quinta-feira, 25 de maio de 2017

EVANGELHO DO DIA 25 DE MAIO

Evangelho segundo S. João 16,16-20.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me». Alguns discípulos disseram entre si: «Que significa isto que nos diz: ‘Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me’, e ainda: ‘Eu vou para o Pai’?». E perguntavam: «Que é esse pouco tempo de que Ele fala? Não sabemos o que está a dizer». Jesus percebeu que O queriam interrogar e disse-lhes: «Procurais entre vós compreender as minhas palavras: ‘Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me’. Em verdade, em verdade vos digo: Chorareis e lamentar-vos-eis, enquanto o mundo se alegrará. Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra 
Conferências sobre a Justificação, n.º 9, 9 
«A vossa vida está escondida com Cristo em Deus» (Col 3,3)
Cristo, que prometera tornar todos os seus discípulos um só em Deus com Ele, que prometera que estaríamos em Deus e Deus em nós, realizou essa promessa; de um modo misterioso, Ele realizou esta grande obra, este privilégio espantoso. E tê-lo-á feito subindo para o Pai: a sua ascensão corporal foi a sua descida espiritual, a sua assunção da nossa natureza até Deus foi ao mesmo tempo a descida de Deus até nós. Podemos dizer que verdadeiramente, embora em sentido escondido, Ele nos transportou até Deus e trouxe Deus até nós, segundo o ponto de vista que adoptarmos. 
Assim pois, quando S. Paulo diz: «a vossa vida está escondida com Cristo em Deus» (Col 3,3), podemos perceber que quer dizer-nos que o princípio da nossa existência já não é uma origem mortal e terrena, tal como a de Adão depois da queda, mas que nós somos batizados e escondidos de novo na glória de Deus, nessa luz pura da sua presença que tínhamos perdido a seguir à queda de Adão. Somos verdadeiramente recriados, transformados, espiritualizados, glorificados na natureza divina. Por Cristo recebemos, como por um canal, a verdadeira presença de Deus, dentro e fora de nós; somos impregnados de santidade e de imortalidade. 
E é esta a nossa justificação: a nossa subida por Cristo até Deus ou a descida de Deus por Cristo até nós, podemos dizer de uma maneira ou da outra. [...] Nós estamos nele, e Ele está em nós; Cristo é «o único mediador» (1Tim 2,5), «o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6), que une a Terra ao Céu. E é esta a nossa verdadeira justificação – não apenas o perdão ou o favor, não apenas uma santificação interior, [...] mas a morada em nós de nosso Senhor glorificado. Tal é o grande dom de Deus. 

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