Naquele tempo, Maria disse:
«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
porque pôs os olhos na humildade da sua serva,
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas,
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência para sempre».
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.
Tradução litúrgica da Bíblia
(1673-1716)
Pregador, fundador de comunidades religiosas
«Tratado da verdadeira devoção à Virgem Maria», 1-6
«Pôs os olhos na humildade da sua serva»
Maria manteve-se escondida durante toda a sua vida; por isso, o Espírito Santo e a Igreja chamaram-lhe «alma Mater»: Mãe escondida e secreta. A sua humildade era tão profunda que nada na terra a seduzia mais poderosa ou continuamente do que esconder-se de si própria e de toda as criaturas, para que só Deus a conhecesse.
Aprouve a Deus, atendendo aos seus pedidos de ocultação, empobrecimento e humildade, esconder a sua conceção, o seu nascimento, a sua vida, os seus mistérios, a sua ressurreição e a sua assunção de quase todas as criaturas humanas: nem os seus pais a conheciam; e os anjos perguntavam muitas vezes entre si: «Quae est ista? Quem é esta?» (Ct 6,10), porque o Altíssimo lha ocultava; ou, se lhes mostrava alguma coisa, escondia-lhes infinitamente mais.
Que coisas grandes e escondidas fez este Deus poderoso nesta criatura admirável, como ela própria foi obrigada a reconhecer, apesar da sua profunda humildade: «O Todo-poderoso fez em mim maravilhas». O mundo não as conhece, porque é incapaz e indigno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário