PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
Jesus subiu ao Céu
A Ressurreição de Jesus completa-se com sua gloriosa
Ascensão. Esta festa tem pouca ressonância na vida cristã. O Mistério Pascal
tende a levar à glorificação de Jesus junto do Pai. Na Ceia, consciente de ter
realizado a missão para a qual fora enviado, reza: “E agora, glorifica-me, Pai,
junto a Ti, com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17,5). Sua Divindade que ficara oculta sob o véu da
humanidade, se manifesta em todo seu esplendor. Por isso uma nuvem o cobre.
Nuvem que é a presença da Divindade. A natureza humana que o Filho Eterno do
Pai assumiu na Encarnação é glorificada. Com Ele já participamos da
glorificação. É nossa meta e nosso ponto de atração. Por isso é uma festa a ser
vivida com intensidade pascal. Aos discípulos, que O perdem aos olhos,
permanece uma dupla certeza: Ele consumou sua missão no mundo e foi constituído
Senhor e Rei da Glória junto ao Pai. Tornou-se mediador entre o Pai e a
humanidade redimida, juiz do mundo e Senhor do Universo. Por outro lado sabem
que Ele está presente: “Eu estarei convosco todos os dias até ao fim do mundo” (Mt 20,20). Sua presença junto do Pai não O afastou de “nossa
humildade, mas dá–nos uma certeza de que nos conduzirá à glória da
imortalidade” canta o prefácio da missa. Ele subiu ao Céu e tornou-se para eles
a certeza de que estão garantidos, pois recebem Seu Espírito para continuar Sua
missão. Continua unido a Seu Corpo, a Igreja. Seu poder e glória são o poder e
glória do Pai. É fonte e razão de vida. Para Ele converge todo o universo.
Reina até entregar Seu Reino ao Pai (1Cor 15,24) quando vier no fim dos tempos.
Somos participantes da glória
Ele é nossa cabeça. Somos o corpo.
Cristo levou para junto do Pai nossa humanidade, como nos trouxera sua Divindade.
Já estamos com Ele na glória. A oração da missa assim reza: “membros de seu
corpo, somos chamados, na esperança, a participar de Sua glória”. O cristão
vive da esperança, que é a certeza de possuir os bens celestes. Por isso, Paulo
escreve: “Que Ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a
esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na
vossa herança com os santos, e que imenso poder Ele exerceu em favor de nós que
cremos, de acordo com sua ação e força onipotente” (Ef 1.18-19).
Com a Ascensão de Jesus ao céu, temos a garantia do poder de Deus porque “se
manifestou sua força em Cristo quando O ressuscitou dos mortos e O fez
sentar-se à Sua direita” (Id. 20). Sem a glorificação do Filho, sua
Morte e Ressurreição não teriam sua explicação.
Fazei
discípulos meus todos os povos.
A última palavra de Jesus foi confiar aos discípulos a missão que o Pai
lhe confiara. Agora somos nós a fazer o que Ele fazia, dizer o que dizia e
transformar o mundo como Ele o transformava. Fazer discípulos é fazer o que Ele
fez: “Chamou a Si aqueles que quis para estar com Ele e irem anunciar” (Mc 3,13). Os
discípulos entenderam sua missão e, depois de receberam o Espírito Santo foram
anunciar. Essa missão é conferida também a nós. O Cristianismo que não anuncia
é porque já faliu. A Ascensão nos anima a buscar nova força na certeza da
vitória de Cristo e da missão que Ele nos confiou. Temos ainda diante de nós um
mundo a evangelizar, isto é, mostrar o amor Deus em Cristo por todos. Houve
tempos de mais entusiasmo pela missão. No mundo que temos diante de nós há
muito que fazer. E, como fazemos um cristianismo voltado para nós, as forças do
mal tendem a crescer.
Leituras: Atos 1,1-11; Salmo
46; Efésios 1,17-23;Mateus 28,16-2
1.
A festa da Ascensão leva à consumação do Mistério
Pascal na plenitude do Filho glorificado.
2.
Somos o corpo. Cristo levou para junto do Pai nossa
humanidade, como nos trouxera Sua divindade.
3.
Agora somos nós a fazer o que Ele fazia, dizer o que
dizia e transformar o mundo como Ele o transformava
Olhando para o chão
Nossa
fé proclama que Jesus “subiu ao Céu” completando assim sua obra redentora.
Agora falta que o resto de seu corpo, nós, a Igreja, cumpramos nossa parte
assumindo nossa missão no mundo. Por isso os Anjos disseram: “Esse Jesus que
foi levado para o Céu, virá do mesmo modo como O vistes partir para o Céu” (At 11). Esperar é
agir pelo Reino.
Na Alegria da vitória de Cristo,
reconhecemos quem Ele é. Para isso nos é dado o Espírito para conhecê-Lo sempre
mais, saber a esperança para a qual nós fomos chamados, a riqueza da herança
que temos na glória e o imenso poder que tem em nosso favor. Sua Ressurreição é
a prova que tudo isso é verdade e funciona. Nele está a plenitude.
Como compreender todas essas
verdades? O Espírito Santo nos ensinará todas as coisas. Ele nos fortalecerá e
nos conduzirá à verdade plena.
Com
Jesus também fomos para o Céu, pois levou consigo nossa humanidade.
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