Evangelho segundo São Mateus 6,7-15.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando orardes, não digais muitas palavras, como os pagãos, porque pensam que serão atendidos por falarem muito.
Não sejais como eles, porque o vosso Pai bem sabe do que precisais, antes de vós Lho pedirdes.
Orai assim: "Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o vosso nome;
venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido;
e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal".
Porque, se perdoardes aos homens as suas faltas, também o vosso Pai celeste vos perdoará.
Mas, se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não vos perdoará as vossas faltas».
Tradução litúrgica da Bíblia
Sobre a oração, 1-10
Que a vontade de Deus se faça em nós!
Nenhum obstáculo pode, evidentemente, impedir que a vontade de Deus se realize; nós não Lhe desejamos boa sorte na execução dos seus desígnios, antes pedimos que a sua vontade seja feita em todos os homens.
A natureza da nossa oração continua a ser a mesma: que a vontade de Deus se realize em nós na Terra, a fim de poder cumprir-se em nós no Céu. E qual é a vontade de Deus, senão que sigamos os seus caminhos? Supliquemos-Lhe, pois, que nos comunique a substância e a energia da sua vontade, a fim de sermos salvos na Terra e nos Céus, pois a sua vontade é salvar os filhos que adotou. O Senhor realiza esta sua vontade pela palavra, pelas obras e pelos sofrimentos. Foi neste sentido que Ele afirmou que não fazia a sua vontade, mas a de seu Pai.
Não há dúvida de que Ele não fez a sua vontade, mas a de seu Pai. Quando dizemos: «Seja feita a vossa vontade», felicitamo-nos pelo facto de a vontade de Deus nunca ser um mal para nós, e encorajamo-nos a sofrer quando é preciso. Para nos mostrar, no meio das suas angústias, que a fraqueza da nossa carne se encontrava na sua, o Senhor disse: »Pai, afasta de Mim este cálice»; mas depois corrigiu-Se: «Não se faça, porém, a minha vontade, mas a tua» (Lc 22,42). Ele próprio era a vontade e o poder do Pai; mas, para nos ensinar a pagar a dívida da dor, entregou-Se por completo à vontade do Pai.
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