segunda-feira, 26 de junho de 2023

Beata Maria Josefina de Jesus Crucificado, Carmelita - 26 de junho

      Josefina Catanea nasceu no dia 18 de fevereiro de 1894, em Nápoles, no seio da nobre família dos marqueses Grimaldi. Desde pequena mostrou uma predileção particular pelos pobres e os mais necessitados, destinando-lhes o dinheiro que lhe davam para brinquedos ou merendas, e ajudando a duas velhinhas que viviam sozinhas.  O exemplo de sua avó e de sua mãe foi a escola onde aprendeu a conhecer Jesus e a se enamorar dEle. Tinha uma devoção particular pela Eucaristia e pela Virgem Maria, o que demonstrava rezando o Rosário.  Depois de terminados os estudos, em 10 de março de 1918, superando a oposição de sua mãe e de seus familiares, ingressou no Carmelo de Santa Maria, em "Ponti Rossi", lugar assim chamado porque ali se encontravam as ruínas de um aqueduto romano.  No Carmelo aprendeu a amar a Cristo em meio ao sofrimento, oferecendo-se como vítima pelos sacerdotes. Soube aceitar a vontade de Deus, embora isto significasse grande dor física: se viu afetada por uma forma grave de tuberculose na espinha dorsal, com dores nas vértebras, que a paralisou completamente.

Em 26 de junho de 1922 foi curada milagrosamente, de forma instantânea, depois do contato com o braço de São Francisco Xavier, que lhe levaram até sua cela.  A "monja santa", como a chamava o povo, iniciou um grande apostolado principalmente no locutório do convento, acolhendo a todo tipo de pessoas doentes e necessitadas de ajuda, tanto material como espiritual, às quais proporcionava consolo e conselho para encontrar o amor de Deus. Inclusive realizou milagres.  Sua abnegação prosseguiu também quando foi acometida de outras enfermidades que a obrigaram a usar cadeiras de rodas, crucificando-se com Jesus pela Igreja e pelas almas.  Em 1932, no dia 7 de dezembro de 1932, o Papa Pio XI aprovou a fundação do Carmelo em Ponti Rossi, em Nápoles, como mosteiro de Carmelitas Descalças. No dia 30 de janeiro onze terciárias recebem o hábito e iniciaram o noviciado. Josefina tinha então 39 anos. Josefina Catanea recebeu o hábito de Santa Teresa de forma oficial, tomando o nome de Maria Josefina de Jesus Crucificado.  Em 6 de agosto desse mesmo ano fez a profissão solene segundo a Regra carmelitana, que já vivia desde 1918. A Jesus, naquele dia solene e íntimo, pede uma graça: “Que eu não seja jamais privada do dom preciosíssimo do sofrer”. Jesus a contentou e a configurou a si até o último instante da sua vida.  Ir. Maria Josefina, consciente de ter sido escutada, escreveu alguns anos mais tarde: “Quando penso que Jesus me colocou com Ele sobre a Cruz, sinto em mim uma maternidade espiritual, uma ternura pelas almas, uma alegria grande, profunda que não sei dizer”. Anota em um outro escrito: “Ó Jesus, absorve-me em ti, aprofunda-te em mim, transforma-me em Ti, faz que eu viva só de Ti”. Como Santa Teresa de Jesus, Ir. Maria Josefina está dizendo, ao seu modo, a partir da sua experiência: “Só Deus basta”.  Em 1934 o Cardeal Alessio Ascalesi, arcebispo de Nápoles, a nomeou sub-priora; em 1945, vigária; e em 29 de setembro desse ano, no primeiro capítulo geral, foi eleita priora, cargo que desempenhou até sua morte.  Sua espiritualidade, sua docilidade amorosa, sua humildade e simplicidade, lhe granjearam grande estima durante os anos da 2ª. Guerra Mundial. Rezava sem cessar, alimentando assim sua confiança em Deus, com a qual contagiava a todos os que se dirigiam em peregrinação a "Ponti Rossi" para escutar suas palavras de alento, consolo e estímulo para superar as provas e as dores das tristes situações resultantes da guerra.  No dia de sua tomada de hábito dissera: "Eu me ofereci a Jesus Crucificado para ser crucificada com Ele", e o Senhor aceitou sua oferta. Compartilhou os sofrimentos de Cristo de forma silenciosa, porém alegre. Suportou durante muitos anos duras provas e perseguições com espírito de abandono à vontade de Deus. Também gozou de carismas místicos extraordinários.   Por obediência e por conselho de seu diretor espiritual, escreveu sua "Autobiografia" (1894-1932) e seu "Diário" (1925-1945), bem como numerosas cartas e exortações para as religiosas.  A partir de 1943 começou a sofrer várias enfermidades especialmente dolorosas, que incluíram a perda progressiva da visão. Convencida de que essas enfermidades eram vontade de Deus, as acolhia como "um dom magnífico" que a unia cada vez mais a Jesus Crucificado. Com um sorriso nos lábios, ofereceu seu corpo como altar de seu sacrifício pelas almas.

  Ela soube sacrificar, sem dúvida, o seu ideal de escondimento à vontade de Deus, expressa pelos superiores. “Como queria passar as minhas horas na cela – dizia -, mas as almas me esperam e a tudo devo renunciar por amor a elas”. Nos seus propósitos escrevia: “Esta é a minha vida, ó Jesus: atividade de obediência, de fé, de zelo para levar-te às almas, para conduzi-las a ti. Que me importa que isto me custe sacrifícios? Não me fez, tu, mamãe das almas? Darei a elas todas as minhas energias por teu amor, resistirei ao trabalho, mesmo sentindo-me faltar as forças, contente de sofrer até a morte, desde que as almas se salvem e te glorifiquem, ó Jesus”.  A devoção da Beata à Virgem era grande. Ela explicava assim àqueles que se admiravam da sua familiaridade com Ela: “Sinto na alma a ternura que a Santíssima Virgem tem pelas almas”. Tem clara a consciência de que Maria opera na sua vida e na vida daqueles que encontra no Carmelo; na escola do Carmelo aprendeu que a verdadeira devoção a Maria é toda interior. “Maria, nenhum outro, deve unir a nossa alma a Deus bendito, com união íntima de adesão ao divino querer”.  A Beata morreu no dia 14 de março de 1948, Domingo da Paixão, em sua cidade natal; tinha 54 anos. Foi beatificada na Catedral de Nápoles pelo Cardeal Crescenzio Sepe em 1º de junho de 2008. A sua memória litúrgica é celebrada em 26 de junho.

Fontes:

https://blogdamissaoatos.wordpress.com/santos-homens-como-nos-2/2014-2/junho/beata-maria-josefina-de-jesus-crucificado/
https://www.vatican.va/

Nenhum comentário:

Postar um comentário