Evangelho segundo São Lucas 1,26-38.
Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo».
Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela.
Disse-lhe o anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?».
O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril;
porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».
Tradução litúrgica da Bíblia
Papa de 2005 a 2013
Encíclica Deus Caritas est, § 41;
Libreria Editrice Vaticana
Maria, mulher de fé, de esperança e de amor
Os santos são os verdadeiros portadores de luz dentro da história, porque são homens e mulheres de fé, esperança e caridade. Entre os santos, sobressai Maria, Mãe do Senhor e espelho de toda a santidade. No Evangelho de Lucas, encontramo-la empenhada num serviço de caridade a sua prima Isabel, junto da qual permanece «cerca de três meses» (1,56), assistindo-a na última fase da gravidez. «Magnificat anima mea Dominum – A minha alma engrandece o Senhor» (Lc 1,46), diz por ocasião de tal visita, exprimindo assim todo o programa da sua vida: não se colocar a si mesma ao centro, mas dar espaço ao Deus que encontra tanto na oração como no serviço ao próximo — só então o mundo se torna bom.
Maria é grande precisamente porque não quer fazer-se grande a si mesma, mas engrandecer a Deus. Ela é humilde: não deseja ser mais nada senão a serva do Senhor (cf Lc 1,38.48). Sabe que contribui para a salvação do mundo não realizando uma obra sua, mas apenas colocando-se totalmente à disposição das iniciativas de Deus. É uma mulher de esperança: só porque crê nas promessas de Deus e espera a salvação de Israel é que o anjo pode vir ter com ela e chamá-la para o serviço decisivo de tais promessas. É uma mulher de fé: feliz de ti, que acreditaste, diz-lhe Isabel (cf Lc 1,45).
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