Evangelho segundo São João 17,1-11a.
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao Céu e disse: «Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho Te glorifique,
e, pelo poder que Lhe deste sobre toda a criatura, Ele dê a vida eterna a todos os que Lhe confiaste.
É esta a vida eterna: que Te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro, e Aquele que enviaste, Jesus Cristo.
Eu glorifiquei-Te sobre a Terra, consumando a obra que Me encarregaste de realizar.
E agora, Pai, glorifica-Me junto de Ti mesmo com a glória que tinha em Ti, antes que houvesse mundo.
Manifestei o teu nome aos homens que do mundo Me deste. Eram teus e Tu Mos deste, e eles guardam a tua palavra.
Agora sabem que tudo quanto Me deste vem de Ti,
porque lhes comuniquei as palavras que Me confiaste e eles receberam-nas: reconheceram verdadeiramente que saí de Ti e acreditaram que Me enviaste.
É por eles que Eu rogo; não pelo mundo, mas por aqueles que Me deste, porque são teus.
Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu; e neles sou glorificado.
Eu já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, enquanto Eu vou para Ti».
Tradução litúrgica da Bíblia
Terceira dominicana, doutora da Igreja,
copadroeira da Europa
A reforma dos pastores, cap. XXV, n° 134
«Eles reconheceram verdadeiramente que saí de Ti»
Ó Deus eterno, ó luz e pórtico de toda a luz! Ó fogo acima de todo o fogo, único fogo que queima sem se consumir! Fogo que consome na alma todo o pecado e todo o amor próprio, fogo que não consome a alma, mas a nutre com um amor insaciável, visto que, saciando-a, não a saciais: ela deseja-Vos sempre; e quanto mais Vos deseja, mais Vos possui, mais Vos procura, mais Vos encontra e mais Vos experimenta, ó fogo soberano, fogo eterno, abismo de caridade!
Ó bem supremo e eterno, quem Vos trouxe, Deus infinito, para me esclarecer com a luz da vossa verdade, a mim, pequena criatura? Nenhum outro senão Vós mesmo, ó fogo de amor! Sempre o amor, só o amor Vos atraiu e atrai ainda a criar à vossa imagem e semelhança as vossas criaturas racionais, e a ter misericórdia com elas, enchendo-as de infinitas graças e de dons sem medida.
Ó bondade acima de toda a bondade, só Vós sois soberanamente bom! E no entanto, destes-nos o Verbo, vosso Filho único, para que vivesse connosco, em contacto com o nosso ser de corrupção e trevas! Qual foi a causa deste dom? O amor, porque nos amastes antes de existirmos. Ó magnificência eterna! Ó magnificência de bondade. Abaixastes-Vos, fizestes-Vos pequeno para engrandecer o homem! Para qualquer lado que me vire, não encontro senão o abismo e o fogo da vossa caridade.
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