Scipione é o nome de batismo, nasceu em Itri, Diocese de Gaetre em 1511. Tendo como pais, Paulo e Victória Oliveres, teve também quatro irmãos, sendo Paulo o segundo e o primeiro filho, João Batista, foi Abade de Santo Erasmo, em Itri.
Na sua infância, era um menino piedoso, com uma inclinação particular de amor e solidão, mas possuía um caráter doce e amável no trato e no diálogo com os demais. Dedicava-se a oração, frequentava os sacramentos e assistia com frequência ao sacrifício eucarístico na Igreja de Santa Maria da Misericórdia. Destaca-se também sua infância que, ele possuía um amor especial aos pobres e a seu pedido, o pai deixou sempre a dispensa aberta para acolher os famintos.
Ele passou a infância em Nápoles e com apenas 14 anos começou a frequentar a Universidade de Salerno antes de se mudar para Bolonha, onde se formou em direito civil e canônico. Praticou a advocacia em Nápoles por 14 anos com retidão e integridade, mantendo simultaneamente posições políticas e diplomáticas.
Exerceu sua profissão com muita lealdade e sempre fazia a justiça acontecer na sociedade em que vivia; surge daí o carinhoso título de “amigo da verdade”. Sempre estava ao lado dos pobres e viúvas, que na época eram muito injustiçados. Tinha como amigo Padre André Avelino (Santo) e como diretor espiritual o Padre João Marinoni (Beato), o que contribuiu muito para o seu caminho de santidade.
Em 1557, ele decidiu abandonar tudo e ingressou na Ordem Teatina, recebendo o nome de Paulo. A pobreza era verdadeiramente edificante, ele mesmo cuidava de suas roupas gastas e costurava seus sapatos rasgados. O Beato sempre gostava de ficar um tempo a sós, pois, manifestava sempre o desejo de estar sempre em oração com Deus.
Como sacerdote, Burali sempre se dedicava na administração dos sacramentos, que constituía e ainda constituí parte essencial do apostolado teatino, como instrumento eficaz para a reforma dos costumes. O Beato conservava também o espírito de disponibilidade, paciência e possuía também uma admirável caridade, sempre preocupado com os pobres. Como Prepósito, distinguiu-se pela exemplaridade, pelo cuidado da disciplina religiosa, e sobretudo, pela caridade, afeto e apego à Congregação. Sempre estava disponível em ajudar os religiosos em suas tarefas e se alegrava pelo crescimento humano e espiritual de cada um.
Exemplo foi também como Bispo de Piaccenza e mais tarde Cardeal, sempre esteve disponível em servir os mais pobres e conservava no coração e nas suas vestes a pobreza e a simplicidade, dom este que possuía já desde criança. Possuindo também uma grande mente intelectual, promoveu várias reformas na sua diocese que, quando tomara posse a encontrou abandonada, um verdadeiro caos. Foi muito criticado pelas pessoas, pois, como era inteligente, dedicava boa parte do seu tempo em servir os pobres e não, como algumas pessoas que o criticavam, em dedicar-se a coisas que exigia o seu status.
Existem vários testemunhos que confirmam a vida de serviço, oração e dedicação com a Igreja, e a sua Liturgia e em especial com os pobres. O Beato, Burali durante sua vida, colocou seus dons com alegria e sua admirável caridade, a serviço da Ordem Teatina e do povo de Deus.
Em dezembro de 1563, o Concílio de Trento terminou após 18 anos, e a parte mais difícil começa: aplicar seus decretos, começando com a reforma do clero. Muitos padres são despreparados, ignorantes. E essa massa opaca faz resistência passiva a qualquer mudança. Para mudar, novos homens são necessários. Um deles é Paulo Burali, que em 1568 foi nomeado bispo de Piacenza por Pio V. Por oito anos trabalha sem descanso: criação do seminário, duas visitas pastorais a toda a diocese, dois sínodos, escola de padres, pregação contínua aos fiéis, com a ajuda dos Tiatinos, Clérigos Regulares de Somasca e Capuchinhos. Paulo Burali faz parte da patrulha dos grandes bispos em reforma com os quais trabalha há anos: começando por Carlos Borromeo em Milão e norte da Itália e continuando com Gianfrancesco Bonomi em Vercelli, Girolamo Ragazzoni em Bergamo, Gabriele Paleotti em Bolonha. Pio V o nomeou cardeal em 1570.
Em 1576, Gregório XIII o nomeou arcebispo de Nápoles. Então volta para casa, mas não descansa, mesmo que seu corpo esteja enfraquecido. Sem descanso, porque a situação é ainda pior do que ele sabia. O seminário é o reino da desordem e da ignorância: e ele o fecha, mandando todos para casa. Alguns mosteiros femininos tornaram-se uma residência com todos os confortos para as filhas da aristocracia. E assim, aqueles que em Nápoles se lembram de sua amabilidade em anos distantes, agora descobrem sua energia na limpeza: fechamentos, supressões, voltando à severidade das regras nas instituições que ele permite sobreviver. Mas o físico não o suporta. Ele vai para Torre del Greco para descansar um pouco, e aqui a morte o leva.
Ele morreu em Torre del Greco em 17 de junho de 1578. São Filippo Neri lamentou sua morte como uma perda para todo o mundo cristão.
Em 1772, o Papa Clemente XIV o proclama Beato. O corpo é mantido em Nápoles na igreja de San Paolo Maggiore.
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