Evangelho segundo São Lucas 1,46-56.
A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
porque pôs os olhos na humildade da sua serva,
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada
todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas,
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência para sempre.
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois, regressou a sua casa.
Tradução litúrgica da Bíblia
Monge beneditino, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho,I,4;CCL122,25ss.
(trad. Breviário, rev.)
«O meu espírito se alegra em Deus,
meu Salvador»
«A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador». Com estas palavras, Maria reconhece, em primeiro lugar, os dons singulares que lhe foram concedidos, e a seguir enumera os benefícios universais com que Deus favorece continuamente o género humano.
Glorifica o Senhor a alma daquele que consagra todos os sentimentos da sua vida interior ao louvor e serviço de Deus e, pela observância dos mandamentos, mostra que está a pensar sempre no poder da majestade divina. Exulta em Deus, seu Salvador, o espírito daquele que se alegra apenas em meditar no seu Criador, de quem espera a salvação eterna. Embora estas palavras se apliquem a todas as almas santas, adquirem contudo a sua ressonância mais perfeita ao serem proferidas pela bem-aventurada Mãe de Deus, que, por singular privilégio, amava com perfeito amor espiritual Aquele cuja conceção corporal no seu seio era a causa da sua alegria. Com razão pôde ela exultar, mais que todos os outros santos, em Jesus, seu Salvador, porque sabia que o eterno Autor da salvação havia de nascer da sua carne com nascimento temporal, e, sendo uma só e mesma pessoa, havia de ser ao mesmo tempo seu Filho e seu Senhor. Por isso se introduziu na liturgia da Santa Igreja o costume, belo e salutar, de cantarem todos este hino de Maria na salmodia vespertina, para que os fiéis, ao recordarem assiduamente o mistério da encarnação do Senhor, se entreguem com generosidade ao serviço divino e, lembrando-se constantemente dos exemplos da Mãe de Deus, se confirmem na verdadeira santidade. E pareceu muito oportuno que isto se fizesse na hora das Vésperas, para que a nossa mente, fatigada e distraída ao longo do dia com pensamentos diversos, encontre o recolhimento e a paz de espírito ao aproximar-se o tempo de descanso.
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