domingo, 28 de maio de 2023

EVANGELHO DO DIA 28 DE MAIO

Evangelho segundo São João 20,19-23. 
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santa Gertrudes de Helfta 
(1256-1301) 
Monja beneditina 
«O Arauto», Livro IV, SC 255 
Receber o Espírito Santo cheios de gratidão 
Quando líamos no evangelho que o Senhor deu o Espírito Santo aos seus discípulos soprando sobre eles (cf Jo 20,22), Gertrudes suplicou ao Senhor com instante devoção que Se dignasse, na sua liberalidade, dar-lhe, também a ela, o Espírito de onde decorre toda a suavidade. O Senhor respondeu-lhe: «Se desejas receber o Espírito Santo, tens primeiro, como fizeram os meus discípulos, de Me tocar no lado e nas mãos» (cf Jo 20,27). Com estas palavras, ela compreendeu que, para receber o Espírito Santo, é preciso tocar no lado do Senhor, ou seja, considerar com gratidão o amor do Coração divino, pelo qual Ele nos predestinou desde toda a eternidade para sermos seus filhos e herdeiros do seu reino, e também como Ele nos preveniu com benefícios infinitos, a despeito da nossa indignidade, e nos seguiu com a sua graça, a despeito da nossa ingratidão; é preciso ainda tocar as mãos do Senhor, ou seja, recordar com gratidão cada um dos atos pelos quais Ele sofreu por nosso amor durante trinta anos para consumar a nossa redenção, especialmente na sua Paixão e na sua morte. Quem assim fizer, quando for inflamado por este pensamento e por esta gratidão, ofereça a Deus todo o seu coração para agradar à vontade divina, em união com o amor que levou o Senhor a dizer: «Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós», de maneira que não queira nem deseje nada senão a soberana vontade de Deus. [...] Quem assim se comportar receberá indubitavelmente o Espírito Santo, o Paráclito, com os mesmos sentimentos com que os apóstolos O receberam, pelo sopro do Filho de Deus.

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