sexta-feira, 2 de junho de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Quem se humilhar será exaltado”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Os pastores do povo
            Há dias em que temos de cuidar das ovelhas; Há dias em que temos de cuidar dos pastores. S. Afonso escreveu: uma ovelha doente é um problema; um pastor doente é um desastre para o rebanho. Hoje a celebração nos chama a atenção à coerência de vida da fé e do ministério que foi confiado aos sacerdotes. A comunidade é alertada a não deixar seus sacerdotes, os responsáveis pelo povo de Deus, viver uma vida dupla, pregando uma coisa e vivendo outra. O profeta Malaquias mostra uma situação calamitosa dos sacerdotes de seu tempo: Deixaram a glória de Deus, abandonaram o bom caminho, ensinando doutrinas erradas prejudicando o povo e discriminando as pessoas no serviço da lei. Jesus critica fortemente os fariseus pela religiosidade exterior e sem coerência de vida. Jesus não diz que ensinam errado, mas vivem errado o que ensinam. O evangelista assume este ensinamento para alertar as comunidades contra o culto exterior e sem coerência de vida. Corremos o risco de viver de fachada. Se os padres e bispos falharem em sua missão, destroem e oprimem o povo, principalmente os pobres. Vimos estes anos o mal que fez às comunidades toda a problemática vivida por sacerdotes. Jesus não era assim. Para realizarmos um sacerdócio coerente, somos convidados a ter profunda ligação com Deus e empenharmo-nos em dar glória a Deus, não só com palavras, mas vivendo o caminho e pregando com consistência Sua Palavra. Por isso é importante o cuidado com os pastores do povo de Deus e é necessário que os responsáveis pela comunidade sejam coerentes e vivam o que pregam.
Riquezas de um ministério
Somos convidados a viver a Palavra de Deus com simplicidade e verdade. Esta é a primeira vestimenta do sacerdote. Pregar a Palavra e interpretá-la com a vida são as duas páginas do Evangelho que podemos viver. Vemos a tendência em dar valor às vestes tanto clericais como litúrgicas. Maravilhoso! Mas desde que não sejam para ocultar nossa verdade ou para nos dar um poder que Jesus não ensinou. Seu poder era servir e lavar os pés dos discípulos. Que nossa veste seja a transparência de Jesus que vive em nós e em nós continua a fazer a vontade do Pai e dando a vida pelos irmãos. Agradecemos a tantos bispos, padres e servidores da Igreja que viveram a pobreza fazendo da dedicação aos irmãos sua única riqueza, no carinho pelo povo e no sacrifício de si para que o Redentor continuasse presente.
Paulo ensina a coerência
Paulo descreve suas canseiras pelo evangelho e mostra o caminho para a verdadeira evangelização: “Apresentamo-nos cheios de bondade, como uma mãe que acaricia seus filhinhos. Tanto bem vos queríamos que desejávamos dar-vos não somente o evangelho de Deus, mas até a própria vida, de tanto amor que vós tínhamos”(1 Ts 2,7-8). Jesus está no coração do povo de Deus porque soube servir com sua vida. Somos convidados a amar nossos sacerdotes e bispos. Os católicos têm mania de falar mal do padre. As outras religiões não fazem assim. Lembremos da palavra de Deus: “Não toqueis nos meus ungidos” (1Cr 16,22). Corrigir sim, maldizer não. Em cada Eucaristia ou Sacramentos somos presididos por um sacerdote. Ajude-o a viver bem o mistério que celebra. Diz-se que a paróquia tem o padre que merece. Não é certo. Se ela o ama, poderá fazê-lo crescer e converter-se.

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