesmo?” (AL 153). Mesmo no matrimônio, a sexualidade pode tornar-se fonte de sofrimento e manipulação... O ato sexual imposto ao cônjuge, sem consideração ....não é um ato de amor...” (Al 154). Ninguém pode ser colocado a “serviço do outro”; nenhum dos cônjuges fique fora da alegria do amor. Papa Bento XVI afirma em sua encíclica, Deus é Amor: “Se o homem aspira a ser somente espírito e quer rejeitar a carne como herança apenas animalesca, então espírito e corpo perdem sua dignidade” (DCE nº 5).
1791. Os que não se casaram
Toda a beleza do matrimônio não desaparece quando alguém não se casa. Há diversas situações, contudo essa vida não pode ser vazia de amor. “Há pessoas que não se casam porque consagram a vida por amor a Cristo e aos irmãos. Na Igreja e na sociedade, a família é enriquecida pela sua dedicação” (AL 158). “A virgindade é uma forma de amor”. Jesus escolheu esse caminho e foi um homem completo porque viveu o amor como caridade. O solteiro vive já o mundo definitivo. Matrimônio e virgindade são modalidades diferentes de amar (AL 161), sempre no serviço oblativo. Não ser casado não pode ser uma fonte de vazio e de amargura, mas capacidade de vida que se doa ao extremo justamente onde o amor se torna vida compartilhada. Exige a sexualidade como entrega aos outros.
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