Guilherme Howard nasceu em 30 de novembro de 1614, em Stafford, Inglaterra.
Cresceu em uma casa nominalmente anglicana, seu pai havia se convertido à Igreja da Inglaterra em 1616. Guilherme foi, sem dúvida, exposto às influências católicas romanas, já que quase toda a família Howard permaneceu leal a essa fé. Seu avô, Philip Howard, vigésimo conde de Arundel, foi preso por Elizabeth I na Torre de Londres por ser católico e morreu ali em 1595, após dez anos de prisão.
Em 1620, Guilherme foi colocado na casa de Samuel Harsnett, bispo de Norwich, para estudar, depois frequentou o St John’s College, em Cambridge, aos 11 anos em 1624, mas não recebeu nenhum diploma.
Ainda era considerado membro da Igreja da Inglaterra em 1633, quando foi listado como Comissário Eclesiástico.
Em 11 de outubro de 1637, casou com Mary, filha de Edward Stafford e Ann Wilford, e irmã de Henry Stafford, 5º Barão de Stafford. O casal teve 3 filhos e 6 filhas.
Em 12 de novembro de 1640, Guilherme foi feito Visconde de Stafford.
Na guerra civil que estourou logo depois, ele apoiou o partido monarquista e assim perdeu todas as suas propriedades de terra, que voltaram a ser suas, em 1660, com a ascensão ao trono de Carlos II. Guilherme, no entanto, não se sentiu suficientemente compensado por sua lealdade à coroa e, a partir daquele momento, começou a sentir um sentimento de ressentimento em relação ao novo governante.
Em 1678, discutiu publicamente com o Conde de Peterborough durante um debate na Câmara dos Lordes, um episódio que lhe rendeu muitos inimigos. No mesmo ano Guilherme foi denunciado por suspeita de cumplicidade na “trama papista” arquitetada por Tito Oates, acusado de ter planejado o assassinato do rei Carlos II. Dessa forma, seu irmão Jaime II, de religião católica, teria sucedido ao trono inglês. O enredo, no entanto, acabou por ser absolutamente fictício e Guilherme Howard dificilmente poderia ter sido um cúmplice devido à sua idade avançada. No entanto, com uma atmosfera geral de suspeita e apreensão reinando, sua mera filiação à Igreja Católica foi suficiente para indiciá-lo.
Em 1675, foi detido e encarcerado na famosa Torre de Londres e mais tarde julgado por seus pares em Westminster Hall. Segundo o depoimento do cronista John Evelyn, até alguns parentes votaram contra ele. Evelyn, que o conhecia pessoalmente, descartou a priori que um homem maduro e experiente como Howard pudesse ter participado da trama dando a estranhos a tarefa de matar o rei. Ficou impressionado com a postura íntegra de Guilherme, que “falava muito pouco… e se comportava com muita humildade, como sempre”, mas mesmo assim foi considerado culpado.
Em 29 de dezembro de 1680, antes de ser decapitado, ele invocou: “Senhor, perdoa aqueles que juraram falsidade contra mim”.
Guilherme Howard foi beatificado em 15 de dezembro de 1929, em Roma, pelo Papa Pio XI.
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