sábado, 1 de abril de 2023

01 de abril - Beato Anacleto González Flores

Anacleto González Flores e nove leigos mártires de Jalisco, que morreram defendendo a fé durante a “guerra Cristera” desatada no México pela perseguição maçônica, foram beatificados em 20 de novembro de 2005. Anacleto González Flores, nasceu em Tepatitlán, Jalisco – México - em 13 de julho de 1889. Membro de uma família pobre e numerosa, trabalhou desde muito pequeno para ajudar no sustento familiar. Entretanto, seu amor pela cultura e seu desejo de formar-se para defender a fé ante as agressões anticlericais maçônicas, levou-o a titular-se de advogado em 1922, ano em que contraiu matrimônio. Dedicou-se a ensinar história e literatura em colégios particulares de Guadalajara e em 1925 foi presidente e fundador da “União Popular de Jalisco”. Desde 1926 lutou arduamente por que não se realizasse a rebelião armada, pois sempre se opôs à violência contra as agressões anticatólicas. Pelo contrário, foi um bem-sucedido promotor do “boicote” proclamado pelos católicos contra meios de comunicação e negócios maçônicos. Seu exemplo e seus ensinos o converteram em uma figura simbólica amplamente reconhecida e respeitada pela revolução Cristera; por isso foi feito prisioneiro em 1º de abril de 1927, uma primeira sexta-feira de mês. Logo ao ser capturado, Anacleto começou a ser brutalmente torturado para que revelasse o lugar onde se ocultava o Bispo Orozco e Jiménez. Suspenderam-no em presença de seus companheiros pelos polegares das mãos, enquanto com facas feriam seus pés descalços. Diante de sua heroica resistência, começaram a rasgar seu corpo com a faca, e foi submetido, segundo seus biógrafos a “outras torturas incontáveis e inenarráveis”. Quando começaram a torturar aos jovens que tinham sido detidos com ele – e que o acompanhariam no martírio - Anacleto gritou: “Não maltratem a esses moços, se querem sangue aqui está o meu!”. Anacleto foi desprendido e com o um golpe de culatra lhe destroçaram o ombro. Entretanto, o mártir seguiu alentando a seus companheiros para que não fraquejassem. Simulou-se então um “conselho de guerra sumaríssimo” que condenou aos prisioneiros à pena de morte “por estar em convivência com os rebeldes”. Para ouvir a sentença, Anacleto respondeu: “Uma só coisa direi e é que trabalhei com todo desinteresse por defender a causa de Jesus Cristo e de sua Igreja. Vós me matareis, mas saibam que comigo não morrerá a causa. Muitos vêm atrás de mim dispostos a defendê-la até o martírio. Vou, mas com a segurança de que verei logo desde o céu o triunfo da religião de minha Pátria”. Um dos jovens, ante a gozação dos soldados, assinalou que desejava confessar-se antes de morrer, mas Anacleto lhe exortou: “Não irmão, já não é tempo de confessar-se, mas sim de pedir perdão e perdoar! É um Pai e não um juiz o que te espera. Teu mesmo sangue te purificará”. Em seguida Anacleto começou a recitar o Ato de Contrição, que fizeram coro seus companheiros. Ao finalizar a oração, uma descarga de fuzil acabou com a vida dos outros jovens. Anacleto, ainda de pé apesar de suas terríveis dores, dirigiu-se ao general que presenciava a tortura lhe dizendo: “General, perdoo o senhor de coração; muito em breve nos veremos ante o tribunal divino; o mesmo juiz que vai me julgar será seu juiz; então terá o senhor um intercessor em mim ante Deus”. Como os soldados não se atreviam a lhe disparar, o general ordenou a um capitão que o atravessasse com uma baioneta. Segundo o testemunho de numerosos soldados arrependidos que foram testemunhas do martírio, ferido mortalmente, Anacleto pôde incorporar-se para gritar: “Pela segunda vez ouçam as Américas este grito: Eu morro, mas Deus não morre. Viva Cristo Rei!”. Ao dizer “pela segunda vez”, o mártir se referia às mesmas palavras pronunciadas décadas atrás pelo Presidente do Equador Gabriel García Moreno, assassinado a golpes de facão nas escadarias da Catedral de Quito por maçons enfurecidos por ter consagrado o Equador ao Sagrado Coração do Jesus. O exército tratou de justificar o assassinato de Anacleto e seus companheiros aduzindo que não tinha sido capturado por ser católico, mas sim por “conspirador e sequestrador”; uma estória que, embora ter sido desmentida pela historiografia contemporânea, ainda segue sendo difundida pela maçonaria mexicana.

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