PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
1900.
Um coração para amar
Estamos
num mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. É verdade que o corpo sem coração
não vai muito longe. Assim também a vida humana sem o Coração de Jesus não pode
dar bons resultados. Não se trata de ter uma devoção mas, sobretudo de ter uma opção
de vida unindo-se ao coração Daquele que disse: “Vinde a mim, todos os
que estais cansados e
oprimidos, e Eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu
jugo, e aprendei de mim,
que sou manso e humilde de coração;... Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11,28-30). Uma
devoção é muito boa quando experimentamos seu conteúdo, não simplesmente nas
formas exteriores, como novena e oração executada e contada como se fosse um
negócio. O fundamento da devoção ao Sagrado Coração não se reduz a seu coração
de carne, mas a todo o amor de Deus manifestado em Cristo, simbolizado em seu
coração. Como toda devoção há modos de vivê-la, formas de oração, uniformes,
fitas, estandartes, linguagem especial, irmandades... e tantas coisas mais
bonitas e frutuosas. O erro é ficar só nisso e não ir ao profundo dessa
irmandade, confraria ou movimento. O fundamental é a contínua renovação. É um
modo de aproximar-se do Evangelho e compreendê-lo. Sem isso, torna-se vazia a
devoção. A devoção ao Sagrado Coração toca direto o amor do Pai em dar Cristo
ao mundo para manifestar seu amor. Amor para amar. Devoção que é um projeto de
evangelização através do amor. Não podemos parar no egoísmo espiritual que
procura ganhar graças e méritos. As grandes promessas não podem ser vistas
somente como um presente pessoal. Elas continuam no caminho de Jesus que veio
para amar.
1901.
Coração aberto pela lança
O último momento de Jesus na cruz houve ainda
o último lance para garantir a visibilidade de sua entrega amorosa: o golpe da
lança que lhe furou o peito e penetrou em seu coração. Se pensarmos, foi ali o
momento em que a humanidade quis entrar e tomar conta desse coração. O homem
ferido pelo pecado dá o golpe final em seu peito. Por ali entrou e encontrou a
libertação. Só dentro desse coração ferido que se pode encontrar vida. “E
correu sangue e água” (Jo
19,34). Sem derramamento de sangue não há redenção (Hb 9,21). Encontrou a
fecundidade, vida do Espírito. Ali, rompendo o véu do templo de seu corpo, do
Homem – Deus, o humano encontra o Paraíso (Hb 10,19). O coração aberto pela lança abre
o peito do Filho de Deus como caminho
novo e vivo (Id).
Entramos nas delícias que Deus reservou para nós. Temos assim algo mais para compreender
esse momento: Como o coração do Filho de Deus foi aberto para dar entrada a
todos, o coração de cada um tem que ser aberto para que experimentemos o que
Deus nos oferece.
1902.
Mãos abertas.
As imagens que vemos do Coração de
Jesus têm mãos estendidas, abertas simbolizando a riqueza de seu coração a
serem distribuída abundantemente. “De seu seio correrão rios de água viva” (Jo 7,38). Imaginemos
que bem fazem os que amam a Deus. Rios de água viva dão vida por onde passam.
Esse rio nasce do Coração de Jesus. Tão triste ver cristão, devotos do Coração,
não ter nenhuma preocupação com os que sofrem. Ser generoso não empobrece
ninguém. Enriquece sempre mais. O amor não soma, não diminui. Sempre
multiplica. Quando lemos a multiplicação dos pães, compreendemos que os cinco
pães e dois peixinhos alimentaram cinco mil pessoas. Assim é o amor.
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