Havia um direito de se celebrar três missas no dia de Natal. Direito muito antigo, aprendido dos Papas. O Papa celebrava três missas: A missa da meia-noite na Santa Maria Maior, pois ali há uma relíquia da manjedoura. Voltando para o Vaticano celebrava uma missa para a comunidade grega, de manhazinha. Era a missa de Santa Anastácia, pois os gregos celebravam o Natal no dia 6 de janeiro. Ao meio dia celebrava na sua Igreja, São Pedro. Mudados os tempos, ficou o direito a todos. Agora não há essa questão, mas temos três formulários, além do formulário da vigília. A Igreja se concentra no mistério da Encarnação, que é a Manifestação do Senhor. É o tempo do Natal que vai até o primeiro domingo do Tempo Comum que é o Batismo. No Segundo Domingo Comum temos a manifestação de Jesus aos discípulos. Nesse tempo do Natal estamos ao mistério da Manifestação. Isso fundamental para a fé cristã. Deus Se fez presente no mundo, visível na pessoa do Filho. Deus não enviou alguém em seu Nome. Quem se encarna é o Filho, que é um com o Pai. Jesus diz a Felipe: “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9). Natal é mais que uma criança adormecida num berço. É a presença de Deus entre nós, na pessoa do Filho. Celebrar o Natal é acolher a Manifestação de Deus. Zacarias disse: “Sol nascente que nos veio visitar” (Lc, 1,78). Perdemos a realidade da presença em nossa carne mortal. É mais fácil se comprometer com uma religião aérea. Cremos num Deus encarnado.
Temas que recorrem
Temos preocupação em buscar um caminho de espiritualidade. O grande “Santo de Deus” fez o caminho de seu ingresso no mundo. Espiritualidade é seguir esses textos para ter uma espiritualidade pura. O Evangelho é sempre o caminho para tudo na fé. Os textos das missas do Natal nos trazem diversos temas que nos orientam. Na missa do dia 24 temos o cântico de Zacarias: “Deus nos visita... sol nascente que nasce do alto para iluminar os que jazem nas trevas”. O evangelho da noite nos revela a ternura: “Maria deu à luz seu Filho primogênito, O enfaixou e O colocou na manjedoura”. Depois os anjos anunciam aos pastores a grande alegria: nasceu para vós um Salvador. Quando se celebram as três missas, na missa da manhã rezamos a visita dos pastores e na missa da tarde, refletimos com João a verdade da Encarnação. Seguimos com a festa da Mãe de Deus, dos Magos do Oriente e do Batismo de Jesus. Esse é o caminho da vida humana de Jesus e nosso caminho espiritual. Vamos a Belém e, como os pastores, ver o Menino e contar o anúncio dos Anjos. E “Maria conservava todas essas coisas em seu coração”
Tempo do Natal
No tempo do Natal o ar se envolve de ternura. Num ambiente frio, com neve há outro caminho. No calor de dezembro, podemos ter uma alegria muito grande do encontro de família, de presentes aos familiares, amigos e pobres. Sair de si é a melhor maneira de se ver e se encontrar. Acontece o Natal quando nascemos para os outros. Já houve, nas comunidades tempos melhores de promoção à caridade. Os redentoristas, Dom Carlinhos, Padre Viana e Padre Daniel (falecido já) criaram a novena de Natal em família. Tornou-se um modo de ser Igreja e de celebrar o Natal. Era um momento de confraternização e celebração em família. A Encarnação nos leva a encarnar nossa vida e nossa fé. Sem ir ao ser humano, não chegamos ao Filho de Deus que Se encarnou.
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