O primeiro contato que temos com Deus , nós o encontramos dando vida. Nada além do normal, pois Deus sempre cuida de sua criatura amada. Jesus, vindo da parte do Pai, traz Seu coração amoroso. E como vive sob a potência do Espírito, transmite a cada um a certeza de que quer a vida e a quer abundante (Jo 10,10). Tem como missão destruir o mal que é obstáculo ao Reino de Deus e suas obras. Jesus anula-o ao ensinar os ignorantes, perdoar os pecadores, aliviar a fome, curar as doenças e ter a vitória sobre a morte. A morte é a última inimiga de Deusa ser vencida (1Cor 15,26). Vamos à cena: Ao chegar a Naim, encontra, à porta da cidade, um enterro que leva um defunto, filho único de uma viúva. Diversos são filhos únicos. Jesus também é o filho único. Deve perceber mais profundamente o drama. Situação da viúva era dramática, não só pela perda, mas porque significa para ela a desgraça total dentro da sociedade. Ela não herdava. “Jesus sentiu compaixão por ela e disse: ‘Não chores’”. O verbo usado para sentir compaixão explica o termo - entranhas de misericórdia. É ter a ternura como o seio materno tem pelo fruto de seu ventre. O verbo usado indica o amor de Deus movido no profundo de seu coração terno. O coração de Deus entende o coração materno sofrido. Deus é pai dos órfãos e juiz das viúvas. As viúvas são consideradas no novo testamento, estado sagrado do Senhor para dar-lhes vida. Está a dizer: ‘não temais, porque Deus está convosco’. Jesus toca o caixão. Esse gesto era proibido pela lei, pois torna impuro, não podendo nem participar das celebrações, pelo tempo determinado. A morte é a pior contaminação, a vida é a maior pureza. “Jesus aproximou-se, tocou o caixão e disse: ‘Rapaz, eu te digo, levanta-te’”. O rapaz levantou-se e Jesus o entregou à sua mãe. A Palavra de Jesus é de criação e de vida. É a ressurreição. O jovem participa da ressurreição de Jesus. É um milagre que vai além de um defunto, mas entra no mistério da morte e ressurreição de Jesus das quais todos nós participamos. O profeta Jesus continua a missão de seu Pai.
Formando nossos corações
A narrativa desse milagre não quer somente contar um fato maravilhoso. Esse jovem experimentou em si a força da ressurreição e é figura da futura ressurreição de Jesus. Reflete a alma humana com salmista que convoca os santos da assembleia a louvar com ele: “Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes. Tirastes minha alma dos abismos e me salvastes quando eu estava morrendo”. Reflete a missão de Jesus que quer que todos se convertam e vivam. A conversão é o caminho da vida. Mas, a proposta de Jesus vai mais longe e apela para uma vida que seja plena. Deus não quer o sofrimento. Pelo Espírito forma nosso coração para que tenhamos os sentimentos de Jesus que se compadece e dá a vida. Assim realizamos sua missão que era de dar vida.
Quem dá a vida é de Deus
Paulo, na segunda leitura (Gl1,11-19) afirma que não aprendeu o evangelho por ensinamentos, mas por uma revelação pessoal. Ele mesmo fora um perseguidor. Mas nele havia uma escolha do Deus da Vida. O Cristão tem uma vocação à vida. Diante da ressurreição do jovem de Naim, nós nos decidimos pela grande missão de dar a vida a todos os ambientes em que estamos. Há muita morte, sofrimento, dores inúteis que podem ser ressuscitadas. É nossa oportunidade de ser como Paulo, homem do evangelho de Jesus. Deste modo poderemos estar unidos à ressurreição que Jesus nos dá.
Leituras: 1Reis 17,17-24; Salmo 29;
Gálatas 1,11-19; Lucas 7,11-17
1. Nosso Deus é o Deus da vida. Jesus, vindo da parte do Pai, tem como missão dar vida. Ele destrói a força do mal ensinando os ignorantes, aliviando a fome, curando e vencendo a morte. No evangelho de hoje lemos que Jesus encontra o funeral de um filho único de uma viúva. Era a desgraça total. Move-se de compaixão, o que significa entranhas de misericórdia. Jesus ressuscita o moço. A Palavra de Jesus é criação e vida. O morto participa da morte e da ressurreição de Jesus.
2. A narrativa não quer somente contar um milagre, mas indicar já a ressurreição de Jesus que começa pela conversão que é caminho da vida. Assim nos forma para que tenhamos os mesmos sentimentos de Jesus que se compadece para que haja vida.
3. Paulo afirma a escolha que fez do Deus da vida que o libertou de um mal, pois era perseguidor. Diante da ressurreição do jovem, nós nos decidimos pela missão de dar a vida a todos os ambientes, conduzindo à ressurreição. Unidos ao Evangelho, como Paulo, podemos estar unidos à ressurreição que Jesus nos dá.
Coração mole
A força de Jesus não estava na valentia ou em atitudes de poder. Mas em sua bondade de coração. Ele criticava os fariseus por serem de coração duro. Deus é diferente. Deixa-se pegar pelo coração.
Jesus, passando, vê que levam um morto a ser enterrado. Vê a dor de viúva que enterrava sua última esperança. A viúva não tinha direito a nada. E agora ficava só. Jesus sentiu compaixão e mandou parar o caixão. Doeu muito. E como e era de coração mole, ressuscitou o filho para a sofrida mãe. Imagina que festa. É certo que alguns correram.
É este o modo de agir de Deus: compaixão sempre e de todos os modos para com os sofredores. Assim mostra como devemos agir.
Por que Jesus realiza essa ressurreição? Jesus é a vida. Mesmo para os que morreram têm vida nEle.
Homilia do 10º Domingo Comum
EM JUNHO DE 2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário