terça-feira, 23 de maio de 2017

EVANGELHO DO DIA 23 DE MAIO

Evangelho segundo S. João 16,5-11.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Agora vou para Aquele que Me enviou e nenhum de vós Me pergunta: ‘Para onde vais?’.Mas por Eu vos ter dito estas coisas, o vosso coração encheu-se de tristeza. No entanto, Eu digo-vos a verdade: É do vosso interesse que Eu vá. Se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se Eu for, Eu vo-l’O enviarei. Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do julgamento: do pecado, porque não acreditam em Mim; da justiça, porque vou para o Pai e não Me vereis mais; do julgamento, porque o príncipe deste mundo já está condenado». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém, doutor da Igreja 
Catequese baptismal n.° 16 (trad. breviário) 
«É o Espírito que vivifica» (2Cor 3,6)
«A água que Eu lhe der tornar-se-á nele uma nascente de água a jorrar para a vida eterna» (Jo 4,14). É uma água completamente nova, viva, que jorra para aqueles que são dignos dela. Por que razão é o dom do Espírito apelidado de «água»? Porque a água está na base de tudo; porque a água produz a vegetação e a vida; porque a água desce do céu sob a forma de chuva; porque, caindo sob uma única forma, ela atua de maneira multiforme. [...] Ela é uma coisa na palmeira e outra na vinha, mas dá-se inteiramente a todos. Tem apenas uma maneira de ser e não é diferente de si mesma. A chuva não se transforma quando cai aqui ou ali mas, ao adaptar-se à constituição dos seres que a recebem, produz em cada um deles aquilo que lhe convém. 
O Espírito Santo atua assim: apesar de ser único, simples e indivisível, «Ele distribui os seus dons a cada um conforme entende» (1Cor 1211). Da mesma maneira que a lenha seca, associada à água, produz rebentos, a alma que vivia no pecado, mas que a penitência torna capaz de receber o Espírito Santo, produz frutos de justiça. Embora o Espírito seja simples, é Ele que, por ordem de Deus e em nome de Cristo, anima numerosas virtudes. 
Ele utiliza a língua deste ao serviço da sabedoria; ilumina pela profecia a alma daquele; dá a um terceiro o poder de expulsar os demónios; dá a outro ainda o de interpretar as divinas Escrituras. Fortifica a castidade de um, ensina a outro a arte da esmola, ensina àqueloutro o jejum e a ascese, a um quarto ensina a desprezar os interesses do corpo, prepara outro ainda para o martírio. Diferente nos diferentes homens, Ele não é diferente de Si mesmo, tal como está escrito: «Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para proveito comum» (1Cor 12,7).  

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