PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
738. Trago
as chagas de Cristo (Gl 6,17)
Estamos sempre nos perguntando pelo sentido
da dor, do sofrimento e da morte. Estranhamos o sofrimento de crianças e de pessoas
boas. De outra parte, vemos pessoas que
consideramos más que estão ótimas e vendendo saúde. Isso nos incomoda muito. Não
podemos dizer que Deus manda o sofrimento para a pessoa. Deus, absolutamente,
não quer que ninguém sofra. Deus não desconta nossos pecados em nosso corpo.
Deus nos ama. A dor, a morte, a doença vem de onde? De nós mesmos ou são
provocadas pelos outros pelas opções que fazemos. Por isso dizemos que são
frutos do pecado. Se eu deixar que as más tendências atuem, provocamos males
que tem seus preços (1Tm
6,10). Olhando pela fé cristã, o sofrimento tem sentido, pois Cristo
sofreu os mesmos males que sofremos (Hb 4,15), pior ainda, as dores da Paixão. Ele assumiu nossas
dores e por suas chagas formos curados (1Pd 2,24). Cristo não teve pecado, mas carregou nossos pecados (1Pd 2,24), e se fez
pecado (2Cor 5,21),
quer dizer, assumiu todo o pecado do mundo (1Pd 2,24) e redimiu a humanidade pregando na
cruz o decreto de condenação que estava destinado a nós (Cl 2,14). O sofrimento vem da nossa
fragilidade. Não podemos dizer que o sofrimento é fruto de um pecado. Nossa
natureza é frágil e aos poucos vai dando sinais de insuficiência. Mas é de
fundamental importância unir nossos sofrimentos aos de Cristo para que eles
também sejam redentores. O sofrimento do cristão deve ser visto na sua condição
humana, e também como participação do Mistério Pascal de Cristo que é Paixão,
Morte e ressurreição.
739. Estive
doente (Mt
25,36)
A doença está sempre presente em nossas vidas. Ela mostra a fragilidade
do ser humano. Desejamos viver sem problemas e para sempre perfeitos. Não
acontece. A natureza humana é frágil. Graças a Deus e a ciência que evolui,
temos melhores condições e meios para superar muitas doenças. Um dia passamos
por ela. Quando não são as dores físicas são as psicológicas e mesmo as
espirituais. O que nos interessa agora é contemplar a doença dentro da visão da
fé cristã. Não são castigos por males e nem outros tem poder de nos tornar
doentes. Isso não faz parte da fé. Ouvimos que “alguém fez um trabalho”.
Acreditar nisso é muito primário. Temos que procurar o recurso, organizar meios
de ajudar os outros e sobretudo criar ambiente na comunidade para dar presença
aos doentes. É um bom remédio. Serve para nossa santificação quando sofremos unidos
a Jesus. Aí sim, ela se torna redentora. Esta é a vontade de Deus. Mesmo na dor
estar unido a Deus.
740.Com
Ele morremos e viveremos (Rm 6,8)
Temos uma certeza: vamos morrer! A
morte faz parte da vida. Quanto mais entendemos que ela faz parte da vida, mais
intensamente podemos viver. Por isso, quanto mais colocarmos a morte em nossa
vida, mais teremos a vida na morte. Isto quer dizer: o fim de nossa vida deve
orientar o que fazemos. Lemos em Eclesiástico: “Pensa no teu fim e não pecarás”
(Ecl 7,36), isto
é, viverás!. A morte estimula a
vivermos bem porque a vida continua após a morte. Se vivermos mal, não
construímos a Vida. Ela será sempre uma surpresa. Estar preparado é viver bem. Não
viver bem, a morte é uma desilusão. Viver bem, ela é o encontro com o Pai. Estes
assuntos são difíceis que pois exigem a fé madura e uma vida unida a Cristo.
Jesus se preocupou com os doentes, consolou os sofredores, chorou os mortos e
os ressuscitou. É isso que faz conosco.
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