No 4º domingo da Quaresma encontramos o tema da alegria, como no 3º domingo do Advento. Diante das festas que se aproximam, já sentimos os primeiros raios que nos iluminam e enchem de alegria. S. Atanásio nas cartas que escrevia para comunicar o dia da Páscoa: “Só o fato de escrever anunciando o dia da Páscoa, já sentimos imensa alegria”. A alegria é grande porque podemos conhecer o quanto Deus foi generoso conosco ao nos dar seu Filho para nos salvar. Por isso, “caminhemos ao encontro das festas que se aproximam, cheios de fervor e exultando de fé” (oração da coleta). Jesus dá a Nicodemos o sentido da redenção pela morte de Cruz. Faz uma comparação entre a serpente que Moisés levantou no deserto para curar as pessoas e a crucifixão de Jesus. Olhar para a serpente de bronze era condição para ser curado das picadas venenosas. Crer em Jesus crucificado é condição sair do veneno do pecado para ter a vida eterna. A redenção vem através do sacrifício de Jesus. A redenção não vem pelos méritos de nossas boas obras, mas da bondade de Deus: “Deus é rico em misericórdia. Por causa do grande amor com que nos amou, quanto estávamos mortos por causa das nossas faltas, Ele nos deu a vida em Cristo. É por graça que sois salvos (Ef 2,4-10)”, escreve Paulo. Ele nos ama, não por sermos bons, mas porque Ele é bom. Jesus é fonte de vida para que pratiquemos as boas obras. Em Deus não há condenação, pois, enviou seu Filho para nos salvar (Jo 3,17). Tudo que não é vida para as pessoas está fora do projeto de Deus para o mundo. Quando não cremos correspondendo com a vida, estamos já julgados, pois quem não crê já está condenado (Jo 3,18). Crer não é uma atitude intelectual, mas prática, pois quem age conforme a verdade, aproxima-se da luz para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus, isto é, crê (Jo 3,21). Crer é corresponder à aliança que Deus oferece e pela qual dá seu Filho. O pecado é a atitude de abandonar o projeto de Deus. Diante da infidelidade, Deus permanece fiel a sua aliança (1ª leitura).
Saudades de Sião
A experiência dolorosa do exílio é considerada como punição pela infidelidade à aliança. Mas Deus permanece fiel. Usa Ciro, o grande rei, para dar liberdade ao povo, reconstruir a cidade e o templo. Mesmo na infidelidade do povo, Deus ama por primeiro e dá chances de perdão e reconstrução. O povo sofreu por seus pecados, mas conservou no coração, como reza o salmo 136, saudades de Jerusalém. Ali pude compreender o mal que praticara. É um belo exemplo para nossa vida: da experiência dos erros, procurar mudar os caminhos. Mas Deus não abandona seu povo. A história de Ciro, mesmo sendo um fato político é interpretado como ação do Deus que salva.
Graça e misericórdia.
“Deus é rico em misericórdia... É por graças que sois salvos” (Ef 2,5). O povo tem a experiência desta misericórdia. Sempre quando peca tem certeza da misericórdia de Deus. Para levar até ao extremo sua fidelidade à aliança, envia seu Filho, quando ainda estávamos mortos por causa das nossas faltas(Ef 2,5). Isso não são contos do passado, mas realidade presente em nosso dia-a-dia. Deus é fiel à aliança que tem conosco, mesmo quando não o somos. Em cada Eucaristia dá-nos sempre a certeza de estar de bem conosco.
Leituras: 2 Crônicas 36,14-16.19-23;
Salmo 136;
Efésios 2,4-10; João 3,14-21
1. No 4º domingo da Quaresma encontramos o tema da alegria, pois as festas se aproximam. Jesus dá a Nicodemos o sentido da redenção pela morte de cruz. Faz a comparação da morte de Cruz com a serpente de bronze. Olhar para ela salvava das picadas venenosas. Crer em Jesus é condição para sair do veneno do pecado. A redenção não vem por nossos méritos. Mas pela bondade de Deus. Em Deus não há condenação. Não corresponder é condenar-se.
2. O exílio do povo foi considerado como punição pela infidelidade à aliança. Mas Deus permanece fiel e usa Ciro para reconstruir o povo, a cidade e o templo. Mesmo na infidelidade do povo, Deus ama primeiro. O Povo conserva a saudades da cidade santa. A experiência do erro ensina que Deus não abandona seu povo.
3. Deus é rico em misericórdia. O povo tem experiência dela. Sempre quando peca tem certeza da misericórdia. Deus levou ao extremo a fidelidade à aliança enviando o Filho, quando ainda estávamos mortos pelas nossas faltas. Tudo isso é para nós também. Em cada Eucaristia recebemos a certeza dessa misericórdia.
Assalto de Deus
Os chefes do povo e donos da religião fizeram barbaridades rompendo a aliança com Deus, cometendo pecados sem conta. O inimigo assaltou o país, destruiu o templo, a cidade e levaram o povo para o exílio.
Depois de 70 anos houve um libertador, Ciro, rei da Pérsia. O povo voltou e reconstruiu a cidade e o templo.
Diante de tudo o que existia de maldade no mundo, Deus fez seu assalto de misericórdia. Ele nos amou quando ainda éramos pecadores. Não merecemos nada. Tudo foi por amor dele. Usa até a comparação da serpente que Moisés levantou no deserto. Quem olhava para ela era curado das picadas das cobras venenosas.
Olhar com fé para Jesus Crucificado é ser libertado e encontrar restauração de tudo o que temos de mal. O tempo da Quaresma é tempo de pensar no benefício da redenção.
Homilia 4º Domingo da Quaresma(22.03.2009)
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