terça-feira, 4 de junho de 2024

04 de junho - Beato Tiago de Viterbo (Agostiniano)

Tiago é reconhecido tanto pela sua inteligência quanto pela sua piedade, é um testemunho de que o amor de Deus se mostra e se concretiza no serviço às pessoas através da responsabilidade do amor no seio da Igreja. Seus escritos refletem os ensinamentos de Santo Agostinho e seu amor pela Igreja. Em seu modo de viver, ele seguiu os ideais de Agostinho. Descendente de uma nobre família, Tiago nasceu na cidade italiana de Viterbo por volta de 1255. Pouco se sabe de sua vida quando era jovem, exceto de que ingressou na Ordem Agostiniana em 1270 ou 1272, na sua cidade natal e vestiu o hábito no convento da Santíssima Trindade, em Viterbo. Na Ordem Agostiniana ele logo começou a se distinguir academicamente, o que lhe trouxe, com o tempo, amplo reconhecimento e responsabilidades de alto nível. Seus superiores decidiram mandá-lo estudar em Paris, cidade que era então o centro dos estudos universitários de toda a Cristandade. Na capital da Franca ele estudou filosofia e teologia entre os anos 1275 e 1282. Como estudante de teologia teve por mestre o grande agostiniano e ilustre acadêmico frei Gil de Roma. Este tinha sido aluno do próprio Tomás de Aquino e sempre teve muita consideração por Tiago de Viterbo. Uma vez de volta à sua pátria, Itália, Santiago trabalhou diligentemente com os seus irmãos agostinianos e ficou reconhecido tanto pela sua inteligência quanto pela sua piedade. Ele retornou à Paris em 1286 com o objetivo de prosseguir seus estudos teológicos. Ele obteve o bacharelado em 1288. Aprofundando sua aprendizagem, conquistou o doutorado em teologia em 1293. Por designação de Gil de Roma, eleito prior geral da Ordem Agostiniana, Tiago foi nomeado diretor da casa internacional de estudos de seus colegas Agostinianos. Ele sucedeu, assim, seu antigo professor, o próprio frei Gil de Roma. Tiago permaneceu no cargo até 1299. Sua carreira como professor e diretor aclamou-o como um acadêmico universitário de destaque internacional. Tiago ensinou em Paris e, mais tarde, em Nápoles. Em 1300 ele retornou mais uma vez à Itália onde durante dois anos ensinou em Nápoles. Foi membro do capítulo geral da Ordem Agostiniana, que naquele ano aconteceu na cidade de Nápoles. No capítulo, no entanto, apesar de sua já estabelecida fama como acadêmico, não foi suas conquistas acadêmicas e seus dotes intelectuais que atraíram atenção, mas algo inteiramente diferente: sua humildade. Tiago de Viterbo se viu envolvido num desacordo e confrontação pública com o então prior geral, um frei não menos distinto que ele mesmo e que mais tarde recebeu o título de beato: Agostinho de Tarano. Henry Friemar, uma testemunha ocular do que aconteceu e um cronista de confiança que pode muito bem ser considerado o mais antigo historiador da Ordem Agostiniana, escreveu a história do conflito. Parece que um frei alemão, cujo nome é desconhecido, foi injustamente e seriamente acusado de algum comportamento reprovável. Isso chegou ao ouvidos do prior geral, e ele, buscando informações mais concretas, questionou Tiago sobre o assunto. Tiago, que conhecia o tal frei, o defendeu, afirmando que as acusações contra ele eram infundadas.Tiago não foi o único que defendeu o frei acusado. O prior geral, no entanto, não se convenceu dos argumentos a favor do frei em questão. Ele então publicamente denunciou qualquer frei que desse apoio ao acusado, afirmando que freis que tinham um lugar de honra na Ordem estavam mostrando sua gratidão à comunidade saindo do caminho do que é certo para poder defender outros freis que não mereciam tal defesa. Tiago de Viterbo se deu conta de que o que foi dito era para ele mesmo e não se calou: levantou na presença da assembléia dos freis e respondeu declarando que era sincera a sua crença de que o acusado frei era inocente. Foi por isso que o defendeu com a sinceridade do coração e a clareza de consciência para o bem da Ordem. No entanto, afirmou que ele humildemente aceitaria o julgamento de seus superiores no assunto. Toda a assembléia ficou maravilhada e edificada pelo tom humilde de sua resposta. Os contemporâneos de Tiago entenderam sua conduta na ocasião como medida de sua grande devoção para com a Ordem Agostiniana e à pessoa do prior geral, que ele via como o princípio de unidade na Ordem. E assim o conflito se desfez. Tiago de Viterbo era um líder. E reconhecendo sua liderança e seu amor pela Ordem Agostiniana, o Papa Bonifácio VIII convidou-o para expressar sua liderança e amor na Igreja como bispo. Assim, ele foi chamado para exercer seu cuidado e zelo de um modo mais amplo. Ele foi nomeado bispo - o primeiro bispo - de Benevento no dia 3 de setembro de 1302 e por isso precisou deixar a carreira de professor que exercia em Nápoles. Por volta do final do mesmo ano (ou do ano seguinte, segundo alguns relatos), em 12 de dezembro, ele foi transferido para Nápoles como arcebispo. Como arcebispo e pastor verdadeiramente zeloso, Tiago soube ganhar a estima de benfeitores que ajudaram na construção da nova catedral. Tiago também movimentou o povo de Nápoles para que trabalhassem para completar a construção da catedral de Nápoles para que ela fosse um símbolo vivo do trabalho de Deus na cidade. Como escritor, também, Tiago foi importante. Pela grandeza de seu gênio ele é considerado um dos maiores teólogos escolásticos e em reconhecimento à sua sagacidade e capacidade intelectual ele recebeu o apelido de “o Doutor Especulativo.” Tiago de Viterbo escreveu obras importantes e nelas manifesta-se, como se manifesta em sua vida, seu amor à Igreja e à doutrina de Santo Agostinho. A única obra de Tiago publicada integralmente é a “De regimine christiano” (O Governo Cristão). Esta obra, de 1303, pode ser considerada como o primeiro tratado sistemático sobre a Igreja, apresentando o papel essencial da Igreja na sociedade humana. Ele batalhou para se tornar realidade a Igreja viva para o povo de seu tempo. Tiago de Viterbo morreu em Nápoles, no final de 1307 ou início de 1308. A memória deste servo de Deus foi logo rodeada de veneração convertendo-se logo em objeto de culto público, confirmado oficialmente por Pio X em 1911. A família Agostiniana celebra sua memória no dia 4 de junho. Seu culto foi confirmado por São Pio X em 1911. O Beato Tiago escreve sobre a Sagrada escritura: A Sagrada Escritura está ordenada ao amor de Deus que se chama amizade Como dizem os grandes doutores, o amor de Deus é o fim da doutrina sagrada, não só de uma parte, mas de todo o conjunto. O fim da Sagrada Escritura é nossa salvação, razão pela qual se chama ciência da salvação. A salvação de uma coisa consiste na unidade ou união que tem com aquilo que lhe é conveniente. Nada, porém, mais conveniente à alma racional que o Sumo Bem que é Deus, e por isso, na união com Deus consiste a salvação humana. O fim da doutrina sagrada é, portanto, o amor de Deus principalmente, e, como consequência, o amor ao próximo, que é imagem de Deus. Isto mesmo manifesta-se pela autoridade de Santo Agostinho, no primeiro livro da "Doutrina Cristã", onde, após tratar muitas coisas pertinentes a esta ciência diz: "De todas as coisas que se disseram antes, desde que tratamos deste assunto esta é a maior: a plenitude e o fim da lei e de toda a Escritura divina é o amor do objeto que será nosso gozo e daquilo que pode desfrutar dele junto conosco". 
Oração 
Senhor, que no beato Santiago destes à Igreja um pastor zeloso e um mestre das verdades da fé; concedei-nos, por sua intercessão, dediquemo-nos com todas as nossas forças ao serviço da Igreja e de nossos irmãos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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