segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “O dom da graça é abundante”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
(Ao lado, PADRE BRANDÃO CSsR(+))
O dom gratuito
 
Paulo, na carta aos Romanos 5,11-15, explica-nos a relação entre pecado e graça. Normalmente pensamos mais no pecado que na graça. A história do Gênesis sobre o “pecado de Adão” diz que “por um homem entrou o pecado no mundo e com o pecado a morte, e a morte passou a todos. O dom gratuito da graça de Deus, concedido através de um só homem Jesus Cristo, se derramou em abundância sobre todos”. O bem que a graça faz é muito maior que o mal feito pelo pecado. Estamos no regime da graça e não sujeitos ao mal sem saída. Jesus é o dom gratuito de Deus dado a nós em abundância. Pouco antes, Paulo escreveu que Deus nos amou quando ainda éramos pecadores, por isso Jesus é o dom gratuito, e, além do mais, é abundante e para todos. Por isso o evangelho deste domingo insiste dizendo “não tenhais medo” porque o dom de Deus em Cristo leva-nos a entender que estamos sob os completos cuidados de Deus. Deus cuida até dos cabelos de nossa cabeça. A ação salvadora de Deus aos nos dar Cristo é o ponto de partida de nossa vida cristã. A partir da encarnação o mal não é o “senhor do mundo”. Percebemos que há uma tendência em muitos de colocar Cristo em luta com o mal. Ele é o Senhor. Há uma tendência em buscar o demônio em tudo. Aquele que crê está sob Jesus. A primeira leitura de Jeremias diz: “O Senhor está ao meu lado como um forte guerreiro” (Jr 20,11) 
O que devemos temer? 
Nesse quadro apresentado pela primeira leitura, lemos o evangelho que nos diz: “Não tenhais medo dos homens... não tenhais medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma...” Pois Deus cuida de nós. A quem devemos temer? A quem pode destruir a alma e o corpo. Quando somos vítimas deste inimigo se é tão insignificante diante de Deus que cuida de nós? Quando fazemos a opção de não viver na graça que é Jesus. O pecado de Adão trouxe a morte – esta morte, mais que o fim da vida é o fim nosso em Deus. Nós, como Adão, recusamos a proposta de vida. O pecado é uma escolha. Devemos temer seguir a sugestão do mal porque ela pode nos danar corpo e alma. Se por um lado Cristo é o Senhor, temos a possibilidade de escolher sob que regime viver. Aí se encontra o que chamamos de perda da alma, perda do domínio de si mesmo. O pecado tira nossa liberdade, enfraquece o desejo de vencê-lo e debuscar o bem. Basta observar como é difícil deixar um vício. A graça, ao contrário, podemos deixar com facilidade. Ela não nos oprime. Podemos, pela prática do bem, superar a tentação. A esse devemos temer. 
Anunciar Jesus Cristo 
O maior sinal que temos de viver na graça, unidos a Cristo, é o desejo de anunciá-lo. Quem não O anuncia, mesmo de um modo muito pessoal, é porque não se deixou fascinar por Cristo. Igualmente a perseguição é um certificado de que estamos vivendo o regime da graça. Sempre haverá perseguição ao justo. Essa é a experiência de Jeremias. Deus sempre liberta quem confia nele. E se declara a seu favor diante dos homens. Anunciar Jesus Cristo dá garantia de que Ele nos apresentará ao Pai. “Aquele que se declara a meu favor eu me declararei em seu favor diante do Pai. Quem me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai” (32-33). Estão aí colocadas as certezas de nossa salvação.
Leituras: Jeremias 20,10-13; Salmo 68; 
Romanos 5,12-15; Mateus 10,26-33. 
Ficha 1. Paulo nos explica a relação graça e pecado. Mostra o mal que faz o pecado e o bem que faz a Graça. O dom gratuito da Graça é Cristo. Ele é abundante. Vivemos sob o regime da Graça e não devemos ter medo. Jesus é o Senhor. 
2. A quem devemos temer? Jesus diz que devemos temer não os que matam o corpo, mas o que mata nossa alma e corpo. Quem é esse? É a opção que fazemos pelo mal. O mal nos faz prisioneiros, a Graça nos faz livres. 
3. Anunciar Jesus é uma garantia de que estamos com Ele e de que Ele não nos negará diante do Pai. O anúncio é o resultado necessário para quem crê em Cristo. 
Homilia do 12º Domingo do Tempo Comum
EM JUNHO DE 2005

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