Evangelho
segundo S. Mateus 28,8-15.
Naquele tempo, Maria Madalena e a outra Maria, que tinham
ido ao túmulo do Senhor, afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de
grande alegria, e correram a levar aos discípulos a notícia da Ressurreição. Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os
pés e prostraram-se diante d’Ele. Disse-lhes então Jesus: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que partam para
a Galileia. Lá Me verão». Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos
príncipes dos sacerdotes tudo o que tinha acontecido. Estes reuniram-se com os anciãos e, depois de terem deliberado, deram aos
soldados uma soma avultada de dinheiro, com esta recomendação: «Dizei: ‘Os discípulos vieram de noite roubá-l’O,
enquanto nós estávamos a dormir’. Se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos que vos
deixem em paz». Eles receberam o dinheiro e fizeram como lhes tinham ensinado. Foi este o boato
que se divulgou entre os judeus, até ao dia de hoje.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego
Catequese 13
«Jesus saiu ao seu
encontro»
Muitas pessoas acreditam na ressurreição de
Cristo mas poucas têm dela uma visão clara. Como poderão aqueles que não a
testemunharam adorar a Cristo como santo e como Senhor? Com efeito, está
escrito: «Ninguém pode dizer "Jesus é o Senhor" senão pelo Espírito
Santo» (1Cor 12,3), e também: «Deus é Espírito e os que O adoram devem adorá-lo
em espírito e verdade» (Jo 4,24). [...] Porque é então que o Espírito Santo nos
incita a dizer hoje [na liturgia]: «Nós vimos a ressurreição de Cristo.
Adoremos o Santo, o Senhor Jesus, o único que não tem pecado»? Porque nos
convida a afirmá-lo, como se O tivéssemos visto? Cristo ressuscitou uma só vez,
há mil anos, e mesmo nessa altura ninguém O viu ressuscitar. Quererá a Sagrada
Escritura que mintamos? Nem pensar! Pelo contrário, ela exorta-nos a atestar a verdade, esta verdade
que, em cada um de nós, seus fiéis, emana da ressurreição de Cristo; e não o
faz uma só vez, mas hora a hora, por assim dizer, sempre que o Mestre em
pessoa, Cristo, ressuscita em nós, vestido de branco e fulgurante em raios de
incorruptibilidade e de divindade. Porque a luminosa vinda do Espírito faz-nos
entrever, como naquela manhã, a ressurreição do Mestre, ou antes, dá-nos a
graça de O vermos, a Ele, o ressuscitado. É por isso que cantamos: «O Senhor é
Deus e apareceu-nos» (Sl 117,27); e, aludindo à sua segunda vinda,
acrescentamos: «Bendito O que vem em nome do Senhor» (v. 26). [...] É, pois,
espiritualmente, aos olhos do nosso espírito, que Ele Se mostra e Se faz ver.
E, quando isso se produz em nós pelo Espírito Santo, Ele ressuscita-nos dos
mortos, vivifica-nos e dá-Se a ver, inteiro, vivo em nós, Ele que é o imortal e
o eterno: dá-nos a graça de O conhecermos claramente, Ele que nos ressuscita
consigo e nos faz entrar consigo na sua glória.
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