quarta-feira, 28 de junho de 2023

SÃO PAULO I, PAPA

Paulo, caso único na Igreja, foi o primeiro Papa a suceder seu irmão, Estêvão II, também Papa, após seu falecimento, no século VIII. Este homem bondoso governou a Igreja, cujas terras foram invadidas pelos Lombardos, mas recebeu ajuda dos Francos. Paulo I salvou muitas relíquias cristãs dos saques. 
(Papa de 29/05/757 a 28/06/767) 
Paulo, único na Igreja, é o primeiro Papa a suceder a um irmão Pontífice. Acontece no século VIII, após a morte de Estêvão II. Homem gentil, governava a Igreja em cujas terras os lombardos se enfureciam. Ele trabalhou para tornar o pontificado independente da autoridade do imperador bizantino, confiando no rei dos francos. Ele construiu várias igrejas e oratórios e salvou muitas relíquias cristãs de saques.
Martirológio Romano: Em Roma, São Paulo I, papa, que, homem manso e misericordioso, vagava à noite em silêncio pelas celas dos pobres doentes, servindo-lhes comida, defensor da fé correta, escreveu aos imperadores Constantino e Leão, para que as imagens sagradas fossem restituídas à veneração primitiva, amante devoto dos santos, transferiu os corpos dos mártires dos cemitérios arruinados para basílicas e mosteiros dentro da cidade, entre hinos e cânticos, e cuidou deles.
Dois papas irmãos, um após o outro: nunca mais aconteceu antes, e nunca mais depois. Estêvão II morreu no Latrão, e mesmo antes de enterrá-lo em São Pedro, a maioria do clero, nobres e povo de Roma chamou o diácono Paulo para sucedê-lo: ele ajudou seu irmão até o último, e agora ele assume seu lugar, para guiar a Igreja em uma situação completamente nova. Na época de Estêvão II, o domínio do Império do Oriente sobre Roma e grande parte da Itália central terminou, e rapidamente o rei lombardo Astolfo entrou nesses territórios, que sitiaram Roma e saquearam as catacumbas fora da cidade. Do reino dos francos, ele então interveio para o resgate do papa Pepino (chamado de "o Curto" por sua baixa estatura), que com duas campanhas militares retomou esses territórios, colocando-os sob a soberania de Estêvão II. Que, em troca, o reconheceu e o consagrou rei dos francos, em vez dos descendentes de Clóvis. Assim, Paulo I se encontra Pontífice, chefe espiritual da Igreja e soberano temporal nos territórios italianos. Um acontecimento de enorme magnitude: passados séculos, a Itália deixou de depender de reis estrangeiros e viu-se a ter, para a época, "o melhor dos experientes governos nacionais", segundo o historiador Corrado Barbagallo. Mas, ao mesmo tempo, a missão espiritual da Igreja encontra-se misturada com a política terrena. Com enormes perigos. E cabe justamente a Paulo I experimentar as primeiras novidades. O rei lombardo Desidério (sucessor de Astolfo) tenta provocar um desembarque bizantino na Itália. O imperador do Oriente tenta colocar Pepino contra Roma, entrelaçando questões políticas e territoriais com os debates dos teólogos. E o rei Pepino, por melhor amigo e cristão que seja, demora muito a devolver ao Pontífice várias cidades que ele tirou dos lombardos. Então, o chefe da Igreja também deve agir como chefe de Estado para que eles sejam entregues. Paulo I é considerado o salvador de muitas relíquias de mártires cristãos: mandou-as retirar das catacumbas (sempre expostas a saques) para expô-las à veneração dos fiéis nas igrejas. E no seu tempo é o melhor amigo dos reclusos: visita-os regularmente pessoalmente, indo de uma prisão a outra à noite, ajudando famílias, resgatando prisioneiros por dívidas. É isso que o chefe da Igreja deve fazer. Mas agora cabe a ele primeiro enfrentar os soberanos bizantinos e lombardos, manter Pepino bom hoje com advertências, amanhã com presentes e louvores. E depois há a política interna, agora; há para governar o território e Roma contando com funcionários, nem todos de primeira escolha. Alguns são chamados de "satélites iníquos" pelo Liber pontificalis; e com manchetes piores do povo. No décimo ano de seu pontificado, o conflito político diminuiu. Mas a vida de Paulo I também termina. Nas primeiras cores do verão, ele é acometido por uma "febre maligna", provavelmente malária, e morre em um mosteiro perto da basílica de São Paulo Fora dos Muros. Não é possível celebrar o funeral imediatamente, porque no dia de sua morte eclodiu um tumulto em Roma, resultado do ressentimento semeado pelos "satélites iníquos". O corpo foi enterrado pela primeira vez na Basílica de São Paulo e, três meses depois, foi enterrado em São Pedro. 
Autor: Domenico Agasso 
Fonte: Família Cristã

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