sexta-feira, 23 de junho de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Natal - 2011”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
1044. Era uma vez um menino
            Oh, Senhor, Deus de amor! Pobrezinho, nasceu em Belém. Eis na lapa, Jesus nosso, bem. Dorme em paz, oh, Jesus, Dorme em paz! A bela sonoridade e o encanto singelo do Natal cristão refletem a beleza de Deus que se fez criança para entrar em comunhão com aquele homem que deixara de ser criança. O homem no Paraíso Terrestre era o encanto de Deus, como diz o livro da sabedoria: “Minhas delícias era estar com os filhos dos homens” (Pr 8,31). Santo Afonso completa: “O coração do homem é o paraíso de Deus”. Deus não desanimou de sua criatura amada. Quis, por um carinho particular, nascer entre nós. Nascer tem a significação de não intervir com força ou poder ou dominar. Nascer foi uma obra de respeito à humanidade, pois a julgou boa para ser a terra de Dele. Não é possível não se encantar com a cena de Belém: uma estrebaria, um casal, uma criança, animais e quem sabe mais gente humilde que não encontrara lugar para ficar. É a ternura do amor de Deus que preparou este momento único na história da Humanidade: Deus une a natureza divina à natureza humana. A liturgia chama este momento de “Admirável comércio!” É bonito o Natal, mas é um mistério a ser acolhido na pessoa do Menino. Não podemos perder a dimensão humana de Jesus, que foi em tudo igual a nós, menos, no pecado (Hb 4,15). Não podemos perder a percepção que é o momento em que Deus se manifesta e entra em comunhão conosco. Não basta ver com os olhos, é preciso contemplar com a fé do coração. Era uma vez um menino que permanece para sempre conosco como Salvador.
1045. Um projeto de comunicação
            Rezamos na missa da noite do Natal: “Acolhei, ó Deus, a oferenda da festa de hoje, na qual o céu e a terra trocam seus dons, e dai-nos participar da Divindade daquele que uniu a vós nossa humanidade”. Cristo uniu nossa humanidade à divindade. No nascimento de Jesus não é um humano que é divinizado, ou um deus que é inventado. É um projeto de Deus de nos levar a entrar em comunhão com Ele na participação de Sua vida, como participou da nossa vida. Ele foi em tudo homem para que em tudo pudéssemos viver a vida divina. Vivemos a vida Divina quando vivemos o amor. Quer saber se esta em Deus? Olha se vive no amor. Deus é amor e todo aquele que ama está em Deus e Deus nele (1Jo 1,4-8). A alegria e a luz predominam nestas celebrações. Jesus é a alegria e a luz.
1046. Não tenhais medo!
            A humanidade, mesmo no mundo atual, vive o medo do espiritual. As superstições ou cultos que pretendem dominar forças espirituais provocam o medo para dominar. Quando se inicia o momento do nascimento de Jesus, com a comunicação do Anjo a Zacarias e Maria, ouvimos em primeiro lugar: “Não tenhais medo!”. Por isso Deus escolhe nascer. Por nascimento traz alegria, paz e serenidade. No momento vemos uma rejeição muito grande, bem orquestrada, contra a pessoa de Jesus, na pessoa de seus seguidores. É o medo de Jesus, pois Ele nos compromete com o amor. Amar é sair de si. O egoísmo e a soberba preferem se esquivar de Jesus, pois, crer Nele, significa mudar o coração. Há um texto do apócrifo de Tomé que diz: “Quem chega perto de mim, aproxima-se do fogo”. O fogo queima a palha, o que é inútil e falso. Não tenhamos medo de Jesus. Ele é uma criança. 

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