quarta-feira, 31 de agosto de 2022

141. REPARTIR É VANTAGEM

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE
PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Um agricultor tirava sempre o primeiro lugar no concurso da “melhor colheita do ano”. 
Um dia lhe perguntaram: 
- Que truque você emprega para tirar sempre o primeiro lugar? 
- É porque reparto as sementes de milho com meus vizinhos. 
- Por que não guarda tudo para você competir sozinho? 
- Vejam bem. O vento leva o pólen do milho maduro de uma plantação para outra. Se meus vizinhos cultivarem uma semente de qualidade inferior, a polinização cruzada enfraqueceria ano por ano a qualidade do meu milho. No fundo há sempre algum interesse da minha parte. Mas é a única maneira de todos se beneficiarem.. 
Lição para a vida: Se eu quero ser feliz, devo ajudar os outros a serem felizes. Assim todos saímos ganhando.

REFLETINDO A PALAVRA - “Não vivemos sem o domingo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Dia do Senhor
 
A espiritualidade que nasce da liturgia tem sua fonte no Mistério Pascal de Cristo celebrado e vivido. Para celebrar a vida de Cristo em seus mais diversos acontecimentos salvadores, temos os vários tempos litúrgicos, como Natal, Paixão, Páscoa, Ascensão e Pentecostes. Mas, temos também a Páscoa semanal, chamada dia do Senhor, o domingo, e também o primeiro dia da semana. Os testemunhos da Sagrada Escritura mostram como os cristãos se reúnem no primeiro dia da semana. Paulo, em Trôade: “No primeiro dia da semana, estávamos reunidos para partir o pão” (At 20,7). João tem sua visão no domingo: “No dia do Senhor fui arrebatado em êxtase” (Ap 1,10). Os testemunhos posteriores insistem na celebração no dia do Senhor. Os mártires de Abitene, norte da África, (304) dizem, em seu martírio, que sofreram por terem participado da assembleia dominical: “Não podemos viver sem o domingo. Não podemos viver sem celebrar o mistério do Senhor”. Plínio, o Jovem, (Bitínia) em carta ao imperador Trajano, informa sobre os cristãos que se reuniam em um dia estabelecido: “Afirmavam que toda sua falta e todo seu erro consistiam em reunir-se habitualmente em um dia fixo, antes da aurora para cantar hino a Cristo como a um Deus” e depois tomarem o alimento (Eucaristia ou ágape fraterno). Não se fala nos textos de dia santificado, como era o sábado. Isso será posterior. O dia do Senhor é a Páscoa semanal. A celebração do Mistério Pascal não acontece primeiramente no dia da Páscoa anual, mas no domingo. 
Dia da aparição do Ressuscitado 
Por que o domingo é o dia do Senhor? Ele é o primeiro e o oitavo dia. As aparições de Jesus se dão no primeiro dia da semana, dia em que aconteceu Sua Ressurreição. Tem-se por tradição que é o dia da criação do mundo. A nova criação, realizada em Cristo se dá no domingo. Esses encontros com Cristo levaram os cristãos a celebrar seu encontro semanal, com que continuando o encontro dos discípulos com o Ressuscitado. Reuniam-se para “partir o pão”, fazer a Eucaristia, como Jesus mandara: “Fazei isso em memória de mim” (Lc 22,19). A refeição ritual, como vemos em Paulo em Trôade, não é uma ceia como a pascal em que Jesus instituiu o sacramento de seu Corpo e Sangue, mas já tem uma conotação mais simples, desligada da Páscoa hebraica, pois não poderiam fazê-la por seu um ritual exclusivamente judeus, proibido a pagãos. A mudança do sábado para o domingo, como dia reservado para o descanso espiritual e corporal, vem por causa da ressurreição. 
Dia da comunidade 
O Domingo é também o dia do Espírito Santo. Jesus na tarde do primeiro dia da semana, o dia da Ressurreição, apareceu aos discípulos e disse “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,19). A vinda do Espírito Santo em Pentecostes se deu num domingo. O Espírito forma a comunidade na reconciliação, fazendo-a um único corpo, Corpo de Cristo. A comunidade, a partir de então, se reúne para sacramentar essa união. Reunida, celebram a Ceia do Senhor, partem o pão, ouvem a Palavra, rezam e realizam a fraternidade. É dia também do retorno do Senhor. A comunidade celebra a Páscoa semanal, sentindo-se envolvida pelo mesmo mistério de redenção que realiza na celebração da Eucaristia. A Eucaristia realiza a Igreja, como reza o livro da Didaqué (1º catecismo da Igreja): “Assim como este pão repartido estava disperso pelos montes, e depois de recolhido, se tornou um só, assim se reúna a vossa Igreja dos confins da aterra no vosso reino” (Didaqué 9,3-4). A espiritualidade passa pela celebração do domingo, pois é celebração do dia do Senhor.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM JUNHO DE 2007

EVANGELHO DO DIA 31 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Lucas 4,38-44. 
Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e entrou em casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre muito alta e pediram a Jesus que fizesse alguma coisa por ela. Jesus, aproximando-Se da sua cabeceira, falou imperiosamente à febre, e a febre deixou-a. Ela levantou-se e começou logo a servi-los. Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes com diversas enfermidades traziam-nos a Jesus e Jesus, impondo as mãos sobre cada um deles, curava-os. De muitos deles saíam demónios, que diziam em altos gritos: «Tu és o Filho de Deus». Mas Jesus, em tom severo, impedia-os de falar, porque sabiam que Ele era o Messias. Ao romper do dia, Jesus dirigiu-Se a um lugar deserto. A multidão foi à procura dele e, tendo-O encontrado, queria retê-lo, para que não os deixasse. Mas Jesus disse-lhes: «Tenho de ir também às outras cidades anunciar a boa nova do Reino de Deus, porque para isto fui enviado». E pregava pelas sinagogas da Judeia. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Catecismo da Igreja Católica §§ 309-310 
«A sogra de Simão estava com febre muito alta» 
Se Deus Pai todo-poderoso, Criador do mundo ordenado e bom, tem cuidado com todas as suas criaturas, porque é que o mal existe? A esta questão, tão premente como inevitável, tão dolorosa como misteriosa, não é possível dar uma resposta rápida e satisfatória. É o conjunto da fé cristã que constitui a resposta a esta questão: a bondade da criação, o drama do pecado, o amor paciente de Deus que vem ao encontro do homem pelas suas alianças, pela encarnação redentora de seu Filho, pelo dom do Espírito, pela agregação à Igreja, pela força dos sacramentos, pelo chamamento à vida bem-aventurada, à qual as criaturas livres são de antemão convidadas a consentir, mas à qual podem, também de antemão, negar-se, por um mistério terrível. Não há nenhum pormenor da mensagem cristã que não seja, em parte, uma resposta ao problema do mal. Mas porque é que Deus não criou um mundo tão perfeito que nenhum mal pudesse existir nele? No seu poder infinito, Deus podia sempre ter criado um mundo melhor (São Tomás de Aquino). No entanto, na sua sabedoria e bondade infinitas, Deus quis livremente criar um mundo em estado de caminho para a perfeição última. Este devir implica, no desígnio de Deus, juntamente com o aparecimento de certos seres, o desaparecimento de outros; o mais perfeito, com o menos perfeito; as construções da natureza, com as suas destruições. Com o bem físico, também existe, pois, o mal físico, enquanto a criação não tiver atingido a perfeição.

Beatos Mártires de Almeria, Espanha (Guerra Civil Espanhola): 07 irmãos Lassalistas e 02 bispos.

 A Escola Almeria, na Espanha, contava em 1936 com 19 Irmãos das Escolas Cristãs: 15 atendiam ao Colégio São José e quatro, à Escola de Las Chocillas. Sete deles seriam escolhidos por Deus para receber a palma do martírio. Entretanto, não o sofreram na mesma data. Na noite de 30 para 31 de agosto, os Irmãos Edmígio, Amalio e Valério Bernardo foram trucidados. A 8 de setembro foi a vez dos Irmãos Teodomiro Joaquim e Evencio Ricardo sacrificarem suas vidas. E na noite de 12 para 13 de setembro foram imolados os Irmãos Aurélio Maria, Diretor do Colégio, e José Cecílio.Fazendo parte do grupo de Almeria, foram martirizados Dom Diego Ventaja Milán, Bispo de Almeria, e Dom Manuel Medina Olmos, de Guadix. Todos formaram um único processo e a documentação, com os testemunhos e o relato do martírio, estiveram unificados desde o princípio. Os nove partilharam dos mesmos sofrimentos na cadeia.Outros Irmãos do Colégio também estiveram presos, mas conseguiram se livrar da morte e, em geral, nunca se soube bem o porquê.

31 de agosto - Beatos Edmígio, Amálio e Valério

“As testemunhas de Jesus Cristo também foram os Irmãos das Escolas Cristãs, da Escola La Salle de Almería. Sua vida consagrada ao Senhor, com os três votos de pobreza, castidade e obediência, havia sido forjada através de sua humilde e silenciosa obra no ensino. Com as mesmas palavras de São Paulo, eles poderiam ter repetido: “Eu sei viver na pobreza e na abundância. Aprendi a viver em toda e qualquer situação”. Esses religiosos sabiam muito bem, tendo em mente os ensinamentos e o exemplo de seu fundador, São João Batista de La Salle, estavam expostos a todo tipo de indignação e calúnia, apesar de seu trabalho altruísta de educar crianças e jovens de maneira cristã. A esse respeito, Aurélio María, ao saber do martírio dos Irmãos de Turón, nas Astúrias, exclamou: “Que alegria nossa se derramarmos nosso sangue por um ideal tão alto! Vamos redobrar nosso fervor de educadores religiosos e assim seremos dignos de tal honra.” 
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 
10 de outubro de 1993.

31 de agosto - Santo Aristides de Atenas

Aristides de Atenas, filósofo apologista grego e patrístico do período anterior ao Concílio de Niceia, faleceu por volta do ano 134 e é autor do mais antigo escrito apologético cujo texto se conserva. A literatura apologética visa defender a religião cristã dos escritos do paganismo e das heresias. Os dados sobre sua vida e obra são escassos. Segundo Eusébio de Cesaréia o filósofo ateniense teria entregue ao Imperador Romano Adriano (76-138) livros compostos em defesa da religião cristã, aproveitando-se da admiração do imperador pela escola de Alexandria e os filosofia ateniense. A primeira apologia do cristianismo, teria sido escrita na época do reinado (117-138) de Adriano, e só conhecida dos contemporâneos após sua descoberta no século XIX e publicada pelos Mequitaristas de S. Lázaro, de Veneza (1878) com o título Ao imperador Adriano César de parte do filósofo ateniense Aristides. Poucos anos depois (1891) R. Harris descobriu no monastério de Santa Catarina do Monte Sinai, uma tradução síria dessa apologia. A apologia de Aristides visa a mostrar que os cristãos são os únicos detentores da verdadeira noção de Deus, demonstrando as inconsistências das concepções dos deuses Caldeus, Gregos e Egípcios.

SANTOS JOSÉ DE ARIMATEIA E NICODEMOS, DISCÍPULOS DO SENHOR

Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus, rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus da Cruz. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus. Com ele foi também Nicodemos, que anteriormente, se encontrara às ocultas de noite com Jesus, levando quase cem arráteis de um composto de mirra e aloés. Tomaram, pois, o Corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumavam fazer, na preparação para o sepulcro. Havia um horto naquele lugar, onde Jesus fora crucificado e, no horto, um sepulcro novo, no qual ninguém ainda havia sido posto. Ali, pois, por causa da preparação da festa dos judeus e por aquele sepulcro estar perto, depositaram Jesus” (João 19,38-42). No Evangelho de João encontramos a reconstrução mais precisa da deposição e sepultamento bastante incomum de Jesus, uma vez que, em geral, os corpos dos condenados eram deixados pelos romanos na cruz, até serem lançados em uma fossa comum. Porém, Jesus recebeu um tratamento diferente, graças a José, que usou sua influência para obter seu corpo e o enterrar em um sepulcro, que ele havia comprado para si. Contudo, ele teve que se apressar, porque em breve seria a Páscoa judaica, e ele não poderia participar da festa porque estava impuro, por ter entrado em contato com um cadáver. Por isso, foi ajudado por Nicodemos, que levou uma grande quantidade de óleos perfumados.

BEATO ALFREDO ILDEFONSO SCHUSTER, CARDEAL, ARCEBISPO DE MILÃO

"Parece que as pessoas não se deixam mais convencer pela nossa pregação, mas, diante da santidade, ainda se ajoelham, acreditam e rezam. Parece que as pessoas são inconscientes diante das realidades sobrenaturais e indiferentes aos problemas da salvação. Mas se um verdadeiro Santo passar pela rua, vivo ou morto, todos correm para vê-lo". Nesta espécie de testamento espiritual, deixado aos seminaristas moribundos, encerra-se toda a essência da santidade de Alfredo Ildefonso Schuster, monge de coração, antes de ser pastor de almas na cidade de Milão, para aonde a Igreja o enviara. Dois dias depois de pronunciar estas palavras, no cortejo fúnebre que acompanhava seu caixão, de Venegono a Milão, todos se uniram e acorreram para ver a passagem de um Santo.
Um verdadeiro filho de São Bento 
Natural de Roma, filho do mestre alfaiate dos Pontífices, quando criança Ildefonso ajudava a Missa perto do Vaticano. Ao ficar órfão de pai, entrou para a residência estudantil de São Paulo fora dos Muros, onde teve como mestres o Beato Plácido Riccardi e o Padre Bonifácio Oslander. Educado à oração, ao silêncio e à ascese, sentiu o desejo de se tornar monge beneditino na mesma Abadia. Em poucos anos, Alfredo tornou-se mestre dos Noviços, Prior claustral e abade ordinário. Durante seus anos de estudo, sem se descuidar dos seus deveres, conseguiu também se dedicar à arte sacra, à arqueologia e à história monacal e litúrgica, pela qual era apaixonado. Ao formar-se em Filosofia, no Colégio de Santo Anselmo, e receber o Doutorado em Teologia, foi ordenado sacerdote, em 1904. Logo a seguir, foram-lhe confiados os cargos mais onerosos, como o de Reitor do Pontifício Instituto Oriental, e a missão de Visitador apostólico na Lombardia, Campânia e Calábria. Em 1926, pregou os exercícios espirituais ao então arcebispo Roncalli - futuro Papa João XXIII – do qual celebrou o rito fúnebre. 

31 De Agosto: Deposição Do Precioso Cinto Da Ssma. Mãe De Deus Em Constantinopla (Séc. VI)

Sobre o evento da trasladação do precioso cinto (faixa) da Santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, há duas referências a respeito: pode ter sido realizada pelos reis Arcadius ou Teodósio II, e foi transferido de Jerusalém para Constantinopla, sendo depositado no interior de um nicho de ouro. Transcorridos 410 anos, o rei Leão, o sábio, abriu este nicho buscando a cura para a sua rainha que se encontrava sob a possessão de um espírito impuro. Encontrou então este precioso cinto da Santa Mãe de Deus que começou a irradiar uma luz não criada. Havia um selo de ouro no qual estava indicado o dia e o ano em que fora trasladado para Constantinopla. Depois de se prostrar com grande devoção, o Patriarca tomou em suas mãos o precioso cinto e o estendeu sobre o corpo da rainha que, imediatamente se sentiu libertada. Todos começaram então a glorificar a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e agradecer à sua mãe que é a protetora fiel de todos os cristãos, nossa ajuda e intercessora em cada instante de nossas vidas. 
Tradução e publicação neste site com permissão de
Trad.: Pe. André

Beato Pedro Tarrés y Claret, Médico, Sacerdote (1905-1950), 31 de Agosto

Nasceu no dia 30 de Maio de 1905 em Manresa (Espanha), numa família crente e exemplar. Recebeu o sacramento do Batismo a 4 de Junho do mesmo ano, a Confirmação em 1910 e a primeira comunhão em 1913. Estudou com os Padres Jesuítas. Era um adolescente de caráter aberto e alegre, amoroso com os pais e com as duas irmãs, amante da natureza e contemplativo, místico com alma de poeta. Graças à obtenção de bolsas de estudo, pôde fazer os estudos secundários e universitários, formando-se em Medicina, no ano de 1928, na Universidade de Barcelona; funda, de acordo com o seu companheiro, Dr. Gerardo Manresa, o sanatório de Nossa Senhora "de la Merced", em Barcelona. Faz parte, com fervoroso zelo apostólico, da Federação dos Jovens Cristãos, que pertencia à Ação Católica, como a tinha perspectivado o Papa Pio XI: oração, estudo, ação sob a orientação da hierarquia local. Para ele o segredo da vida espiritual era a devoção Eucarística e o amor filial à Mãe de Deus. Em 1925 falece o seu pai e, pouco tempo mais tarde, sua mãe sofre um desastre que a torna inválida para sempre. Emitiu o voto de castidade em 1927 com a aprovação do seu diretor espiritual. Durante o exercício da profissão médica foi exemplar na caridade e na vida de piedade, tratando os doentes com familiaridade respeitadora e com uma alegria contagiosa.

São Raimundo Nonato (1200-1240)

Sacerdote espanhol, 
libertador de cativos dos mouros.
Raimundo nasceu em Portell, na Catalunha, Espanha, em 1200. Seus pais eram nobres, porém não tinham grandes fortunas. O seu nascimento aconteceu de modo trágico: sua mãe morreu durante os trabalhos de parto, antes de dar-lhe à luz. Por isso Raimundo recebeu o nome de Nonato, que significa não nascido de mãe viva, ou seja, foi extraído vivo do corpo sem vida dela. Dotado de grande inteligência, fez com certa tranquilidade seus estudos primários. O pai, percebendo os dotes religiosos do filho, tratou de mandá-lo administrar uma pequena fazenda de propriedade da família. Com isso, queria demovê-lo da ideia de ingressar na vida religiosa. Porém as coisas aconteceram exatamente ao contrário. Raimundo, no silêncio e na solidão em que vivia, fortificou ainda mais sua vontade de dedicar-se unicamente à Ordem de Nossa Senhora das Mercês, fundada por seu amigo Pedro Nolasco, agora também santo. A Ordem tinha como principal finalidade libertar cristãos que caíam nas mãos dos mouros e eram por eles feitos escravos.

Deposição do precioso cinto da Ssma. Mãe de Deus em Constantinopla (séc. VI), 31 de Agosto

Sobre o evento da trasladação do precioso cinto (faixa) da Santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, há duas referências a respeito: pode ter sido realizada pelos reis Arcadius ou Teodósio II, e foi transferido de Jerusalém para Constantinopla, sendo depositado no interior de um nicho de ouro. Transcorridos 410 anos, o rei Leão, o sábio, abriu este nicho buscando a cura para a sua rainha que se encontrava sob a possessão de um espírito impuro. Encontrou então este precioso cinto da Santa Mãe de Deus que começou a irradiar uma luz não criada. Havia um selo de ouro no qual estava indicado o dia e o ano em que fora trasladado para Constantinopla. Depois de se prostrar com grande devoção, o Patriarca tomou em suas mãos o precioso cinto e o estendeu sobre o corpo da rainha que, imediatamente se sentiu libertada. Todos começaram então a glorificar a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e agradecer à sua mãe que é a protetora fiel de todos os cristãos, nossa ajuda e intercessora em cada instante de nossas vidas. 
 Tradução e publicação neste site com permissão de Ortodoxia.org
 Trad.: Pe. André

Nossa Senhora de La Vang

       Durante a maior parte do século XVII, o Vietnã esteve em guerra por várias lutas de poder e domínio. No século XVIII, a mais forte dentre elas foi conduzida pelos três irmãos Tay Son. Com pequeno intervalo, derrubaram sucessivamente os senhores de Nguyen e derrotaram os senhores de Trinh, restaurando a unidade nacional pela primeira vez desde o declínio da dinastia Le. Um dos irmãos Tay Son foi aclamado rei com o nome de Quang Trung. Em 1792 ele morreu e deixou o reino ao filho que se tornou o Rei Canh Thinh. Entretanto, Nguyen Anh continuou a revolta tentando reclamar o trono. Ao tentar fugir dos rebeldes Tay Son, em 1777, refugiou-se na ilha de Phu Quoc, onde D. Pedro Pigneau de Behaine, da Sociedade das Missões Estrangeiras, dirigia um seminário para jovens das terras vizinhas. O bispo convenceu-o a pedir auxílio a Luís XVI de França. O Rei Canh Thinh soube que Nguyen Anh recebia apoio do missionário francês e teve receio que os católicos vietnamitas apoiassem o seu reinado. Começou a pôr restrições à prática do catolicismo na região. Em 17 de agosto de 1798, o Rei Canh Thinh promulgou um édito anticatólico e uma ordem para destruir todas as igrejas católicas e seminários. Começou uma perseguição aos católicos vietnamitas e aos missionários que durou até 1886. Mesmo depois de Nguyen Anh ter conseguido recuperar o trono como Rei Gia Long (1802-1821), os seus sucessores, Rei Minh Mang (1821-1840), Rei Thieu Tri (1841-1847) e Rei Tu Duc (1847-1884), o último imperador Nguyen, a intensa campanha contra os católicos continuou ordenando castigos que iam desde queimarem as suas caras, até a morte por diversos métodos cruéis para os católicos vietnamitas e os padres missionários. 

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE AGOSTO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 – Quarta-feira – Santos: Aristides, Nonato, Amado
Evangelho (Lc 4,38-44)“A sogra de Pedro estava com febre alta, e pediram-lhe por ela. Inclinando-se sobre ela, deu ordem à febre, e esta a deixou...”
Lucas quer mostrar-nos o poder de Jesus. Prefiro olhar, porém, para o mistério do Filho de Deus que assume todos os aspectos de nossa vida e presta atenção às nossas pequenas realidades. Alegro-me ao ver que partilhou de nossos sentimentos e de nossas preocupações. Ele pode compreender-me, não se espanta com os meus medos. Sabe como posso sentir-me cansado, e vem ajudar-me.
Oração
Senhor Jesus, vejo as necessidades e os sofrimentos de meus irmãos. Por mais que o queira, não posso ajudar a todos. Mas, vós o podeis, e eu vos peço o que sei que quereis mais do que eu. Ajudai o fracos, necessitados e abandonados em sua dor. Ajudai-nos a ver sua precisão e encontrar como os ajudar. E tocai o coração dos que fazem as guerras, dos violentos e insensíveis ao amor. Amém.

terça-feira, 30 de agosto de 2022

140. ESPERAR O MOMENTO EXATO

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE
PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Certa ocasião levaram para o psicólogo um rapazinho de 14 anos que, há um ano, não falava. 
Vivia num orfanato. 
Seu pai morreu quando era pequeno. 
Depois perdeu o avô.
Logo em seguida a mãe morreu num acidente. 
O menino chegava ao consultório, assentava-se e ficava olhando para as paredes sem abrir a boca. 
O psicólogo não conseguia fazê-lo falar, pois a dor do órfão era muito grande. 
O que fez, foi assentar-se junto dele sem falar também. 
Na segunda consulta, ao despedir-se, o psicólogo colocou a mãos sobre seus ombros dizendo: 
- Se gostar, volte na próxima semana. 
Desta vez o rapaz olhou para ele e se foi.
Na terceira semana, o doutor o aguardava com um jogo de xadrez. 
Assim se passaram vários meses. 
Não se falavam, mas o doutor percebeu que Davi não parecia estar tão nervoso e pálido como antes.
Um dia, no meio do jogo, Davi tirou os olhos do jogo, olhou para o doutor e disse: 
- Agora é a sua vez. 
Nesse dia ele começou a falar. 
Fez amigos na escola, entrou numa equipe de ciclismo e começou vida nova. 
Lição de vida: Basta pouca coisa para abrir o coração de alguém. Partilhar a dor, um olhar amigo, um cumprimento espontâneo, um coração que escuta.

REFLETINDO A PALAVRA - “O amor cura todos os males”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SA CERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Religião curta e mesquinha
 
Jesus, sempre movido pelo Espírito Santo, mistura-se com o impuro, tocando os leprosos, mortos e os doentes. Não pode assim prestar culto a Deus, que exige a pureza ritual. Quando a pecadora toca-lhe o corpo, beija-o, lava com as lágrimas, enxuga com os cabelos e unge com perfume precioso, torna-se mais ainda um fora da lei. Simão, fariseu conhecedor e cumpridor da lei, ao ver aquela cena duvida de Jesus: “Se esse homem fosse um profeta, saberia que tipo de mulher está tocando nele, pois é uma pecadora” (Lc 7,39). Raciocina: Um homem de Deus conhece a maldade das pessoas. Jesus mostra que é um homem de Deus, pois além de saber onde está a raiz do mal, que é o orgulho e a falsa religião, conhece também a raiz do bem que é o amor. Propõe então a parábola do credor e os dois devedores perdoados. Um devia 100 e outro 10. Os dois foram perdoados. Quem o amará mais? - ‘A quem mais se perdoou’ - responde Simão. Jesus vira o quadro e mostra o que Simão não fez, e que era o dever de hospitalidade. A mulher o fez por amor. Jesus acrescenta: “Os muitos pecados dela estão perdoados porque ela mostrou muito amor. Aquele a quem se perdoa pouco, mostra pouco amor” (47). Jesus, por sua atitude interior de “verdadeira religião”, reconhece que a mulher teve confiança na graça que a moveu a ir até Ele. Jesus proclama que junto do amor está a fé: “Tua fé te salvou. Vai em paz!”. O amor é a fonte da verdadeira religião. Simão tem uma fé baseada em práticas exteriores, mas o coração não entende as pessoas como Deus as vê. Assim podemos ver na Igreja que só o exterior não basta. “Os pecadores e as prostitutas vos precedem no Reino” (Mt 21,31). 
Liberdade do perdão 
A atitude de Jesus e da mulher são chocantes. A mulher faz um gesto forte e mesmo ousado. Jesus aceita serenamente. O fariseu recusa. É belo ver a liberdade de Jesus: Acolheu a maneira de manifestar amor. Amor não é um conceito. Tem carne. O perdão que Jesus dá vai além das palavras. Seus gestos são de amor, correspondendo ao que recebia. Onde a mulher pecadora achou tanta liberdade? Certamente terá visto Jesus acolher outros e mesmo, quem sabe, já O terá olhado nos olhos. A liberdade veio da confiança que encontrara antes. Somente esse amor poderá levar a dizer o que Paulo diz aos Gálatas: “Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim. Minha vida presente , na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus que me amou, e por mim se entregou” (Gl 2,20). Esse amor recíproco com Cristo dá razão de viver. Pedro nos convida: “Tendo antes de tudo ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados” (1Pd 4,8). 
Mulheres de Jesus 
O seguimento de Jesus é vida: “Todos queriam tocá-lo, porque dEle saia uma força que curava a todos” (Lc 6,19). Lucas (evangelista das mulheres) salienta a presença de mulheres na companhia de Jesus. Foram curadas, encontraram vida no seguimento de Jesus. Isso não era normal entre os rabinos e mestres. A mulher faz parte integrante da missão de Jesus. Elas o serviam. Lendo Atos dos Apóstolos e cartas de Paulo, vemos a grande presença de mulheres evangelizadoras e mães da comunidade. O cristianismo superara o mundo pagão e judeu no respeito à mulher. Quem sabe devêssemos voltar a esses textos e repensar o grandioso lugar da mulher na Igreja e sociedade. Paulo afirma: “Não existe homem nem mulher porque todos sois um em Cristo” (Gl 3,28). É a partir de Cristo que se conhece o lugar da mulher na Igreja, e não em uma cultura, qualquer que seja. 
Leituras: 2 Samuel 12,7-10.13;Salmo 31; 
Gálatas 2,16.19-21; Lucas 7,36-8,3. 
1. Jesus, sempre movido pelo espírito mistura-se com o impuro, não podendo assim prestar culto a Deus. Lemos no evangelho a cena da pecadora que beija seus pés, lava-os com as lágrimas e enxuga com os cabelos, passando perfume. Forte! Simão, que não tinha mais que uma religião exterior, não acolhe bem Jesus e admira-se de Jesus acolher a mulher. Jesus faz a parábola do credor e dois devedores aos quais perdoa. Acrescenta: Quem amará mais? O que mais foi perdoado. Jesus tira a moral: Você não me acolheu com amor. Ela o fez com muito amor. Por isso os pecados dela estão perdoados porque muito amou. A verdadeira religião se baseia na fé e no amor. 
2. A mulher teve grande liberdade nascida do amor. Jesus a acolhe na mesma liberdade de amor. O amor não é um conceito. Tem carne. O perdão de Jesus são gestos de amor. A liberdade veio do amor que percebera em Jesus. Esse amor leva a dizer: “Não sou em quem vive, é Cristo que vive em mim”. O amor cobre a multidão dos pecados. 
3. O seguimento de Jesus é vida. Muitas mulheres o seguem e o servem. No paganismo e judaísmo a condições da mulher era ínfima. Jesus restaura sua dignidade. A mulher é evangelizadora e mãe da comunidade. Devemos partir da Palavra para repensar nossa atitude para com a mulher. O ponto de partida é: “Não existe homem nem mulher, parque todos sois um em Cristo” (Gl 3,28). É a partir de Cristo e não de uma cultura, que se conhece o lugar da mulher na Igreja. 
A medida do amor 
Que cena! Uma mulher de vida “fácil”, como dizem, entra na casa onde está Jesus. Chorava aos pés de Jesus, com as lágrimas os banhava, enxugava com seus cabelos, cobria de beijos e ungia com perfumes. Ela não entra debaixo da mesa, como poderíamos pensar. Como tomavam as refeições recostados em divãs, bastava ajoelhar-se para estar à altura dos pés. Uma cena até sensual para quem só pensa naquilo. Foi o que pensou o fariseu que convidara Jesus. Este, o percebe e dialoga com ele. Resumindo diz: Dois sujeitos deviam a um senhor. Um muito e outro pouco. Este perdoou a dívida aos dois. Quem vai gostar mais dele? O que foi mais perdoado, responde o fariseu. Jesus continua: você não manifestou o afeto necessário a mim, seu hóspede, nem deu água para lavar as mãos. Ela fez mais que isso. Beijou e ungiu com perfume meus pés. Ela manifestou muito amor, por isso é mais perdoada. Ela se salvou pela fé manifestada pelo amor. Havia muitas mulheres que seguiam Jesus. Numa sociedade que discrimina a mulher, Jesus as acolhe. Em nossa sociedade Jesus ensina a respeitar a mulher e acolher sua capacidade de amar e doar-se. 
Homilia do 11º Domingo Comum
EM JUNHO DE 2007

EVANGELHO DO DIA 30 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Lucas 4,31-37. 
Naquele tempo, Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ali ensinava aos sábados. Todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque falava com autoridade. Encontrava-se então na sinagoga um homem que tinha um espírito de demónio impuro, que bradou com voz forte: «Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus». Disse-lhe Jesus em tom severo: «Cala-te e sai desse homem». O demónio, depois de o ter arremessado para o meio dos presentes, saiu dele sem lhe fazer mal nenhum. Todos se encheram de assombro e diziam entre si: «Que palavra esta! Ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros e eles saem!». E a fama de Jesus espalhava-se por todos os lugares da região. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Homilia grega do século IV 
Para a Oitava da Páscoa 
«Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré?» 
Não vos apresento um conjunto de bizarrias inauditas, mas aquilo mesmo que foi antecipadamente escrito no Antigo Testamento pelos profetas. Não ouvistes o grito de Moisés: «Suscitar-lhes-ei um profeta como tu, entre os seus irmãos» (Dt 18,18)? Não ouvistes Isaías anunciar: «A virgem está grávida e dará à luz um filho» (7,14)? Não ouvistes David proclamar: «Baixará como a chuva sobre a relva» (Sl 71,6)? Acreditai, pois, nos profetas, compreendei a realidade que eles anunciam, e encontrareis Jesus, o nazareno (cf Mt 2,23). Mostrei-vos o caminho; quem quiser, siga-o. Acendi a chama; saí das trevas. Jesus, o nazareno: identifico-O pelo nome e pela pátria. Não falo do Jesus que formou a abóbada dos céus, que acendeu os raios do Sol, que concebeu as constelações no céu, que acendeu a lâmpada da lua, que fixou o tempo aos dias, que atribuiu o curso às noites, que estabeleceu a terra firme sobre as águas, que pôs travão ao mar com a sua palavra. Falo de Jesus, o nazareno: aquele acerca de quem Natanael proclamou as suas dúvidas: «De Nazaré pode vir alguma coisa boa?» (Jo 1,46). Daquele diante de quem a tropa dos demónios tremia, dizendo: «Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré?» «Jesus de Nazaré», diz o apóstolo Pedro, «homem acreditado por Deus junto de vós, com milagres, prodígios e sinais, que Deus realizou no meio de vós, por seu intermédio» (At 2,22).

Santa Margarida Ward, Mártir da Inglaterra - 30 de agosto

Margarida Ward nasceu em Congleton, Cheshire, em torno de 1550, no seio de uma distinguidíssima família inglesa. Pouco se sabe de sua vida, somente que nos últimos anos viveu na casa da nobre senhora Whitall, da qual era dama de companhia. Margarida era católica, e soube que haviam prendido o sacerdote Guilherme Watson, que estava encarcerado e submetido a contínuos sofrimentos. Estava em curso a perseguição da sanguinária Isabel I contra os católicos, e a tortura era uma prática usual. Margarida decidiu visitá-lo repetidas vezes, para ajudá-lo e confortá-lo. Watson, que escreveu a obra conhecida como "Quodlibets", já tinha estado preso uma primeira vez, porém logo, em um momento de debilidade pelas torturas sofridas, tinha consentido participar do culto protestante, e por isso fora libertado. Porém amargamente arrependido desta ação, se retratou publicamente e declarou ser católico, e foi novamente preso e levado para a prisão de Bridewel.

30 de agosto - Beato Alfredo Ildefonso Schuster

"Não tenho outra recordação para vos deixar a não ser um convite à santidade. Parece que as pessoas já não se deixam convencer pela nossa pregação; mas perante a santidade, ainda creem, ainda se ajoelham e rezam... Não vos esqueçais de que o diabo não tem medo dos nossos campos desportivos e das nossas salas de cinema: ao contrário, tem medo da nossa santidade". "Para que a tempestade não arraste a barca, não servem nem a diplomacia, nem as riquezas, nem o poder secular, mas unicamente a santidade apostólica, tácita como o fermento, humilde, pobre'. "Se alguém me ama, ele observará minha palavra e meu Pai o amará e nós iremos até ele, e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23).
 
O amor por Cristo, expresso em um serviço incansável à Igreja, é o coração da espiritualidade e da atividade apostólica de Alfredo Ildefonso Schuster, por muitos anos Pastor incansável da Arquidiocese de Milão. "Um homem de oração, estudo e ação - chamou-o, Monsenhor Giovanni Battista Montini, em seu discurso na entrada na arquidiocese – não tinha outro objetivo do que a salvação espiritual do seu povo". O espírito de oração e contemplação, próprio da tradição beneditina em que se formou, animou seu ministério pastoral. A espiritualidade monástica, apoiada pela meditação diária da Sagrada Escritura, foi expandido tanto como a cooperação ativa com a Santa Sé e no generoso serviço à comunidade Ambrosiana, ele sempre edificada e confortado com a celebração assídua e devoção dos Sagrados Mistérios e o exemplo de uma vida clara e coerente.

SANTOS FÉLIX SACERDOTE, E ADAUTO, MÁRTIRES, NA VIA OSTIENSE

Identificados como irmãos, pela tradição, foram enterrados no cemitério de Comodila. Uma antiga Passio narra que, na época de Diocleciano, enquanto Félix era levado para o martírio, ajuntou-se a ele um homem (Adauctus=adjunto), que se declarou cristão, com o qual partilhou o mesmo destino.
Poucos são os registros encontrados sobre Félix e Adauto, que são celebrados juntos no dia de hoje. As tradições mais antigas dos primeiros tempos do cristianismo narram que eles foram perseguidos, martirizados e mortos pelo imperador Diocleciano no ano 303. A mais conhecida diz que Félix era um padre e tinha sido condenado à morte por aquele imperador. Mas quando caminhava para a execução, foi interpelado por um desconhecido. Afrontando os soldados do exército imperial, o estranho declarou-se, espontaneamente, cristão e pediu para ser sacrificado junto com ele. Os soldados não questionaram. Logo após decapitarem Félix, com a mesma espada decapitaram o homem que tinha tido a ousadia de desafiar o decreto do imperador Diocleciano. Nenhum dos presentes sabia dizer a identidade daquele homem.

SÃO PAMÁQUIO, SENADOR ROMANO

Senador romano cristão, em 387, Pamáquio tornou-se monge e decidiu dedicar a sua vida aos pobres. Foi um dos fundadores de uma hospedaria, na foz do rio Tibre, que acolhia, gratuitamente, peregrinos pobres e enfermos. Contribuiu para a construção da Basílica dos Santos João e Paulo, no Célio.
Pamáquio de Roma (em latim: Pammachius) foi um senador romano venerado como santo. História Pamáquio era um nobre e senador, membro da gente Fúria. Era primo de Marcela e parente de Melânia e Piniano. Quando jovem, frequentou escolas de retórica com São Jerônimo, que seria seu amigo por toda vida. Em 385, se casou com Paulina, a segunda filha de Santa Paula e Júlio Toxócio. Ele provavelmente estava entre os viri genere optimi religione praeclari que em 390 denunciaram Joviano ao papa Sirício (segundo Santo Ambrósio). Quando ele atacou o livro de Jerônimo contra Joviano por razões de prudência, Jerônimo enviou-lhe duas cartas (48-49) agradecendo-o. A primeira, reabilitando o livro, provavelmente já fora escrita com a intenção de ser publicada. Pamáquio é descrito por este tempo como um pró-cônsul. Não é certo se esse título foi honorífico, ou se de fato ocupou tal ofício, mas se a segunda opção for verdadeira, os autores da PIRT sugerem que foi pró-cônsul da África. Em 396, sua esposa faleceu sem crianças e deixou sua propriedade para ele. Com sua morte, Pamáquio, tornou-se monge, ou seja, dedicou-se à vida consagrada e praticou obras de caridade (Jerônimo, ep. lxvi; Paulino de Nola, ep. xiii).

Beata Maria dos Anjos Ginard Martí, Virgem e Mártir – 30 de agosto

Poucos dias depois do martírio de Josep Tápies Sirvant e seis companheiros, também a Irmã Maria dos Anjos Ginard Martí rematou a sua consagração a Jesus Cristo oferecendo a sua vida, ceifada pelas balas, em Dehesa de la Villa, perto de Madrid. A Beata Maria dos Anjos foi uma religiosa exemplar, destacando-se entre as suas numerosas virtudes o amor à Santíssima Eucaristia e ao Rosário, assim como a sua particular devoção aos primeiros cristãos, cujo martírio venerava.Cardeal José Saraiva Martins – Homilia de Beatificação 29/10/2005     A Irmã Maria dos Anjos Ginard Martí, religiosa da Congregação das Irmãs Zeladoras do Culto Eucarístico, nasceu no dia 3 de abril de 1894 em Llucmajor (Baleares). Era a terceira de nove filhos do casal Sebastián e Margarita, e passou a sua infância nas Canárias, para onde o seu pai tinha sido transferido.    Desde menina sentiu-se inclinada a uma profunda piedade, fruto da educação recebida de seus pais, e logo desejou se consagrar ao Senhor na vida religiosa, seguindo o exemplo das duas irmãs de sua mãe. Após o regresso da sua família a Maiorca, embora tivesse o desejo de tornar-se religiosa, teve que esperar.     Por necessidade aprendeu a confeccionar chapéus e a bordar a fim de, com o seu esforço pessoal, contribuir e suprir as carências de uma família tão numerosa. Não obstante isso, todas as manhãs levantava-se de madrugada para assistir à missa e o seu trabalho não a impedia de recitar o Rosário, por sua devoção a Maria Santíssima, visitar o Santíssimo e transcorrer longos períodos em adoração na igreja das Irmãs Zeladoras do Culto Eucarístico, de Palma de Maiorca.     Seu profundo amor à Eucaristia a levaria a escolher aquela congregação, fundada pelo sacerdote maiorquino, o Servo de Deus Miguel Maura Montaner, com a finalidade de adorar, desagravar e servir a Jesus Sacramentado, presente por amor entre nós.   Entrou naquela Congregação em 1921. Terminado o noviciado e emitida a primeira profissão religiosa, viveu e trabalhou na casa das Irmãs em Madrid de 1926 a 1929.

30 DE AGOSTO: SANTO ALEXANDRE, PATRIARCA DE CONSTANTINOPLA († 328)

Alexandre de Bizâncio já contava setenta e três anos de idade quando foi eleito bispo de Constantinopla. Durante doze anos ele exerceu sua função episcopal, nos dias turbulentos do heresiarca Ário. Logo após sua eleição, o Imperador Constantino convocou uma reunião de teólogos cristãos e filósofos pagãos, mas como todos os filósofos quisessem falar ao mesmo tempo, o encontro tornou-se numa desordem. Então, Santo Alexandre aconselhou-os a eleger os mais autorizados entre eles para expor sua doutrina. Quando um dos oradores se encontrava na tribuna, o santo exclamou: «Em nome de Jesus Cristo, ordeno-te calar a boca». Diz-se que o pobre filósofo perdeu a voz, até que Santo Alexandre lhe autorizou falar. Este prodígio impressionou mais os filósofos do que todos os argumentos dos cristãos. No ano 336, Ário entrou triunfalmente em Constantinopla. Trazia uma ordem do imperador para que Santo Alexandre o admitisse na comunhão. Conta-se que o santo patriarca trancou-se então na igreja para rezar, juntamente com São Tiago de Nísibis, para que Deus o iluminasse naquele momento em que Ário se aproxima para tomar a comunhão. O que quer que tenha acontecido, na véspera da recepção de Ário na igreja, o heresiarca morreu repentinamente. Os cristãos viram nisso uma intervenção divina, como resposta às orações de Santo Alexandre. O Santo morreu em 340. 
Tradução e publicação neste site com permissão de
Trad.: Pe. André

Beato Eustáquio van Lieshout, semeador da saúde e da paz!

Padre (1890-1943)
Origens 
Humberto van Lieshout, conhecido como o Venerável Padre Eustáquio, nasceu no dia 3 de novembro de 1890, em Aarle Rixtel, na Holanda. Passou o final de sua vida no bairro Celeste Império, celebrando Missas na capela Cristo Rei. Andava por toda a região atendendo pessoas e resumindo sua missão em duas palavras: “Saúde e paz”, numa atitude de fé e amor ao próximo. 
Vida Sacerdotal 
Em 10 de dezembro de 1913, Padre Eustáquio iniciou o noviciado canônico, em Tremelo, na Bélgica. Fez votos temporários de pobreza, castidade e obediência como religioso da Congregação dos Sagrados Corações, no dia 27 de janeiro de 1915, tendo feito os votos perpétuos três anos mais tarde. Em 10 de agosto de 1919, após cursar filosofia e teologia em seminários da Congregação, foi ordenado sacerdote por Dom Henrique Hopmans, bispo da diocese holandesa de Breda. Desse ano até agosto de 1924, trabalhou como auxiliar do mestre de noviços, vigário paroquial em Roelofarendsveen; tendo exercido, em 1920, o ministério sacerdotal em Maassluis, nas proximidades de Roterdam, cuidando de grande comunidade de famílias belgas que, em 1914, tiveram que deixar sua pátria por causa da invasão alemã.

TECLA DA TURQUIA Virgem, Mártir,Santa séc. III

Não se sabe exactamente se foi em Isaúria ou na Licaónia, Turquia, o local onde a virgem mártir Tecla nasceu. O que se sabe é que é uma das figuras mais importantes dos tempos apostólicos, muito celebrada entre os gregos. Tudo começou quando, um dia, ao ouvir uma conversa sobre o valor da castidade entre o apóstolo Paulo e seu anfitrião Onesíforo, a jovem e pagã Tecla foi tocada no coração pelo discurso do santo. Ficou tão impressionada que, naquele exacto momento, resolveu não mais se casar. Mas o faria muito em breve, pois havia sido prometida a um jovem de nome Tamiris. Quando a jovem resolveu desmanchar o casamento, tanto sua família como a do noivo fizeram de tudo para demovê-la da ideia. Tecla, porém, se manteve firme na convicção de se converter. Isso despertou a ira de seu noivo Tamiris que conseguiu a prisão e a tortura de São Paulo por influenciar a jovem, o que eles consideravam ser uma atitude demoníaca por parte do apóstolo. Nem assim Tamiris conseguiu que Tecla abandonasse os ensinamento de Cristo, que agora seguia. Ela foi algumas vezes procurar Paulo no cárcere para lhe dar apoio e solidariedade. Com essa atitude, deixou seu ex-noivo ainda mais irado. Como consequência, ele denunciou-a para o procônsul que a sentenciou à morte na fogueira. E foi assim, que a condenação resultou numa surpresa: as chamas não a queimaram. Algum tempo depois, Tecla foi novamente julgada e condenada à morte, só que dessa vez seria atirada às feras, diante do povo no Circo. Mais uma vez o prodígio se realizou e as feras se deixaram acariciar por ela, cujas mãos lhe lambiam mansamente. Pareciam mais pequenos gatinhos ao invés de ferozes tigres e leopardos selvagens.

SANTA JOANA MARIA DA CRUZ (Joana Jugan), Virgem e Fundadora das Irmãzinhas Servas dos Pobres.

    Joana nasceu numa aldeia de Cancale, França, em 25 de outubro de 1792. Era a sexta de oito filhos de José e Maria Jugan. Seu pai era um pescador e morreu no mar quando ela tinha quatro anos; sua mãe cuidou sozinha desta grande família.     Logo conheceu a pobreza e, com 16 anos, começou a trabalhar como empregada na cozinha dos Viscondes de la Choue para ajudar no sustento da família. A viscondessa era uma piedosa católica que Joana acompanhava em suas visitas aos doentes e aos pobres. Joana era sensível à miséria dos idosos que encontrava nas ruas, dividindo com eles seu salário, o pão e o tempo de que dispunha.     Aos dezoito anos de idade recusou uma proposta matrimonial de um jovem marinheiro, sinalizando: “Deus me quer para Ele”. Aos vinte e cinco anos deixou sua cidade para ser enfermeira no Hospital Santo Estevão. Nesse meio tempo ingressou na Ordem Terceira, fundada no século XVII por São João Eudes.     Ela trabalhava muito neste emprego, mas seis anos depois, em 1823, ela deixou o hospital e foi trabalhar como cuidadora de uma senhora de 72 anos de idade, a Srta. Francisca Aubert Lecog, mais como amiga do que enfermeira, onde ficou por doze anos.

Beato João Juvenal Ancina (1545-1604)

Martirológio Romano: Em Saluzzo, no Piemonte, o Beato Juan Juvenal Ancina, bispo, que, antes médico, foi um dos primeiros a entrar no oratório de São Filipe Neri. 
Bispo oratoriano, amigo de S. Francisco de Sales. 
Homem de grande eloquência.
Natural de Fossano (Cuneo-Itália). Em sua juventude foi um grande amigo de São Francisco de Sales. Estudou em Montpellier, Pádua, Mondoví e Turim, doutorando-se em Filosofia e Medicina em 1567. Foi médico e professor de medicina em Turim. Homem de grande cultura, muito devoto e viu na sua profissão uma forma de difundir a Fé tanto na sua atitude para com os seus pacientes como nos seus ensinamentos. Percebendo que o cuidado das almas é mais importante do que o do corpo, ele sempre pedia aos doentes que fossem a um padre antes de iniciar o tratamento. Como recreação, Juvenal ouvia música, compunha versos latinos e jogava xadrez. Ele pertencia a uma irmandade religiosa e estudou teologia por conta própria, embora pareça que ele possa ter tido alguma associação com os agostinianos. Tal foi a vida que ele levou, quando em uma missa de Réquiem no mosteiro agostiniano, as palavras do "Dies Irae" o encheram de terror do julgamento divino.

Beata Maria Rafols, "heroína da caridade" - 30 de agosto

      Maria Rafols é conhecida, com razão, como a “heroína da caridade”. Ela recebeu este título por sua heroica atuação durante os anos de sítio em Zaragoza (Espanha).     Maria Rafols nasceu no dia 5 de novembro de 1781 em Villafranca del Panadés (Barcelona), Espanha, sexta dos dez filhos do moleiro Cristóbal Rafols e de Margarida Bruna Brugol.     A família morava no moinho e constituiu para Maria uma forja de virtude, recebendo os primeiros ensinamentos de austeridade, de trabalho e ajuda recíproca.  Quando tinha quase dois anos, em maio de 1783, a família se transferiu para La Bleda, pequeno povoado vizinho de Villafranca, onde recebeu a Crisma no dia 27 de maio de 1785, ministrada pelo bispo de Barcelona, Mons. Gabino Valladares, na igreja do convento das Carmelitas da cidadezinha.  Quando tinha 11 anos, a família se transferiu de novo para Santa Margarida, onde morreram, em 1793, o irmão pequeno José (cinco irmãos morreram em tenra idade) e dois tios, marido e mulher; no dia 10 de julho de 1794 morre seu pai. Maria se revelou dotada de ótimas qualidades intelectivas e assim os familiares a mandaram para o Colégio de Barcelona gerido pelas “Mestras da Companhia de Maria”.  Não há muitas informações sobre o período de estudos e sobre a sua juventude, mas certamente foi atraída pelo clima de caridade fervorosa para com os necessitados e doentes existente naquele tempo em Barcelona, e começou a fazer parte de um grupo de doze jovens, sob a direção do sacerdote Juan Bonal y Cortada, hoje Servo de Deus (1769-1829), capelão do Hospital Santa Cruz de Barcelona, que estava constituindo uma confraternidade para assistência de todos os mais pobres entre os doentes asilados, os doentes psíquicos e as crianças abandonadas. 

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE AGOSTO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Terça-feira – Santos: Adauto, Gaudêncio, Rosa de Santa Maria
Evangelho (Lc 4,31-37)O espanto se apossou de todos e eles comentavam entre si: – Que palavra é essa?”
Todos notam o poder de Jesus. Basta que ele diga, mande e acontece. Sua palavra é como a de Deus o Senhor, sua vontade transforma, faz acontecer, salva e dá vida. Não estamos sujeitos às forças do acaso. Existimos porque o Senhor nos amou antes ainda de existirmos. Ele pode levar-nos a conhecê-lo, mais do que o poderíamos pela razão. Quer levar-nos à plenitude de nosso ser.
Oração
Senhor Jesus, Filho de Deus encarnado, creio em vós e ponho toda confiança em vosso amor misericordioso. Bem conheço minha fraqueza. Vejo e quero o bem, mas por mim mesmo não o posso viver. Só vós podeis libertar-me para a verdade, a justiça e o amor. Salvai-me, libertai-me para a felicidade e a paz. Não permitais que ainda vos abandone, para correr atrás de miragens. Amém

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

139. NÃO FOI CARIDADE. FOI ATO DE JUSTIÇA

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE
PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
- Certa vez dei um pão a um pobre e pensei que tinha feito um ato de caridade. 
Mas não! 
Foi ato de justiça porque eu tenho muitos pães, e ele, não. 
- Em outra ocasião guiei um cego na rua e me senti grande.
Entretanto foi apenas um gesto de justiça porque eu enxergo, e ele, não. 
- Um dia dei um vestido a uma pobre mulher e achei que fui generosa. 
Entretanto foi apenas justiça. 
Eu lhe dei para me desfazer da roupa, pois estava fora da moda.. 
- Dei uma esmola a um mendigo e me senti muito bem. 
Foi uma injustiça! 
Ele precisava apenas de amor. 
Lição para a vida: Quando aprenderemos a distinguir a caridade da justiça?

REFLETINDO A PALAVRA - “Tempo para conhecer Jesus”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Um tempo mais que comum
 
Na liturgia há um tempo em que não há um acontecimento da vida de Cristo a ser celebrado, mas o cotidiano no qual o tempo é santificado pelo mistério de Cristo. Esse mistério é sua encarnação, morte, ressurreição, ascensão e envio do Espírito Santo. Celebramos o dia-a-dia da vida de Jesus. É para nós o momento de entrar em contato com o mistério, aprofundar o conhecimento e celebrá-lo na sagrada liturgia. Cada celebração é uma irrupção de Deus na vida da comunidade e na vida pessoal de cada um. Há tempos em que não temos festas que lembram fatos da História da Salvação. Restam, no calendário 34 semanas que chamamos Tempo Ordinário. Uma parte menor dessas semanas vem antes da Quaresma e a outra, maior, segue a festa de Pentecostes até o Advento. Não se celebra um acontecimento, mas toda a vida de Cristo em sua globalidade. A semana é dirigida pelo domingo. Desse falaremos depois. Ele é um dos gonzos da espiritualidade litúrgica que acompanha nossa vida. Temos três ciclos (A.B.C), o que enriquece muito a vida cristã pela leitura abundante que tem das Escrituras. Nesse período temos festas que se referem aos dogmas ou devoções, como também festas de N.Senhora e dos Santos, dos quais falaremos também. Não podemos considerar o calendário como um correr de dias, mas cada dia como um tempo de salvação. Não são metas a cumprir, mas mistério a acolher. Não só os domingos são característicos, mas há dias da semana que possuem sua característica, como sexta-feira, como penitencial; sábado marianos e outros. 
Celebrar o mistério de Cristo 
Assim, gota a gota, recebemos, através do evangelho, o mistério de Cristo. Não são semanas sem conteúdo, como que vazias. Ao contrário, celebramos a normalidade evangélica das palavras de Jesus, de seus gestos e seus ensinamentos. Assumir este mistério de Cristo no tempo ordinário significa levar a sério o ser discípulo, escutar e seguir o mestre no cotidiano, mostrando que cada momento é momento de salvação. A espiritualidade litúrgica vai nos alimentar como em nossas refeições. Parece que é sempre a mesma coisa, mas é sempre uma vida nova que nos é dada. A riqueza do tempo comum está no fato que cada dia é uma síntese de todo o mistério de Cristo. Noite e dia se enchem das memórias de Cristo e são para nós o momento de contato com Ele que está vivo e presente no meio de nós. Participar significa unir-se ao Cristo que se oferece ao Pai pelo mundo.
Aqueles homens e mulheres 
No tempo comum celebramos os santos e de modo particular a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa. Qual é o sentido dessas celebrações? Fazemos memória dos santos que, seguindo Cristo Jesus e, incorporados a ele pelo batismo, viveram sob ação do Espírito Santo. Sua santidade é a mesma de Cristo que continua no tempo e se faz testemunho nas pessoas que viveram o evangelho de modo eminente. Nós nos unimos a esses nossos irmãos e irmãs animando-nos a viver a mesma vida, contando com sua intercessão e realizando em nós o mesmo caminho de redenção que viveram. Aqueles homens e mulheres que chamamos de santos são como nós. Não se trata de uma espiritualidade devocional. Eles são testemunhos da presença de Cristo em cada um, unidos a sua Vida e Páscoa. Unidos ao mistério pascal de Cristo, participam de sua glória. Maria viveu de modo eminente o caminho palmilhado por Jesus dia e noite.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM JUNHO DE 2007

EVANGELHO DO DIA 29 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Marcos 6,17-29. 
Naquele tempo, o rei Herodes mandara prender João e algemá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, a mulher do seu irmão Filipe, que ele tinha tomado por esposa. João dizia a Herodes: «Não podes ter contigo a mulher do teu irmão». Herodíades odiava João Batista e queria dar-lhe a morte, mas não podia, porque Herodes respeitava João, sabendo que era justo e santo, e por isso o protegia. Quando o ouvia, ficava perturbado, mas escutava-o com prazer. Entretanto, chegou um dia oportuno, quando Herodes, no seu aniversário natalício, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e às principais personalidades da Galileia. Entrou então a filha de Herodíades, que dançou e agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que desejares e eu to darei». E fez este juramento: «Dar-te-ei o que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino». Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei de pedir?». A mãe respondeu-lhe: «Pede a cabeça de João Batista». Ela voltou apressadamente à presença do rei e fez-lhe este pedido: «Quero que me dês sem demora, num prato, a cabeça de João Batista». O rei ficou consternado, mas, por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar o pedido. E mandou imediatamente um guarda, com ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi à cadeia, cortou a cabeça de João e trouxe-a num prato. A jovem recebeu-a e entregou-a à mãe. Quando os discípulos de João souberam a notícia, foram buscar o seu cadáver e deram-lhe sepultura. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Liturgia bizantina 
Troparia e kondakion de São João Batista 
Precursor do Senhor na vida e na morte 
O Jordão, aterrado com a tua vinda na carne, ó Cristo, voltou para trás tremendo; cumprindo a sua tarefa espiritual, João fez-se pequeno no seu temor. O exército dos anjos foi tomado de espanto ao ver-Te no rio, a ser batizado segundo a carne; o exército das trevas foi iluminado e nós Te cantamos, Senhor, a Ti que Te manifestas e iluminas o Universo. A memória do justo deve ser exaltada; mas a ti, João Precursor, bastou-te o testemunho do Senhor. Na realidade, tu és o mais venerável de todos os profetas, porque foste considerado digno de batizar nas águas Aquele que os outros profetas apenas tinham anunciado. Por isso, depois de teres lutado pela verdade, foste anunciar ao mundo dos mortos Deus aparecido na carne, Aquele que tira o pecado do mundo (cf Jo 1,29) e nos dá a sua imensa piedade. O glorioso martírio do Precursor foi uma etapa na obra da salvação, uma vez que até na pátria dos mortos ele foi anunciar a vinda do Salvador. Que Herodíades gema agora, ela que reivindica este assassinato ímpio, porque o que ela amou não foi a lei de Deus nem a vida eterna, mas ilusões que apenas duram um momento.