sábado, 20 de agosto de 2022

EVANGELHO DO DIA 20 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Mateus 23,1-12. 
Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam os filactérios e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por mestres. Vós, porém, não vos deixeis tratar por mestres, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na Terra, não chameis a ninguém vosso pai, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por doutores, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Bento (480-547) 
Monge, co-padroeiro da Europa 
Regra monástica, cap. 7 
«O maior de entre vós será o vosso servo» 
Irmãos, a Escritura divina proclama que «quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado», querendo com isso mostrar-nos que toda a exaltação é uma forma de orgulho. Prova-o o salmista, que dele se acautela quando diz: «Senhor, o meu coração não é orgulhoso, nem os meus olhos são altivos; não corro atrás de grandezas ou de coisas superiores a mim» (Sl 130,1). Daqui resulta, irmãos, que, se quisermos atingir o cume da suprema humildade e chegar rapidamente às alturas celestes aonde podemos subir pela humildade na vida terrena, temos de pôr de pé a escada que apareceu em sonhos a Jacob e subir por ela com os nossos atos tal como ele viu «os anjos subir e descer» (Gn 28,12). Este subir e descer não podem ter para nós outro significado que descer pela exaltação e subir pela humildade. E aquela escada é a nossa vida neste mundo, que o Senhor levanta até ao céu sempre que o nosso coração se humilha. O primeiro degrau da humildade consiste em ter sempre presente no pensamento o temor de Deus e nunca o esquecer, esforçando-nos por recordar tudo aquilo a que Deus nos mandou obedecer. Para estar vigilante contra a malícia dos seus pensamentos, o irmão deveras humilde há de repetir sem parar no seu coração: «Tenho sido sincero para com Deus e guardei-me do pecado» (Sl 17,24). A Escritura também nos impede de seguirmos a nossa vontade dizendo: «Refreia os teus apetites» (Sir 18,30). É por essa razão que, no pai-nosso, pedimos a Deus que a sua vontade se faça em nós. «Os olhos do Senhor observam maus e bons; do Céu, o Senhor olha para os seres humanos, a ver se há alguém sensato, alguém que ainda procure a Deus» (Pr 15,3; Sl 13,2). Tendo subido todos os degraus da humildade, o monge depressa chegará ao amor de Deus, a esse amor que, tornado perfeito, afugenta todo o temor (1Jo 4,18); graças a ele, tudo aquilo que dantes cumpria a medo, agora levará a cabo sem custo algum, com toda a naturalidade e de modo habitual, por amor a Cristo, por hábito do bem e gosto da virtude. Tudo isso o Senhor Se dignará manifestar daí em diante no seu operário, pelo Espírito Santo.

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