sábado, 1 de junho de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Louvai o Senhor, todas as nações!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Um Deus para todos
 
A Palavra de Deus na celebração de hoje lembra como Deus age. Não sabíamos como Deus era. Enviou então o Filho Jesus que nos mostrou a face do Pai. Deus fizera o homem e a mulher para que pudessem amá-Lo. Só irão amá-Lo se O compreenderem e amarem como um Deus para todos. O povo da antiga aliança pensava em um Deu só para si. Contudo as profecias são claras quanto à destinação universal da revelação de Deus. Os profetas ensinaram que todos os povos acorrerão para Jerusalém. Salomão, ao dedicar o templo a Deus diz que, quando um estrangeiro se dirigir a Deus, será ouvido (1Rs 8,41-43). Vemos que o Salmo 116 convida todos os povos a louvar a Deus. O coração de Deus é aberto a todos. Todos podem participar de Sua vida e receber o Seus favores. Nós somos fechados. Lembro-me de um fato: Fui celebrar uma missa em uma capela e a senhora que vendia pipoca diante da igreja queria marcar uma intenção na missa pela alma de sua falecida patroa. E os marcavam as intenções queriam mandá-la embora. Nós temos essa mentalidade fechada. Pensamos que somos donos do coração do Pai e impomos normas a Deus e decidimos como será a salvação dos outros. Se Ele escolheu um povo para si, foi para que anunciasse Sua misericórdia e Seu amor por todas as pessoas. O amor de Deus não se divide, multiplica. Só seremos felizes se pensarmos como o Pai que acolhe a todos. 
Jesus é igual ao Pai
No milagre da cura do empregado do centurião romano podemos ver como Jesus é aberto em reconhecer a sinceridade do coração das pessoas. Este homem pagão e estrangeiro amava o povo de Israel e até mesmos lhe construíra uma sinagoga, tanto que insistiram com Jesus para atendê-lo. Ele mostrou tanta fé em Jesus que disse que bastava só Sua palavra para curar seu empregado. Faz o raciocínio: Se minha palavra de chefe vale, quanto mais a de Jesus. A fé em Jesus lhe dá a garantia. O elogio de Jesus é forte: “Nem mesmo em Israel vi tanta fé”. Em todas as missas repetimos as palavras de fé deste pagão: “Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo”. A Palavra ensina como é Deus. A finalidade desse ensinamento é recuperar sempre a imagem de Deus, revestindo-nos de Cristo para ter Seus sentimentos (Fl 2,5). 
Uma fé que serve. 
Salomão proclama que Deus ouve os estrangeiros, isto é, o que não tem a fé hebraica. Como é para nós a reação diante de outras religiões? Temos consciência que, vivendo a fé cristã, agradamos a Deus e podemos nos salvar. Temos tudo para a salvação. Por esse evangelho Jesus nos ensina a ser abertos à boa vontade de todos. Por isso temos que evitar a agressividade contra os que são diferentes. Nós procuramos o que Jesus ensinou. Como a fé se destina a todos, todos tem acesso a Deus mediante o dom que lhes é dado. Aprendamos ter humildade e não querer impor a Deus nossos pedidos. O centurião romano que nem foi diretamente a Jesus, pediu que intercedessem por ele. Em cada Eucaristia temos oportunidade de mostrar a humildade dizendo que não somos dignos. Podemos reafirmar nossa fé para não deixarmos Jesus Cristo por outra doutrina, aceitando um evangelho diferente. Jesus foi sempre fiel a seu Pai. 
Leituras: 1Reis 4,41-4; Salmo 116; 
Gálatas 1,1-2.6-10; Lucas 7,1-10 
1. Somos chamados a ser como Deus, abertos a todos. Salomão diz que Deus escuta a oração do estrangeiro que reza a Ele em Jerusalém. O salmo convida todos os povos a louvar a Deus. O povo de Israel não entendeu sua missão de ser anunciador do amor de Deus que acolhe a todos. 
2. Jesus é aberto à sinceridade de coração das pessoas. O centurião entendia o que era a força da palavra do chefe. Então, para ele, para curar o servo, bastava a palavra de Jesus. Jesus faz um elogio: Nem mesmo em Israel vi tanta fé. Repetimos as palavras do centurião na missa: Senhor, eu não sou digno... 
3. Nossa atitude diante da religião de outros deve ser de respeito e acolhimento sem agressividade. Aprendermos também a não impor a Deus nossos pedidos, como fez o centurião. 
Batendo continência 
Deus escuta a oração de todo mundo, seja lá quem for. Salomão, quando inaugurou o templo, pede que Deus escute a oração do estrangeiro que a Ele Se dirije, como está no livro dos Reis. O salmo confirma este ensinamento quando diz: “Cantai louvor ao Senhor todas as gentes. Povos todos festejai-O” (Sl.116). Este é o ensinamento de Jesus quando o oficial romano pede que Jesus cure seu empregado. A palavra de Jesus era uma ordem que se cumpriria. Ele mesmo, sendo um oficial, tinha uma palavra que era executada pelos subalternos. Na cabeça desse soldado a palavra de Jesus tinha poder, nem precisava da presença. Jesus se admirou da fé deste homem. E bateu continência para ele. Paulo fica admirado com a facilidade com que as pessoas abandonam Jesus por um nada. Para esses não bate continência. 
Homilia do 9º Domingo Comum - 02.06.2013

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