Evangelho segundo São Lucas 21,5-11.
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?».
Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».
Disse-lhes ainda: «Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».
Tradução litúrgica da Bíblia
São João Crisóstomo(345-407)
presbítero de Antioquia,
bispo de Constantinopla,
doutor da Igreja
Catequeses sobre a carta aos Romanos,n.º24
«Quando ouvirdes falar de guerras
e revoltas,não vos alarmeis»
e revoltas,não vos alarmeis»
Quanto mais o rei se aproxima, mais necessidade temos de nos preparar. Quanto mais se aproxima o momento em que o prémio será atribuído ao lutador, melhor tem de ser a luta. É também o que acontece nas corridas: quando chega o final da corrida e o objetivo se aproxima, mais se estimula o ardor dos cavalos. É por isso que Paulo diz: «A salvação está agora mais perto de nós do que quando abraçámos a fé. A noite vai adiantada e o dia está próximo» (Rom 13,11-12).
Uma vez que a noite se desvanece e o dia surge, façamos as obras do dia e deixemos as obras das trevas. É também assim que fazemos nesta vida: quando vemos que a noite dá lugar à alvorada e ouvimos cantar a andorinha, acordamo-nos uns aos outros, mesmo que ainda seja noite. [...] Apressamo-nos a realizar as tarefas do dia; vestimo-nos depois de termos sido arrancados ao sono, para que o sol nos encontre prontos. O que fazemos nessa altura, façamo-lo agora: sacudamos os nossos sonhos, afastemo-nos das ilusões da vida presente, deixemos o sono profundo e revistamo-nos do fato da virtude. É o que nos diz claramente o apóstolo: «Abandonemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.» Porque o dia chama-nos à batalha, ao combate.
Não vos alarmeis ao escutar estas palavras de combate e de luta! Se vestir uma pesada armadura material é penoso, é desejável, pelo contrário, vestir a armadura espiritual, que é uma armadura de luz. Então, brilharás com um brilho mais resplandecente que o sol e, cintilando com um fulgor radioso, estarás em segurança, porque estas são [...] armas de luz. Estaremos então dispensados do combate? Não! Temos de combater, mas sem nos deixarmos vencer pela fadiga e pela angústia. Porque não é tanto para a guerra que somos convidados, mas para uma festa e um júbilo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário