Viver
os tempos novos com renovada esperança é o que nos anima no início deste Ano
Novo. A espiritualidade cristã nos conduz a esperar cima a de toda esperança (Pe. Zezinho). Esperança
não é um atestado de tempos ruins, situações difíceis ou necessidades de
mudança. É um pouco mais. Nos tempos mais difíceis, quando se chegava a
passagem de ano, ouvíamos: “No ano que vem vai ser melhor”. Não chegamos ainda
à perfeição, por isso ainda podemos ter esperanças de coisas melhores. Queremos,
contudo, aprofundar mais o conhecimento desta virtude. A esperança é uma
virtude teologal dada por Deus. Ela é uma virtude positiva que nos estimula a
olhar mais longe e ver a meta para qual conduzimos nossa vida. A esperança é um
modo de vida, não a busca de outro modo de vida. A Carta aos Hebreus diz que
“fé é um modo de possuir o que se espera, um meio de conhecer as realidades que
não se vêem” (Hb 11,1).
Esperança é ter já conquistado, mas ainda não apossado. Ela nos ensina a ter, mas não agora. Viver na
esperança é um modo que conduz à alegria. Não nos deixa no desconhecimento de
nosso futuro, mas na certeza que as promessas de Deus vão se cumprir. A prova
que se cumprirão é que Deus já cumpriu tantas promessas e realizou tantos prodígios
em nosso favor. O receio que podemos ter é de não conseguir corresponder a tão
maravilhoso dom que Deus faz de si mesmo em nossa vida e será eterno, quando
vivermos sua vida na glória. Deus realiza grandiosa atração sobre nós para, com
Seu Filho, nos encerrar em Seu coração, isto é, na comunhão de Seu amor. A
esperança dá sentido à nossa fé e nossa caridade no momento em que vivemos.
Esperança
se constrói
Não
vivemos de idéias e muito menos de palavras. Temos nossa vida em nossas mãos e
ela se realiza na medida em que a colocamos em ação. A vida é um milagre,
mas não podemos viver pensando resolver nossos problemas através de milagres. O
milagre não é para assumir nosso lugar, mas para nos convocar a assumir a parte
da vida que nos compete. A busca do milagre tem mais de egoísmo que de entrega
de vida a Deus. Jesus não pediu milagres para Si, mas os fazia pelos outros. O
que pediu foi que o Pai o libertasse do sofrimento da morte, mas que não se
fizesse a sua, mas a vontade do Pai (Lc 22,42). Construímos a Esperança quando colocamos uma
destinação futura às nossas atividades. Saímos de nós mesmos e procuramos o
sentido em Deus que assume nossa vida. Construir a esperança é ver onde
fundeamos nosso barco. Onde lançamos nossas âncoras. Jesus nos diz de colocar
nossas preocupações em
Deus. Pensar no dia de hoje. O dia de amanhã se preocupará
consigo mesmo (Mt 6,34).
Não nos fecha no momento presente, mas coloca nossa segurança em Deus hoje para
que amanhã o dia tenha sua plenitude.
Frutos
de da esperança
No
Natal os Anjos desejaram a Paz cantando “glória a Deus nas alturas e paz na
terra aos homens que Ele ama” (Lc ,14). Viver a paz é
viver todos os bens. A atitude dos pastores foi ir buscar o que os Anjos
anunciaram. O fruto da esperança de Maria é a contemplação de tudo o que estava
acontecendo. É uma atitude de abertura ao mistério de Deus presente em nossa
vida. A esperança dos Magos busca o Menino e abrem seus tesouros. A
generosidade do amor que sai de si para ofertar. Sem oferta não sabemos
retribuir o que Deus nos oferece em seu Filho.
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