Evangelho segundo S. Lucas 9,18-22.
Um dia, Jesus
orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem
dizem as multidões que Eu sou?». Eles responderam: «Uns, dizem que és João
Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que
ressuscitou». Disse-lhes Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro
tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus». Ele, porém,
proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou: «O
Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes
dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro
dia».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Beato Paulo VI (1897-1978), papa de 1963 a 1978
Homilia em Manila,
29/11/70 (© Libreria Editrice Vaticana)
«E vós, quem dizeis que Eu sou?»
Cristo! Sinto a necessidade de O anunciar,
não posso calá-Lo: «Ai de mim, se não anunciar o Evangelho!» (1Cor 9,16) Fui
enviado por Ele para isso mesmo; sou apóstolo, sou testemunha. Quanto mais longe
está o objetivo e mais difícil é a missão, mais premente é o amor que me impele
(2Cor 5,14). Tenho de proclamar o seu nome: Jesus é o Cristo, o Filho do Deus
vivo (Mt 16,16). É Ele que nos revela o Deus invisível; Ele é o primogénito de
toda a criatura, o fundamento de todas as coisas (Col 1,15s). Ele é o Mestre da
humanidade e o Redentor: nasceu, morreu e ressuscitou por nós. Ele é o centro da
história e do mundo, é quem nos conhece e nos ama, é o companheiro e o amigo da
nossa vida. É o homem da dor e da esperança. É o que há de vir, que será um dia
nosso juiz e também, assim o esperamos, a plenitude eterna da nossa existência,
a nossa felicidade.
Nunca mais acabaria de falar dele: Ele é a luz e a
verdade; mais, Ele é «o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6). Ele é o Pão e a
Fonte de água viva que responde à nossa fome e à nossa sede (Jo 6,35; 7,38); Ele
é o nosso Pastor, o nosso guia, o nosso exemplo, o nosso conforto, o nosso
irmão. Como nós, e mais do que nós, foi pequeno, pobre, humilhado, trabalhador,
infeliz e paciente. Por nós, falou, realizou milagres, fundou um Reino novo onde
os pobres são bem-aventurados, onde a paz é o princípio da vida em comum, onde
os que têm o coração puro e os que choram são exaltados e consolados, onde os
que aspiram à justiça são atendidos, onde os pecadores podem ser perdoados, onde
todos são irmãos.
Jesus Cristo: já ouvistes falar dele, e a maioria de
vós pertence-lhe, pois sois cristãos. Pois bem! A vós, cristãos, repito o seu
nome, a todos anuncio: Jesus Cristo é «o princípio e o fim, o alfa e o ómega»
(Ap 21,6). Ele é o Rei do mundo novo; é o segredo da história, a chave do nosso
destino; ele é o Mediador, a ponte entre a Terra e o Céu [...]; é o Filho do
homem, o Filho de Deus [...], o Filho de Maria... Jesus Cristo! Recordai: este é
o anúncio que fazemos para a eternidade, é a voz que fazemos ressoar por toda a
terra (Rom 10,18) e pelos séculos que hão de vir.
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