PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 46 ANOS SACERDOTE |
O evangelho (Mt 9,38-10) mostra Jesus no meio das multidões. Contemplamos seus sentimentos em relação às multidões que Lhe corriam atrás. “Vendo-as, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas como ovelhas sem pastor” (9,36). O povo está sempre sofrido. Como é possível sobreviver na situação em que o mundo coloca os sofredores? Jesus é a resposta. Tem o coração ferido pelo sentimento ao ver o povo sofrido. Somos os mais infelizes do mundo quando não vemos a realidade do povo e não tomamos a mínima atitude para aliviar sua dor. Jesus tem uma decisão firme: curar todos os males. Para isso chega ao extremo sacrifício para dar uma resposta coerente a sua dor. O sentimento de Jesus não para em uma dor passageira. Ele toma atitudes. Quando apresenta seu programa de vida, na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim, por isso mandou-me evangelizar os pobres, sarar...” (Lc 4,16-19). Podemos recordar que são os mesmos sentimentos de Deus e a mesma atitude diante do sofrimento do povo no Egito: “Eu vi o sofrimento do meu povo no Egito, ouvi seus clamores e desci para...” (Ex 12,1ss ). É um sentimento que conduz a uma ação concreta e consequente. Jesus exemplifica essa atitude na parábola do bom samaritano (Lc 10,29-37): viu o homem caído, desceu do jumento, curou as feridas, levou para uma hospedaria, cuidou, deixou sob cuidados e voltou para completar a ação. Nós da Igreja somos de muitas palavras (e não só os católicos) e pouca ação. Há muita aleluia e pouca farinha na cuia. O cristão, em qualquer função que exerça, é enviado por Jesus para minorar o sofrimento do povo.
Pedi ao Senhor operários para a messe
O primeiro recurso que esse sentimento oferece a Jesus para o cumprimento de tal missão – minorar o sofrimento do povo – é a busca de colaboradores. O povo da Antiga Aliança tinha 12 pedras angulares que eram os 12 filhos de Jacó. Escolhe 12 colaboradores que deverão, em primeiro lugar, continuar a compaixão para com as multidões sofridas e cansadas. Vejamos quanto estamos distantes dessa responsabilidade! Quem é o colaborador? O evangelho dá sua lista. São homens do povo que fazem parte da multidão sofrida. Mas por que devemos pedir os operários se Deus já sabe da necessidade? O fato de pedir indica que temos no coração a compaixão de Jesus pelos sofredores. Deus atende porque ama e tem compaixão. O fato de Cristo morrer por nós quando ainda éramos pecadores é expressão da compaixão. Sendo compassivo não deixará Sua Igreja sem servidores. Sua compaixão continua e nós participamos dela como seus colaboradores.
O que é missão?
Os colaboradores de Cristo continuarão sua missão, pois foram mandados para “expulsar os maus espíritos e todo tipo de doença e enfermidades”. Jesus diz: “Em seu caminho anunciem: o Reino de Deus está próximo. Curem os doentes, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios”. Cada liturgia é espaço de exercer a compaixão de Jesus. Ela nos educa a ter os mesmos sentimentos de Jesus porque nos coloca em comunhão com Ele e com os irmãos. Ela nos estimula a abrir os olhos para ver com os olhos de Jesus e nos fortifica para pôr em atos a compaixão.
Leituras: Êxodo 19,2-6; Salmo 99;
Romanos 5,6-11; Mateus 9,36-10,8.
Ficha:
1. Jesus se compadece das multidões sofridas. Seu projeto de vida foi trazer uma alegria para o povo resolvendo seus grandes problemas que tinham. Seu sentimento é o mesmo que possui o Pai quando liberta o povo do Egito. A salvação que Deus oferece ao povo é consequente. A parábola do bom samaritano é um exemplo de ter compaixão que se torna uma solução.
2. Jesus manda que peçamos operários para uma grande messe. Somente Deus pode colocar no coração do homem um sentimento que seja solução para as dores do povo. Para isso escolhe 12 continuadores dessa missão de misericórdia e compaixão.
3. A missão que confia é completa: curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e expulsar os demônios, isto é, todos os males que estão no coração das pessoas.
Homilia do 11º domingo do Tempo Comum
EM JUNHO DE 2005
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