Evangelho segundo S. Mateus 8,1-4.
Ao descer
Jesus do monte, seguia-O uma grande multidão. Veio então prostrar-se diante
d’Ele um leproso, que Lhe disse: «Senhor, se quiseres, podes curar-me». Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo: «Eu quero: fica curado». E
imediatamente ficou curado da lepra. Disse-lhe Jesus: «Não digas nada a
ninguém; mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta a oferta que Moisés
ordenou, para que lhes sirva de testemunho».
Tradução
litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Simeão, o Novo
Teólogo (c. 949-1022), monge grego
Hino n.º 30
Antes de brilhar a luz divina,
Não me
conhecia a mim mesmo.
Vendo-me nas trevas e na prisão,
Preso num
lamaçal,
Coberto de sujidade, ferido, com a carne inchada [...],
Caí aos
pés daquele que me iluminara.
E Aquele que me iluminara tocou com suas mãos
Nas minhas cadeias e nas minhas feridas;
No sítio onde a sua mão tocou e
aonde o seu dedo se chegou,
No mesmo momento se soltaram as cadeias,
Daí
desapareceram as feridas e toda a sujidade.
A mácula da minha carne
desapareceu [...]
Pois Ele tornou-a semelhante à sua mão divina.
Estranha maravilha: a minha carne, a minha alma e o meu corpo
Participam
da glória divina.
Assim que fui purificado e liberto das minhas cadeias,
Eis que Ele me estende uma mão divina,
Retira-me completamente do
lamaçal,
Abraça-me, lança-Se-me ao pescoço,
Cobre-me de beijos (Lc
15,20).
E a mim, que estava completamente exausto,
E tinha perdido as
forças,
Põe-me aos ombros (Lc 15,5),
E leva-me para fora do meu inferno.
[...]
É a luz que me transporta e me sustenta;
Que me conduz para
uma grande luz. [...]
Ele permite-me contemplá-la, por estranha renovação,
Ele próprio me tornou a formar (Gn 2,7) e me arrancou à corrupção.
Concedeu-me o dom da vida imortal,
Revestiu-me com uma túnica imaterial
e luminosa,
E deu-me sandálias, um anel e uma coroa
Incorruptíveis e
eternos (Lc 15,22).
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