A liturgia da festa dos dois apóstolos tem uma nota de profunda alegria. São felizes os dois apóstolos e a Igreja se alegra em festejá-los. Assim reza na oração da missa: “Deus, que nos concedeis a alegria de festejar os dois apóstolos Pedro e Paulo... pois nos deram as primícias da fé”. Pedro e Paulo são diferentes um do outro. Tiveram diferente chamado, diferente conhecimento de Cristo, pregaram em situações diferentes. Pedro pregou aos judeus e Paulo aos pagãos. “Por diferentes meios, reza o prefácio, congregaram a única família de Cristo” A figura desses dois homens resplandece na Igreja como orientadores do caminho da fé. A fé de Pedro torna-se pedra de sustento do edifício espiritual. Pedro é um homem frágil, mas fala inspirado pelo Pai: “Feliz és tu Simão, pois não foi um ser humano que te revelou isso, mas meu Pai que esta no Céu. Por isso Eu te digo que és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha igreja e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16,18). Deus usa a pessoa humana, na sua fragilidade para manifestar o poder de Deus. Como Cristo: destruído, mas redentor. Paulo é feliz ao contemplar sua trajetória por Cristo: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia. Não só a mim, mas também a todos os que esperam com amor sua manifestação gloriosa” (2ª Tim 4,7-9).
Modelos de confiança
A fé em Jesus, professada de modo efusivo e espontâneo, frutifica na confiança. Jesus confia a Pedro sua Igreja e com ele aos 11 apóstolos, com todo o poder de salvação: “Eu te darei as chaves do reino dos céus. Tudo o que ligares na terra será ligado nos céus. Tudo o desligares será desligado nos céus” (Mt 16,18). A grande responsabilidade é sustentada por uma confiança muito grande. Pedro é libertado milagrosamente da prisão lemos em Atos 12,1-11. Pedro confia: “Agora sei que o Senhor me enviou seu Anjo para me libertar” (11). Paulo confia: O Senhor esteve a meu lado e me libertou da boca do leão” (2Tim 4,17). Feliz figura da confiança e da certeza de fé. Mesmo se o futuro se preanunciasse perigoso, pois diz que a hora do seu sacrifício já se aproxima, está pronto porque o Senhor “esteve sempre a meu lado” (17).
Visitar Pedro e Paulo
A tradição antiga mostra o anseio dos cristãos de visitarem os túmulos de Pedro e Paulo. Por que? Para confirmarem sua fé. É a vontade de dizer: “cremos do mesmo modo”. Nessa fé se firma a Igreja. Os bispos do mundo inteiro vão a Roma a cada 5 anos para visitar a Pedro e Paulo. S. Cripiano vai a Roma para conferir sua fé com a fé de Pedro, expressa na pessoa e na missão do Papa. Paulo fora a Jerusalém para conferir sua pregação com a de Pedro e as cabeças da Igreja para não correr em vão. A simplicidade de querer ser fiel, busca o apoio naqueles que deram a vida por Cristo. Hoje é dia do Papa. Em nossos dias tivemos a figura luminosa de João Paulo II que acreditava na sua missão e expressou sua fé. Agora temos Bento XVI que começa a impressionar por sua afabilidade e inteligência espiritual. Fez-se servo humilde do Senhor. Cabe a nós, com nossa fé, fortalecê-lo. Que os leões que atacam seu ministério sejam amansados pela sua firmeza de fé e caridade.
Leituras:Atos 12,1-11;Salmo 33;
2Timóteo4,6-8; Mateus16,13-19.
Homilia da Festa de S. Pedro e Paulo
EM JULHO DE 2005
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