María Vicenta Rosal nasceu em Quetzaltenango, Guatemala em 26 de outubro de 1820, num lar cristão e cresceu num ambiente de profunda fé. Ao assumir sua vocação religiosa, adotou como nome religioso María Encarnación Rosal del Corazón de Jesús.
Vocação Religiosa
Aos 15 anos, ingressou na Ordem (ou Congregação) de Belém, na cidade da Guatemala, instituição que estava sob a jurisdição dos padres Betlemitas, fundados por Santo Hermano Pedro de Betancur. Em 16 de julho, recebeu o hábito das mãos do último padre Betlemita, Frei José de San Martín, e adotou o nome de María Encarnación del Sagrado Corazón. Insatisfeita com a vida na Congregação, passou para o convento das “Catalinas”, para logo retornar “à sua Belém”, onde é eleita Priora; tratou de reformá-lo, mas quando não conseguiu realizar essa reforma, decidiu fundar outro, onde seriam vividas as Constituições que ela havia redigido e que o Bispo local já havia aprovado. Conseguiu realizar seu intento em Quetzaltenango, su tierra natal.
Sua vida e obra eram dedicadas a conservar o carisma do fundador da Congregação Betlemita, Santo Hermano Pedro de Betancur. “À luz da encarnação, da Natividade e da morte do Redentor”, a Congregação vivia o espírito de reparação das Dores do Sagrado Coração de Jesus, dedicando o dia 25 de cada mês à adoração reparadora. A ânsia pela glória de Deus e salvação dos homens levava Madre Encarnación a “servir com solicitude ao irmão necessitado” e a “impulsionar a educação infantil e da juventude nos colégios, escolas e lares para meninas pobres”, bem como a “dedicar-se a outras obras de promoção e assistência social”.
Exílio
Em 1855, a reformadora da Ordem Bethlemita iniciou formalmente seu trabalho religioso pela comunidade, fundando em Quetzaltenango dois colégios, mas sua obra foi interrompida com o início da perseguição política imposta pelo governante Justo Rufino Barrios (1873-85), que expulsou do país várias ordens religiosas.
Com o objetivo de continuar seu trabalho evangelizador, a reformadora da Ordem Betlemita chegou à Costa Rica em 1877. Ali fundou o primeiro colégio para mulheres em Cartago, a 23 km desta capital, onde se encontra a Basílica da Rainha dos Anjos, Padroeira da Costa Rica.
Em 1886, Madre Encarnación fundou um orfanato-asilo em San José. Todavia, novamente precisou abandonar o país quando outro governo assumiu o poder, expulsando as ordens religiosas e impondo a educação laica. Madre Encarnación também fundou casas na Colômbia e no Equador, sofrendo o desterro que lhe impunham as autoridades Guatemaltecas.
Assim que precisou abandonar a Costa Rica, Madre Encarnación instalou-se na Colômbia. Fundou, na cidade de Pasto, outro lar para meninas pobres e desamparadas. A religiosa é considerada como uma das pioneiras da formação integral da mulher no continente latino-americano.
Morte
A incansável peregrina estabeleceu posteriormente a Ordem Betlemita no Ecuador, em Tulcán e Otavalo. Madre María Encarnación morreu em 24 de agosto de 1886 após cair do cavalo que a transportava de Tulcán até o Santuario de Las Lajas, em Otavalo. Seu corpo foi transladado à cidade de Pasto, onde se conserva incorrupto após 110 anos. Seu instituto trabalha atualmente em 13 países.
A causa de sua beatificação foi introduzida em 23 de abril de 1976. O Decreto de Aprovação do Milagre foi firmado em 17 de dezembro de 1996. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 4 de maio de 1997, no Vaticano.
Atualmente, a ordem Betlemita está presente na Itália, África, Índia, Espanha, Venezuela, Equador, Estados Unidos, Costa Rica, El Salvador, Nicarágua, Panamá e Guatemala. Sua Casa-Mãe situa-se em Bogotá, na Colômbia.
Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel
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