Com
o Advento, iniciamos um novo Ano Litúrgico, o Ano da Graça do Senhor. Ele é um
sacramento que nos mostra a vontade de Deus e a realiza em nossa vida como
plenitude. O Advento tem dois temas: O fim dos tempos, com a vinda do Filho de
Deus, e a celebração de Sua vinda no Natal. O tema dos três primeiros domingos
do Advento são as últimas realidades da vida e do mundo. O Advento é um tempo
forte do Espírito que nos prepara para ir ao encontro do Senhor. A espera nos
fortalece na fé. Fica a impressão de que a chegada repentina do Senhor vai nos
passar um susto. Quando será? Não podemos ter esta preocupação. Basta ouvir as
palavras de Jesus: “Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24,37-44). Assim
Jesus nos previne e sustenta a fragilidade da comunidade diante das
inseguranças do futuro. A futura vinda não faz parte de nossas preocupações.
Podemos estar anestesiados e, assim, despreparados. O tempo do Advento nos
coloca voltados para o Senhor que virá. Há diferença entre o fim para os filhos
e para os que viviam como no tempo de Noé: “Comiam, bebiam, casavam-se, até o
dia em que Noé entrou na arca. E eles nada perceberam até que veio o Dilúvio e
arrastou a todos” (Mt
24,38-39). A expressão “comiam e bebiam, casavam-se...” é uma maneira de
os semitas expressarem o materialismo e a vida sem Deus e sem sentido.
Construir a arca era uma advertência da Palavra de Deus que não foi ouvida. A
palavra vigiar faz lembrar as diversas parábolas sobre a vigilância, como
aquela das 10 virgens. Não se refere a medo e a insegurança, mas indica a vida da
fé operante na caridade, como explica Paulo.
Vestir-se as armas da luz (Rm 13,12)
Os
Sacramentos ajudam a viver o dia da dia da esperança. Em cada Eucaristia
clamamos: “Vem, Senhor Jesus!”. Adiantamos a vinda e assumimos a missão de
construir. Revestidos de Cristo, estamos prontos a ir com Ele e ao mesmo tempo
construir o mundo novo, como proclama o profeta Isaías: “Os povos transformarão
suas espadas em arados e suas lanças em foices; Não pegarão em armas uns contra
os outros... deixemo-nos guiar pela luz do Senhor”(Is. 2,4-5). Uma fé que não penetre o social,
é de se perguntar se é fé ou teoria. O juizo final vai ser sobre esta dimensão.
Revestir-se do Senhor Jesus é viver Sua Vida e atuar na sociedade renovada.
Revestir-se é o caminho para a divinização.
Paulo recomenda evitar as concupiscências da carne (Rm 13,13).
Hora de despertar
A oração nos alerta para o fundamental da vida: “Amar o que é do céu. E, caminhando entre as coisas que passam,
abraçar as que não passam” (Pós-Comunhão). Paulo, dizendo
que “agora a salvação, está mais perto de nós do que quando abraçamos a Fé”,
estimula-nos a ficarmos vigilantes pois “é hora de despertar” (Rm 13,11). Noé estava
desperto e fez a arca, mesmo diante da incredulidade de seus concidadãos. Estar
desperto é a atitude do filho que tem certeza de ser buscado pelo Pai. O Reino
de Deus é aberto a todos os que queiram aprender os caminhos de Deus. O Salmo
canta: “Que alegria quando me disseram: ‘Vamos à casa do Senhor’”! Celebrar a
vinda do Senhor no Natal e no fim dos tempos é assumir uma atitude de construir
um mundo novo.
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