PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Verdadeira
luz
Reunidos
em torno do Recém-Nascido, celebrando sua memória na Celebração Eucarística,
nós nos abrimos para receber toda a beleza da Palavra de Deus que nos instrui e
nos coloca em celebração. É a noite da Luz. A luz da glória do Senhor envolveu
os pastores (Lc 2,9). O profeta Isaias
proclama: “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam
nas sombras da morte, uma luz resplandeceu” (Is
9,1). A luz é sempre nova. Rezamos: Deus que fizestes resplandecer esta
noite santa com a claridade da verdadeira luz” (oração
da missa). Nós somos iluminados por Ele, que é a última Palavra do Pai:
“Deus falou outra aos nossos pais, pelos profeta; nestes dias, que são os
últimos, Ele nos falou por meio do Filho” (Hb
11-2). “Ele era a luz da verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser
humano... Ele é o Verbo que se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,8.14). A Palavra criadora agora é a
expressão mais clara da vontade salvadora do Pai que quer dar vida para todos:
“A graça de Deus se manifestou trazendo a salvação para os homens... Ele se
entregou por nós, para os resgatar de toda a maldade” (Tt 2,11.14). Esta luz maravilhosa é um pequeno raio que ilumina
uma gruta. No meio de um império monumental, ela é a esperança dos humildes. Na
grande história do mundo não se falava de uma Virgem que dá à luz, nem de
pastores, nem de anjos. Quando Roma colocara a paz pela dominação das armas,
nascera a paz pelo amor. Os Césares passaram, mas Ele permanece para sempre.
Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre
seu reinado ( Is 9, 6). Paz, porque “hoje,
na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador que é o Cristo Senhor” (Lc 2,11).
Envolvido
em faixas
O
maior acontecimento da história da humanidade, a Encarnação do Filho de Deus,
maior que a própria criação, tem a grandeza de um pequenino envolto em faixas.
É a semente de um mundo novo. Estas faixas aparecerão de novo na sepultura,
quando o envolverão em panos que estarão no chão no dia da Ressurreição (Jo 19,40;20,6). É um único mistério que se
manifesta na fragilidade, mas que conduz à grandeza da vida de Deus. Assim Ele é apresentado aos pastores. Assim
Ele esteve entre os seus. A bondade de Deus abre-se ao contato na total
simplicidade. Este é o caminho que a Igreja não ousa assumir. Paulo afirma: “Quando
sou fraco é que sou forte” (2 Cor 12,10).
Porque não temos força nem coragem de assumir a fragilidade do Filho de Deus
Encarnado.
Troca
de presentes
A
liturgia reza: “Acolhei, ó Deus, a oferenda da festa de hoje, na qual o céu e a
terra trocam os seus presentes e dai-nos participar da divindade daquele que
uniu a vós a nossa humanidade”(Oferendas).
Os presentes do Natal lembram esta troca de presentes entre o céu e a terra.
Damos nossa humanidade e Ele nos dá sua divindade. A vida humana recebe a
capacidade de se tornar divina. É o momento de trocar presentes com Deus. A
Vida se fez Carne e a Carne se nos dá em Pão da Vida. O presente que damos a
Deus, podemos entregá-los através de seus queridos, os necessitados de amor e
de vida. Isso é Natal.
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