PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
Preparais
uma mesa
Em
meio a tantas infelicidades de Israel com as guerras e exílios, o profeta abre
o coração do povo à esperança com o aceno a um banquete que simboliza a
felicidade completa. A imagem do banquete é profundamente arraigada na
mentalidade oriental. No banquete não existe só comida, mas comunhão de vida. O
hóspede é sagrado. A Palavra de Deus escolhe essa imagem para revelar o
relacionamento de Deus conosco. Há tantos acontecimentos onde o banquete é um
momento de Deus com o povo. Lembramos Abraão que oferece comida aos três Anjos;
A salvação é lembrada no banquete da Páscoa; os sacrifícios do templo eram
também comidos em comum; a sabedoria é comparada a um banquete (Pr 9,1-6); Jesus se
faz alimento que é o banquete da Eucaristia; Ele é o pão descido do Céu (Jo 6,1ss), como o
maná com que Deus alimentou o povo (Ex 16,35); Jesus participou de tantos banquetes; o Apocalipse lembra que Ele ceará conosco (Ap 3,20). A Profecia
de Isaías se realiza em Jesus que é a oferta de Deus para ser consumida no
sacrifício da Cruz e da Eucaristia. Ele enxugará as lágrimas de todas as faces (Is 25,8). O monte
onde Deus preparará o banquete é a cidade de Jerusalém e o templo. O monte é
Cristo é o novo lugar onde todos podem encontrar esta felicidade prometida.
Convidai
a todos
Como
entender a rejeição que os escolhidos fizeram à grande oferta de Deus em
Cristo? Os cristãos, por esta parábola entenderam que não foi Deus quem
rejeitou o povo, mas as pessoas que, displicentemente, foram para suas
ocupações. A recusa abriu as portas aos povos que estavam excluídos e nem
sabiam que poderiam ser convidados. É como vemos atualmente que, por um nada,
se perde a missa, muda-se de religião, abandona-se a fé e os princípios morais.
Os desalojados da sociedade respondem com muito mais presteza e animação ao
convite de Deus para participar do banquete do Reino. É por isso que os fracos
sustentam a Igreja. Os outros estão preocupados com outras coisas de interesse
pessoal. A participação no banquete de Deus exige que se use a veste própria da
festa que era oferecida pelo anfitrião. Este é o sentido da participação na
vida de Cristo. Paulo insiste no revestir-se de Cristo (Rm 13,14). O Salmo 22 expressa essa
atitude de Cristo que conduz o rebanho a bons lugares onde há tudo o que há de
bom. É o Senhor que conduz: “Felicidade e todo o bem hão de seguir-me por toda
a minha vida; e na casa do Senhor, habitarei por tempos infinitos”. Lembramos
também a grande promessa do Céu onde nos sentaremos à mesa de Deus. Jesus diz:
“Onde eu estiver eu quero que estejam comigo” (Jo 14,3).
Preceda-nos
vossa graça
A
vida cristã é o grande banquete que Deus nos oferece com todos os dons e graças
para o crescimento em Cristo. Esse banquete sacia nossa fome de vida em
qualquer circunstância, como nos escreve Paulo: “Sei viver na miséria e sei
viver na abundância... tudo posso naquele que me dá força... o meu Deus proverá
com sua riqueza a todas as vossas necessidades”(Fl 4,12.13.19). A permanência na graça é
estar sempre vestido com a veste nupcial, o traje de festa (Mt 22,11). Temos
garantia de viver na graça porque o amor de Deus foi derramado em nossos
corações (Rm 5,5). A comunhão de cada
missa é a participação no banquete que Deus prepara para nós. Ele nos dá sua
vida como alimento e bebida (oração pós comunhão).. Sua graça precede-nos e nos sustenta (oração).
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