sexta-feira, 29 de novembro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Meu Senhor e meu Deus”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Eu creio
Rezamos na oração na celebração de hoje que tenhamos uma vida coerente com o Mistério Pascal de Cristo que é sintetizado nos sacramentos da iniciação do Senhor: “Reacendei a fé de vosso povo na renovação da festa pascal e aumentai a graça que nos destes. Fazei que compreendamos melhor o batismo que nos lavou, o Espírito que nos deu nova vida e o sangue que nos redimiu”. Cristo ressuscitado se manifesta aos discípulos reunidos no domingo. É na comunidade que a fé nasce e cresce. Tomé faz o mais perfeito ato de fé, em nome de todos nós, dizendo a Jesus: “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20,28). Jesus quis que Tomé fosse além dos sinais sensíveis. Ele queria tocar a mão nas feridas de Jesus para saber se era Ele mesmo. Tem fé mais pura aquele que crê sem precisar de sinais materiais. Paulo diz que os judeus pedem milagres e os pagãos querem sabedoria e nós, apresentamos Cristo Crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios (1Cor 1,22-23). A presença do Ressuscitado na comunidade vai se manifestar quando acolhemos sua Paixão e sua Ressurreição. Assim podemos receber o dom do Espírito: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados eles lhes serão perdoados; a quem, não os perdoardes, eles lhes serão retidos” (Jo 20,22-23). Aceitar a redenção que Cristo nos trouxe e ofereceu com abundância, é ter o perdão dos pecados. Do contrário, a recusa de aceitar Cristo em seu Mistério Pascal, não tem a remissão. A misericórdia de Deus é infinita e continua a oferecer seus dons. 
Eu amo
A Ressurreição atinge o coração da pessoa na dimensão do amor a Deus que se manifesta no amor mútuo que forma a comunidade. Esse amor não é vazio, mas deixa o bolso vazio (fazendo um jogo de palavras), isto é, desapegando dos bens materiais e se voltando para a vida do Reino. Por isso Lucas coloca essa experiência dos bens em comum: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que o possuído, mas tudo entre eles era posto em comum” (At 4,32). Vemos que o povo cristão, nos tempos posteriores, preferiu viver na ganância. Por isso não somos testemunhas verdadeiras da Ressurreição. O testemunho da caridade é a verdadeira manifestação da misericórdia de Deus que cuida de seus filhos em todos os sentidos através dos irmãos. O amor de Deus é usar o sacramento do irmão para o amor se tornar realidade. O amor de doação que o mundo rejeita é a pedra angular do mundo novo. A vitória sobre todos os males está na fé vivida no amor. Crer em Jesus é nascer de Deus. A fé é a vitória sobre o mundo. Mundo no pensamento de João é a oposição a Jesus e não o maravilhoso mundo criado por Deus. Não somos do mundo. A figura do mundo passa. 
Eu espero 
“A esperança não decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que Ele nos concedeu” (Rm 5,5). O Espírito Santo nos foi dado como dom da Ressurreição. Tem como consequência o amor que foi derramado em nossos corações. Amar a Deus é também amar aos irmãos, “pois sabemos que amamos os filhos de Deus quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos” (1Jo 5,2). Podemos afirmar que não haverá esperança nem amor se não nos dedicamos ao amor de Deus. Quem crê, ama e por isso espera, isto é, tem certeza. Na oração final da missa pedimos que conservemos em nossa vida o sacramento pascal que recebemos.

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