Evangelho segundo S. Mateus 6,1-6.16-18.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado em não praticar as vossas
boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Aliás, não tereis
nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus. Assim, quando deres
esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas
sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: já
receberam a sua recompensa. Quando deres esmola, não saiba a tua mão
esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo; e
teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando rezardes,
não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de orar de pé, nas sinagogas e
nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já
receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto,
fecha a porta e ora a teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto,
te dará a recompensa. Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio, como os
hipócritas, que desfiguram o rosto, para mostrarem aos homens que jejuam. Em
verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares,
perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não percebam que jejuas,
mas apenas o teu Pai, que está presente no que é oculto; e teu Pai, que vê o que
está oculto, te dará a recompensa».
Tradução litúrgica da
Bíblia
Comentário do dia:
Santa Teresa Benedita da Cruz
(Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
A
oração da Igreja
Não se trata de conceber a oração interior,
livre das formas tradicionais, como uma piedade simplesmente subjetiva, e de a
opor à liturgia, que seria a oração objetiva da Igreja; através de toda a
verdadeira oração, alguma coisa se passa na Igreja e é a própria Igreja quem
reza; pois é o Espírito Santo que vive nela que, em cada alma, «intercede por
nós com gemidos inefáveis» (Rom 8,26). E essa é a verdadeira oração, porque
«ninguém pode dizer "Jesus é o Senhor" senão por influência do Espírito Santo»
(1Cor 12,3). O que seria a oração da Igreja se não fosse a oferenda daqueles
que, ardendo em amor, se entregam ao Deus que é amor?
O dom de si a
Deus, por amor e sem limites, e o dom divino que se recebe em troca, a união
plena e constante, é a mais alta elevação do coração que nos é acessível, o mais
alto grau da oração. As almas que o atingiram são, na verdade, o coração da
Igreja; nelas vive o amor de Jesus, sumo-sacerdote. Escondidas com Cristo em
Deus (Col 3,3), não podem deixar de fazer irradiar para outros corações o amor
divino de que estão cheias, concorrendo assim para o cumprimento da unidade
perfeita de todos em Deus, como era e continua a ser o grande desejo de Jesus.
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