Evangelho segundo São João 17,11b-19.
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao Céu e orou deste modo: «Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que Me deste, para que sejam um, como Nós.
Quando Eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que Me deste. Guardei-os e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição; e assim se cumpriu a Escritura.
Mas agora vou para Ti; e digo isto no mundo, para que eles tenham em si mesmos a plenitude da minha alegria.
Dei-lhes a tua palavra e o mundo odiou-os, por não serem do mundo, como Eu não sou do mundo.
Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
Eles não são do mundo, como Eu não sou do mundo.
Consagra-os na verdade. A tua palavra é a verdade.
Assim como Tu Me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo.
Eu consagro-Me por eles, para que também eles sejam consagrados na verdade».
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo de Cartago e mártir
Sobre a unidade da Igreja, 5, 7, 23
«Para que sejam um»
Há uma só Igreja, que, pela sua fecundidade sempre crescente, abarca uma multidão sempre mais ampla. O Sol envia muitos raios, mas a sua fonte luminosa é uma só; a árvore divide-se em muitos ramos, mas há um único tronco, vigorosamente apoiado em raízes tenazes; de uma única fonte correm muitos riachos; esta multiplicidade deve-se à superabundância das águas, mas todas elas remetem para uma mesma origem. Tentai separar um raio de sol da massa solar, vereis que a unidade da luz não permite tal fracionamento. Arrancai um ramo a uma árvore e o ramo cortado deixará de poder germinar. Cortai um riacho da sua fonte e ele seca.
O mesmo acontece com a Igreja do Senhor, que difunde por todo o Universo os raios da sua luz, mas esta luz que assim se difunde por toda a parte é una, pois a unidade do corpo não se desfaz. Ela estende por todo o mundo os seus ramos de poderosa vitalidade e derrama as suas águas superabundantes. Contudo, há uma só fonte, uma só origem, uma só mãe.
O sacramento da unidade, esta ligação de concórdia absolutamente coerente, é representado no evangelho pela túnica de Nosso Senhor Jesus Cristo, que não se divide nem se rasga, mas que, jogada aos dados para ver quem se revestiria de Cristo, chega intacta àquele que se torna seu proprietário, sem ter sido estragada nem cortada. O povo de Cristo também não pode ser dividido; a sua túnica, una, de uma só peça, de um só tecido, representa a concórdia coerente do nosso povo, de nós, que fomos revestidos de Cristo.
A unidade é indivisível; um corpo não pode perder a sua coesão nem ser separado em partes, as entranhas rasgadas e dispersas. Tudo aquilo que se afasta do centro da vida deixa de conseguir viver e respirar sozinho, perde a substância da própria salvação.
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